quarta-feira, 25 de julho de 2018

Ananda (Quero que tu vá): hit viral e passageiro

Ananda: sem novidades
Fernanda Gama Lins é mais conhecida como Ananda, a cantora do hit viral Quero que tu vá, que está bombando nas redes sociais e a alçou ao estrelato da noite para dia e da madrugada para o amanhecer mais ensolarado que esse planeta já teve. Ao menos para ela, óbvio. O êxito maior dessa música foi o fato de muitos artistas passarem a cantar o refrão de forma sistemática e até fazerem pequenos clipes pessoais para mandarem indiretas para os fãs que tomam conta de suas vidas. Até aqui não há nada de anormalidade, afinal, um hit viral nada mais é do que um hit viral e tudo acaba da mesma forma como começa: de repente! Mas vamos por partes e tentar entender um pouco da música e de quem a canta: se fosse ser chamada de Fernanda Gama ou Fernanda Lins ou apenas Fernanda, não seria legal, tendo em vista que há muitas cantoras chamadas Fernanda e ela seria apenas mais uma na seara. Se pusesse o sobrenome Gama ou Lins, não soaria nada legal, então, optou por colocar Ananda, um nome que praticamente nenhuma cantora tem (exceto Ananda Acosta, atriz, cantora e apresentadora). Primeiro ponto importante para Fernanda foi se transformar em Ananda. O segundo ponto determinante foi manter a voz suave e doce no meio do cenário artístico. A cantora já vinha fazendo parte de uma banda chamada Coquetel Banda Larga, mas seu lance maior era fazer sucesso sozinha.  Mas como chegar ao estrelato de uma hora para outra? Vamos para a apelação, óbvio. A cantora tem uma voz invejável, muito bonita, mas cansativa. Se ficarmos ouvindo Ananda por muito tempo é capaz de não suportarmos tamanha dor de ouvido. Não chega a ser cristalina, pura, sensível. É estridente mesmo cantando baixo. Ananda queria ser viral e o conseguiu: trouxe uma música apelativa assim como seu nome de carreira e pôs a cara no mundo com o hit (que eu me recuso a chamar de música) Quero que tu vá. Cheio de palavrões desnecessários, o hit traz um panorama irônico das pessoas sem paciência com relação às curiosidades alheias. Dito tudo isso, vamos para o choque de realidade: toda cantora despreparada mental, musical ou artisticamente, acaba apelando para o baixo nível, para o nicho da massa e para os sentimentos mundanos. Isso é uma coisa tão natural quanto fazer um bolo de canela com paçoca. Ananda apelou para os palavrões e foi justamente essa a parte de sua música que chama mais a atenção. As pessoas gostam disso, querem isso e sentem prazer em serem representadas  por um hit à altura de suas formas de pensar. Hit viral é tão passageiro que quando foi já não é. É preciso manter o ritmo, demonstrar que canta com letras que nos faz pensar e que é digno de uma personalidade única. Tentando, talvez, refazer seu erro para se colocar na real situação de cantora, Ananda logo pôs em suas redes sociais um pequeno clipe em que canta um clássico de Amy Winehouse, mas o que chama mais a minha atenção é o fato da voz de Ananda e Amy serem idênticas. Sem pretensão de ser diferente. Então, assim como cantoras passageiras que lançam hits passageiros no mercado fonográfico do século XXI, Ananda não vai longe. Ainda mais se pegarmos exemplos como Ana Villella, Kell Smith, Luka, Vinny, Maurício Maniere, Jojo Todynho...


Ananda: hit viral e passageiro
Por Marcelo Teixeira

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