sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

O MM de Marisa Monte (1989)


MM: antológico e perfeitinho
Disco antológico de Marisa Monte lançado para ser um sucesso de crítica e público, MM (1989 / EMI / 31,90) é um dos melhores discos da carreira da cantora e compositora carioca pelo simples fato de ter tudo aquilo que Marisa gosta: MPB, rock, samba antigo, jazz e muita simplicidade.  A partir deste conjunto de sons e referências, a carreira da cantora deslanchou de uma forma que já era esperada, com casas noturnas lotadas, disco vendendo muito bem e uma sequência de obras que foram lançadas no decorrer dos anos de 1990. Marisa era um fenômeno de público, venda, crítica e dela mesma, que não aceitava erros em suas diagramações vocais. Nascia ali uma diva que seria insubstituível, uma cantora que nascera dos palcos e ganhava o mundo afora com sua voz, seu carismo e sua determinação em fazer uma música de alta qualidade para um público popular. De Candeia aos Mutantes passando pelo rock agressivo de Titãs e uma versão meticulosa de Negro Gato, imortalizada por Roberto Carlos em disco lançado em 1966, Marisa Monte fez a extensão de sua própria ideologia musical com a tênue sensatez que o ouvinte precisava ouvir e o resultado disso são alcances primorosos de agudos solares impressionantes para uma cantora que fizera sua carreira inicialmente nos palcos, feito raro para qualquer artista, pois o que muitas vezes acontece é o inverso: o artista inicia nos barzinhos, passa para o estúdio e complementa nos palcos. Óbvio que Marisa passou por alguns barzinhos, mas sua formação, como ela sempre dissera, está ligada ao mundo dos palcos. Depois de uma longa temporada estudando canto lírico (sua paixão) em Roma, Marisa resolveu voltar ao Brasil para fazer carreira aqui. Há quem diga (e talvez seja pura verdade) que o produtor musical Nelson Motta seja o grande influenciador de Marisa Monte nessa sua primeira incursão pelo mundo dos LPs, tanto que eles chegaram a namorar um tempo. Verdade ou mito, o fato é que MM é uma obra prima grandiosa e parte itinerante de qualquer discografia daqueles que idolatram a MPB.  MM prova todo o lado eclético de uma cantora que nasceu lírica e com um universo totalmente particular, que conseguiu driblar a própria censura ao ser identificada com as tendências que nunca seguiu.

 

MM (1989) / Marisa Monte
Nota 10
Por Marcelo Teixeira

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Dona Onete grava seu primeiro DVD


Dona Onete: rainha do Norte
Não é sempre que uma típica rainha do Norte é homenageada fora de seu país local e dentro do território americano. Pois este feito foi conquistado pela diva atemporal Dona Onete, que foi parar em solo americanizado e muito paparicada pelo baiano Caetano Veloso, que se rendeu aos seus encantos e sua ternura. Além de fazer shows em breve aqui em São Paulo (logo mais trarei maiores detalhes sobre esse momento mágico), eis que a cantora e compositora está esbanjando alegria devido à gravação de seu primeiro DVD. A matéria completa desta sensacional notícia está no site http://zip.net/bctCk0 

 
 
Dona Onete grava seu primeiro DVD
Por Marcelo Teixeira

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

O Síssi da Marina Lima


Síssi na Sua: último disco bom
Lançado originalmente no ano 2000, Síssi na Sua (2000 / Universal Music / 29,00) foi relançado por um site de músicas no ano de 2016 com formato de download e o feito foi tão grande que alçou a carreira meteórica da cantora Marina Lima ao topo das mais clicadas virtualmente. Pudera: Síssi na Sua é um disco deliciosamente primoroso, com começo, meio e fim e que tem um brilho sinestésico capaz de nos hipnotizar profundamente. Quando lançado, a voz de Marina já não estava tão boa, passando por uma depressão repentina que afetou suas cordas vocais a ponto da cantora pensar em desistir da carreira. Sem lançar discos há um tempo, Síssi na Sua é um disco que tem a missão de retomar a carreira da cantora, passando a limpo todos os pontos nevrálgicos de sua estadia dentro da música e de mostrar sua importância e seu talento assimetricamente. Aqui estão reunidos seus maiores sucessos, como Fullgás, À Francesa, Nem Luxo Nem Lixo, Deixa Estar e Acontecimentos. A depressão, tão recorrente em sua vida, assim como a maioria das canções compostas anteriormente à Síssi falam de desencontros, solidão e de uma infinita busca pela respiração em meio aos ruídos da metrópoles. A cantora piauiense com naturalidade carioca faz ótimas releituras em grande estilo e com a primazia de uma grande intérprete da nossa música, sendo alguns deles com arranjos novos e outras sem retoques. Mesmo com a voz não soando brilhantemente como nos tempos áureos, a cantora faz questão de mais recitar suas pérolas do que cantá-las, mas isso não importa tanto, pois o que vale aqui são as músicas, coisa que nós mesmos, como ouvintes, podemos fazer. Estando mais leve e sem a preocupação de querer agradar, Marina se mostra mais autêntica e solta do que em discos anteriores, em que o crivo central era a massificação pela canção perfeito e o respaldo em ser o disco do ano. Roqueira nata, a cantora deixa claro que o que importa é a sua música como mote maior e o que ela mais pede em Síssi na Sua é que cantemos com ela. Então, cantemos com Marina Lima suas depressões, suas solidões e seus tormentos.

 

Síssi na Sua (2000) / Marina Lima
Nota 7
Por Marcelo Teixeira

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Mais Cultura Brasileira - 2017


Ano novo, músicas antigas
Eis que estamos aqui mais uma vez iniciando os trabalhos de 2017 sem pausa para descanso. Neste ano que se inicia o Mais Cultura Brasileira celebrará o seu sexto ano com muitas novidades: e quem ganha é você. Para tanto, há de ser comentado aqui que os planos para este blog foram pensados em 2016, mais precisamente entre Julho e Agosto, para serem executados com exatidão este ano. A meta é manter o mesmo foco, a mesma determinação, o mesmo entusiamo em poder escrever a verdade sobre a música, a verdade sobre as informações, a verdade sobre os cantores e a verdade sobre a fonte recebida. As mudanças são sempre bem vindas e cabíveis de um entorno de reciprocidade compactuada com aqueles que lêem os artigos diariamente, sendo assim, a primeira grande novidade para este ano de 2017 é a celebração de dois cinquentões: a primeira grande homenageada do ano será a cantora e compositora Marisa Monte, que completará 50 anos de idade em Julho e por esse motivo, ela será ovacionada com artigos diversos, fotos de sua carreira e passagens aqui ou ali no mundo da música, enaltecendo sua importância, sua capacidade artística e sua vocação para com a música popular brasileira. Outro grande homenageado será o cantor e compositor Chico Buarque, que terá um longo artigo sobre o lançamento de Chico Buarque de Hollanda – Volume 2 em 1967, sendo o segundo disco de sua carreira e que o consagrou definitivamente como o maior intelectual de nosso tempo. Mas as novidades não param por aí: além da pesquisa diária sobre o novo, o que é novidade, o que vai ser novidade (assim como o que é descartável tamvém), vamos manter o foco em buscar novos entrevistados e reverenciar livros que tratam de música, na qual chamo carinhosamente de música para os olhos e a mente. Não será um ano fácil, tendo em vista que para escrever é preciso de muita pesquisa, uma determinação escomunal para levar o meu sentimento verdadeiro para que você tenha total segurança sobre determinado artista e disco resenhados. O meu papel como crítico de música é justamente este: o de entreter você à ouvir a boa música, pensar sobre a música duvidosa e a conhecer aquilo que está apenas no meu infinito particular musical. O Brasil é vasto de cantoras e cantores que precisam ser conhecidos mais profundamente e independentemente de ano e estilo, o blog nasceu para isso. E não é a toa que estamos entrando em seu sexto ano de escrita musical. Os planos estão aí, agora vamos pôr as mãos na massa. Feliz 2017!

 
Mais Cultura Brasileira – 2017
Por Marcelo Teixeira