segunda-feira, 23 de abril de 2012

Latino: o quinto pior cantor do Brasil




Latino, no início de carreira
No início da década de 90, o Brasil teve o desprazer de conhecer um cantor medíocre e de péssima personalidade, com suas danças andrógenas e seus passinhos de gazela amofinada. Fomos obrigados a participar daquele carnaval fora de época, daquela carniça com bigodinho enfadoso e ridículo e com umas roupas bregas, tão bregas, que ficava impossível não rir da caricatura de um homem alto, com cabelinho de lado e franjinhas esdrúxulas. Com o pseudônimo de Latino, nome artístico este que pegou bem para o seu modelito na época, o cantor conseguiu criar um novo conceito de ritmo brasileiro (na qual até hoje muita gente não consegue distinguir o que é esse tal ritmo) e conseguiu desbancar o pagode, que estava em alta e derrubar de vez o rock nacional.

Latino nasceu Roberto de Souza Rocha e em um dia muito especial: 2 de fevereiro, dia de Yemanjá. Porém a santa, protetora dos mares, trouxe a oferenda para o lado contrário e despejou para nós o lixo que consumimos até os dias de hoje. Com uma musicalidade que flerta com o funk, o sertanejo, o pagode e a música brega, Latino ainda tenta se encontrar em um estilo próprio e com marca registrada. Não é fácil ser Latino: ele consegue, num mesmo disco, emplacar sucessos que a massa encefálica desumana não entende por ser ruim, pejorativa, desumana e hostil. O público de Latino é único e transgressor, porque atiça a libido, mas não consegue usufruir de nada culturalmente.

Suas modalidades musicais só comprovam o que ele já conseguiu demonstrar em vida de cidadão normal e que não é preciso postar aqui neste artigo. Mas Latino, um cantor tão vulgar quanto suas criações, gosta de humilhar as mulheres, expor ao ridículo as crianças e deixar os homens pouco a vontade com suas peripécias. Latino é aquilo que não gostaríamos nunca de comprar e seus discos são péssimos, horripilantes e incoerentes. De péssima formação cultural, o cantor conseguiu deixar muita gente horrorizada com a qualidade musical de quando ele iniciou sua carreira, com o que ele anda cantando agora.

Latino hoje: show de horrores
De fato, quando Latino surgiu com as músicas Me Leva e Só Você, todos se renderam aos seus encantos, seus charmes e seu talento. Sua música era uma novidade para todos e era uma nova alternativa para afundar o rock nacional e desbancar o já cansativo pagode (que se tornaria, alguns anos mais tarde, como uma febre nacional). Foi uma grata surpresa para aqueles que não tinham um ritmo, uma dança, um cantor à frente das telas fazendo coreografias sensuais (o último talvez fora Sidney Magal) e Latino estava ali para dar uma resposta a essas pessoas. Uma espécie de salvador da pátria.

Desde que a lambada, criada por Beto Barbosa nos anos 80, foi praticamente extinguida, não existiu outro ritmo dito caliente para que as pessoas pudessem mostrar um pouco da sua própria sensualidade. Latino teve esta superexposição, graças à falida lambada, que teve, entre outros cantores famosos à época como a Gretchen, Sarajane, Luíz Caldas e isso para ficarmos nos mais famosos. Latino, com sua dancinha horrorosa e seus dotes artísticos de péssimo nível, conseguiu montar um público ainda mais horroroso e com péssimo nível educacional. Mas não posso criticar somente o público e sim o cantor, que coleciona mulheres, filhos e uma miscelânea de ritmos, assim como é retratada suas músicas: um lixo.



Marcelo Teixeira

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