terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Thalma de Freitas por Thalma de Freitas e um excelente disco.


Dona de uma voz bela e suave, a cantora e também atriz, Thalma de Freitas, esbanja talento de sobra por aqui. Nesse, que é o seu primeiro disco solo, a artista flerta acertadamente com o samba e outros gêneros. Nascida em berço musical, Thalma, que desde os 17 anos fazia shows em barzinhos, se mostra uma intérprete muito bem firmada em sua musicalidade. Com um repertório diferenciado e mesclando uma linha que vai do clássico ao contemporâneo, a cantora passeia por compositores como Jacob do Bandolim (Doce de coco) e Kassin (Tranquilo). Faixas como Cordeiro de Nanã, O Samba Taí e Beija-me abrilhantam ainda mais a grande interpretação da artista.


Thalma e sua preciosa voz também fazem parte da Orquestra Imperial, grupo formado por integrantes de peso da nossa cena musical. Revelando muito bem os caminhos que pretendia alcançar, a própria cantora assina a direção artística do seu trabalho, além de ter escolhido sozinha todas as canções do disco. O álbum se traduz numa mistura de bom gosto e sensibilidade, equilibrando, na medida certa, o clássico e o moderno da MPB.

Thalma de Freitas (2004, Cardume / EMI, 19,99) é um disco saboroso, espetacular, diversificado, emocionante. Ao final da última música, sentimos aquela sensação de que queremos mais. São apenas 6 faixas, todas muito bem selecionadas e com uma preciosa voz. Enquanto músicas muito manjadas e batidas e exauridas são cantadas extenuantemente por cantores da nova geração, algumas pérolas são alçadas e transformadas em canções atuais, com melodias novas e harmonia perfeita.


A cantora acertou no tom. Caprichos vão desde a seleção de fotos, da capa, da atmosfera mística e sensível que Thalma sempre peregrinou. Um achado que passou despercebido pela mídia, indico este álbum com toda a certeza de que é um belo disco e uma grandiosa surpresa, tendo em vista que somos acostumados a ver Thalma sempre nos palcos ou nas novelas. Aqui, em seu primeiro disco que leva seu próprio nome, Thalma se supera além das artes. Ela canta e encanta. Emociona sem ser piegas num jeito simples, moderno, ousado e rico.


Dez Estrelas
Marcelo Teixeira.

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