segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Especial Roberto Carlos: a cada ano uma nova tentativa.


Desde 1974 é a mesma situação: o especial de Roberto Carlos na TV Globo é esperado por milhares de fãs espalhados pelo Brasil no dia de Natal. E essa espera é ansiosa e ansiada por mulheres que acompanham a carreira do músico há anos e por homens que se identificam com o romantismo de suas músicas. Desde 1974 é a mesma ladainha: o especial de Roberto Carlos figura entre as maiores audiências do mês de dezembro da emissora. A cada ano um cenário distinto, a cada ano uma música nova, a cada ano uma ideia nova. Mas com o passar dos anos isso foi perdendo a sua credibilidade. O que antes era emocionante, hoje passou a ser caricato.

Roberto Carlos é um cantor que a Globo comprou e que a contratação requer exclusividade: pensar em ter o Rei em outra emissora é impossível e se há a cogitação de tê-lo por alguns minutos em outro programa, as conversas entre emissoras começa cedo e termina tarde. O cantor figura entre os artistas cantores o mais famoso caso de uma exclusividade única.
Mas o fato é que a cada ano a emissora vem tentando uma forma de deixar o programa mais interativo e esse ano a iniciativa parece que funcionou: Roberto cantou em Jerusalém, a terra santa e para um público recorde de 5 mil pessoas. A cada vinheta uma historia ou passagem sobre o País. Foi um atrativo interessante, mas que não influencia mais em nada na vida das pessoas.
Roberto não inova. Foi-se o tempo em que seu disco era aguardado com tamanha ansiedade e entusiasmo e seus fãs não se renova, pelo contrário, são mulheres acima dos cinquenta anos e homens calvos que vão buscar a esposa amada na porta da sala com uma rosa nas mãos. As músicas que canta são manjadas e o que se viu hoje, nesta noite de natal de 2011, foi uma tentativa de reverter o quadro para que Roberto Carlos se firme longamente pelo futuro.

Mas Roberto Carlos, cantor de inestimáveis sucessos, cansou. A imagem dele cessou. Suas músicas cantadas por ele mesmo não anima mais. E sua voz está enfraquecida, frágil, surrada, batida e morta. Mas Roberto Carlos continua a ser um dos grandes cantores do País e quiça do mundo, porém, para que isso continue vivo na memória das pessoas, é preciso repertório novo, é preciso músicas que vão além do sentimentalismo das pessoas e que toque fundo na alma lírica e poética de homens robustos e de mulheres que ainda esperam por rosas na porta da sala.

Marcelo Teixeira.

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