quarta-feira, 31 de outubro de 2012

O futuro de Wanessa


A cantora pop Wanessa
A cantora Wanessa (sem o sobrenome famoso) está começando a cair no meu conceito. Sou uma pessoa exigente musicalmente falando e, em todos os aspectos, não gosto de música teen, nem norte-americana, dando vazão e preferencia à música inteiramente brasileira, ora com pitadas europeias ou de língua castelhana (como faz Marina de La Riva) e quando há a junção das línguas estrangeiras, como fazem as cantoras Bebel Gilberto, Thaís Gullín e Mallu Magalhães. Alguns cantores de excelente gabarito, como Maria Gadú e Lenine, interagem em uma canção ou outra em seus discos com outros idiomas, o que não fica chato, nem muito menos caricato. Mas dedicar sua carreira inteiramente à um estilo que não é o tradicional para poder cair definitivamente nas graças de uma galera nada exigente, que quer apenas dançar, pular e se divertir, sem se interessar pela mensagem da canção, é fazer rir da desgraça alheia e estar no patamar mais elevado para enfim, poder dizer que se tornou uma cantora rica de fãs, rica de personalidade, rica de atitudes e rica de muita burrice.

Assim a cantora Wanessa, que já foi criticada aqui no Mais Cultura! como umas das piores cantoras do Brasil, conseguiu cair no meu conceito: estive verificando sua nova trajetória há quase três meses e confesso que me orgulho em ver que ela saiu da barra da aba da cantora perdida Sandy, para viver o seu mundo, imitando, agora, cantoras de um país que adora eleger as louras ao topo das melhores do mundo, como Adele, Lady Gaga, Madona, Britney Spears. Para tanto, Wanessa tingiu os cabelos de louro, imagino eu que para ser confundida com uma delas futuramente. Sair da aba de Sandy para ser praticamente igual às americanas, é sofrer para não padecer e isso está tirando o meu sono, literalmente. Wanessa não precisava ir tão longe para se igualar às cantoras de um país que por aqui fazem enorme sucesso. Bastava virar a esquina que logo encontrava o seu caminho.

Mas Wanessa foi mais longe: seu idioma agora passa do português ao inglês como num piscar de olhos e sua trupe aumentou (ouvi dizer que já passam de trezentos mil dançarinos no palco para fazerem a volta dela ao show bizz) e sua roupa, seus colares, seu cabelo também mudaram. Se igualar a cantora Sandy não dera muitos frutos, se igualar às americanas, dará? Retirar o famoso sobrenome e dançar ao estilo de Madona a fará mais famosa internacionalmente, com toda a certeza cabível de sustentação de artigos como este, mas dizer que Wanessa será uma das maiores cobiças de cantoras nacionais que deram certo lá fora, isso será impossível. Nem Ivete Sangalo conseguiu este feito.

Que saudades eu tenho de Carmen Miranda, que colocou os EUA, o Brasil e Cuba em suas mãos! Mas deixo um recado à Wanessa: não tente imitar as americanas. Tente imitar a si mesma, assim, a esquina que você poderia entrar, estará totalmente iluminada. Ou não.

 

O futuro de Wanessa

Marcelo Teixeira

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