segunda-feira, 30 de julho de 2018

A bela sonoridade eclética de Rebeca Matta

Rebeca e o som da nova MPB
Rebeca Matta não é uma dessas cantoras que estão a todo o momento na TV, suas músicas não aparecem em trilhas sonoras de novelas, seu rosto e seu nome é totalmente desconhecido por aqueles que gostam das modinhas musicais de hoje em dia e sim, Rebeca Matta é uma grande artista.  Quando se tem ideias e inquietação sobre aquilo que se quer, tudo pode ser possível para que se torne real. E foi assim com Rebeca, a garota baiana que abandonou um bom emprego e foi atrás de seus sonhos e daquilo que lhe fazia se sentir bem: a música.

Antes da carreira solo, estudou canto, foi integrante de uma banda em Salvador, que misturava diversos ritmos. Seu primeiro trabalho solo e original foi o disco Tantas Coisas (1998), lançado de maneira independente e que foi aclamado pelos críticos mais atentos e que lhe rendeu o prêmio de Revelação de 1999, dado pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte).

No início dos anos 2000 saiu seu segundo disco, Garotas Boas Vão Pro Céu, Garotas Más Vão Pra Qualquer Lugar, pela Lua Discos e esse trabalho lhe rendeu maior visibilidade, pois trata-se de um disco para quem quer ouvir um som diferente e não ficar indiferente. É um disco sonoro eletrônico, pop, dançante e que tem uma MPB rústica, aguda e sombria, completamente diferente daquilo que se ouvia até então. Há uma modernidade nesse disco (como já resenhado em artigo anterior sobre esse disco), em que as composições próprias de Rebeca ressoam nos clássicos da MPB uma sonoridade moderna e caprichada.

Já no ano de 2006 foi lançado o sensacional Rosa Sônica, o terceiro álbum da cantora, cujo a base da música de Rebeca Mata é a eletrônica, mais precisamente o Trip Hop, aliado a elementos da MPB, do Jazz, do Samba e do Rock. Essa mistura de ritmos é característica musical da cantora, que já havia experimentado isso no eclético disco do ano 2000. A voz doce e suave conversa com a voz agressiva e atemporal da cantora que se casam perfeitamente com as guitarras distorcidas e todos os elementos que formam a sua rica música. Dessa forma, Rebeca Matta trouxe uma roupagem nova e um estímulo próprio à acomodada MPB.

Tente ouvir o som de Rebeca sem as cobranças que a música atual nos impõe em certos momentos, sem aquela rabugice de que somos e temos que estar atrelados aos momentos certos da música e que somos obrigados a seguir determinado cantor ou cantora apenas porque estão na modinha. Às vezes ouvir algo realmente diferente aos nossos ouvidos nos faz um bem danado e Rebeca Matta é a prova disso.


A bela sonoridade eclética de Rebeca Matta
Por Marcelo Teixeira

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