quarta-feira, 22 de maio de 2013

Nathália Lima: de Brasília para o mundo



A melhor voz do Brasil
Brasília, a capital do Brasil, produz um seleiro de cantoras dignas de respeitabilidade mútua perante o mundo. É difícil não depararmos ao menos com uma cantora que não tenha estado em Brasília, passado um tempo em Brasília ou, melhor, ter nascido em Brasília. A efervescência da música aconteceu (e ainda acontece) em Brasília. No final dos anos 1970, predominavam os ritmos regionais como o forró e a música sertaneja e já nesta época, despontava no grupo Secos e Molhados o cantor Ney Matogrosso, que fora profissional da área de saúde na capital federal. No começo dos anos 1980, surgiram várias bandas de rock vindas de Brasília que despontaram no cenário nacional, como Legião Urbana, Capital Inicial e Plebe Rude, todas com influência punk. Na mesma época, um carioca criado em Minas Gerais, Oswaldo Montenegro, se tornava conhecido na cidade, montando espetáculos de cujo elenco fazia parte Cássia Eller, que seria, anos mais tarde, uma das maiores cantoras do Brasil.

Nesta mesma época surgiu, paralelamente ao cenário do rock, o reggae de Renato Matos e outros movimentos culturais que criaram o Projeto Cabeças, de onde surgiram vários artistas de Brasília. Na década seguinte, despontaram o hard core dos Raimundos e o reggae do Natiruts. Alguns músicos e cantores que moraram em Brasília durante esse período foram Ney Matogrosso, Zélia Duncan e membros da Legião Urbana e dos Paralamas do Sucesso.

Brasília produz muita música de qualidade, muitas cantoras respeitadas e admiradas. Mais recentemente, o choro vem ganhando adeptos em Brasília, resultando na criação de clubes de choro, como o Clube de Choro de Brasília. A capital do Brasil também é adepta da bossa nova e por lá vive o grande Roberto Menescal que, juntamente com cantoras do naipe de Márcia Tauil, Sandra Duailibe, Emília Monteiro, Cely Curado e Nathália Lima, fazem de Brasília uma das efervescências mais abundantes e sedutoras que já vi.

Conheci o trabalho e a voz doce de Nathália Lima ao ouvir o disco Ela Cantam Menescal, o que eu apelidei de As Quatro Vozes, por se tratarem de quatro grandes vozes para homenagear um grande compositor. E confesso que me apaixonei por essa cantora, doce, meiga e encantadoramente divina. Nathália Lima tem o dom de exprimir suas qualidades artísticas como quem sabe o que quer, mas também como quem não sabe o tamanho de sua grandeza.

Prestes a lançar um novo disco, Nathália Lima vêm ultimamente se apresentado em shows por Brasília cantando Gonzaguinha e para quem não está na capital brasiliense vale a pena conferir os ensaios que existem pelas redes sociais. Nathália Lima canta interiormente e tentamos descobrir como pensa, sente e age em suas interpretações. Singela, a cantora norteia um repertório com sensibilidade e astúcia e nocauteia-nos com uma voz cristalina. Revela-nos o íntimo da alma, o seu eu interior, suas esperanças, sonhos, ideais, suas motivações: a música. Às vezes é possível que percebamos essa manifestação em sua voz, esse brilho em seu cantar, esse magnetismo sensível que nos passa a emoção maior de sua música e assim não estamos reprimindo os nossos sentimentos e impulsos, pois a música que Nathália Lima canta passa a ser única.

Nathália Lima canta com a feminilidade brasileira que talvez a música exija e consegue com a compreensão e a descoberta de um novo som nos passar algo valioso, atuando como força positiva todo o ambiente em que está. É o prazer em cantar que está presente todas as suas manifestações, em todos os seus poros e em todos os seus trejeitos singulares e mansos. A serenidade de Nathália Lima faz a efervescência cultural de Brasília ser mais rica e dinâmica.


A voz doce de Nathália Lima

Marcelo Teixeira

Um comentário:

Márcia disse...

Que lindo artigo sobre Nathália Lima!