quinta-feira, 26 de abril de 2012

A persistência de Maurício Mattar na música


O neo-cantor Maurício Mattar: persistência
Quando uma carreira de um ator que fica famoso pelo seu talento meramente reconhecido pelo público, pela crítica e pelos colegas de profissão, tudo se resume em uma única e bela palavra: talento. A arte de representar um papel, a arte de dominar os palcos ou a cena de uma novela é para ser vivida pelos grandes nomes que a TV e o teatro já proporcionaram à muitos. Representar não é uma tarefa fácil e fazer isso requer muito estudo, muito aprendizado e muita dedicação. Mas quando um ator enfrenta os obstáculos que a vida lhe impõe e ele passa a usar destes dotes artísticos para se auto promover a outros dons, como cantar ou escrever uma telenovela, as coisas mudam de figura e requer um novo estudo sobre a personalidade, o dom e principalmente o talento.

Existe uma variedade de ator e atriz que viram cantores e vice versa. Para enumerar, temos Miguel Falabella, que é um excelente ator, dançarino, mas perde credibilidade ao escrever uma telenovela, aonde se perde totalmente do meio da trama para o final. Assim acontece com Daniel Boaventura, que tem um dom excepcional para a teledramaturgia, mas se perde totalmente no disco que lançou recentemente. O último desta seita satânica foi o humorista Rafael Côrtes, que é um excelente repórter, mas se perde na sua musicalidade e seu disco, também lançado recentemente, é um show de horror de bestialidades infames.

Disco de 2007: horripilante, mas ele insiste
Outras personalidades importantes da TV brasileira já se arriscaram a trocar de papel e arriscar sua voz (ou seria riscar a voz?) e garimpar pelo mercado fonográfico sem o maior êxito. Marília Gabriela e Hebe Camargo já lançaram discos tão cabisbaixos (embora Marília cante muito bem e atua estupendamente), tão insonsos, que fica a pergunta no ar: vale a pena arriscar uma carreira bem sucedida? Roberto Justus que o diga: grande empresário e apresentador, ele diz que gravou o disco por hobby, o que não deixa de ser uma verdade, tendo em vista que muitas lojas do segmento não vendem seus discos. Susana Vieira, a maravilhosa atriz, se envolveu recentemente numa batalha feroz com todos, desde mídia até público, para se defender de seu disco de estreia que, de tão ruim, virou artigo de piada pública.

Por enquanto, Roberto Justus, Susana Vieira, Marília Gabriela e Hebe Camargo lançaram discos para deleite próprios, talvez não pensando em lançar discos futuros, voltando toda as suas atenções para seus respectivos trabalhos, mas isso talvez não podemos esperar de Daniel Boaventura e Rafael Côrtes, tendo em vista que eles até cantam bem, mas lamentavelmente, seu estilos e vozes não agradam a ninguém.

Parafraseando e contrariando a todos estes artistas citados acima, talvez a única atriz que consiga desmistificar esse processo seja Thalma de Freitas: além de excelente atriz, ela também é cantora e o Mais Cultura! já se deleitou com seu belíssimo disco de estreia e, mesmo contendo apenas seis faixas, o disco é uma obra-prima consagrada, porém Thalma hoje em dia tenha dado preferências para vocalização em discos primordiais das cantoras Tiê, Mariana Aydar, Céu e Andrea Dias.

Persistir no erro talvez seja uma emenda que muitos não conseguem entender e por este motivo, Mauricio Mattar, grande ator do passado, mas esquecido pela própria emissora, é o campeão de futilidades. Gravou discos que não ganham prêmios algum, não tem relevância no mercado fonográfico e ninguém fica sabendo o que ele grava, mesmo um ou outro programa dar vazão ao seu novo trabalho.

Ouvi, através de sites, as músicas de Mauricio Mattar e pude constatar: além de ser um festival de horror, aquilo que ele canta são musiquinhas aquém de um grande ator. Ele poderia investir em qualquer outra carreira, menos a de cantor, que é um oficio para grandes interpretes da música popular. Mauricio Mattar não acrescenta em mais nada na cultura brasileira e suas músicas são horríveis, chatas, deprimentes e sua voz não agrada, não estimula e nem embevece nossa autoestima.

Ouvir Mauricio Mattar, literalmente, é de matar.



Marcelo Teixeira

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