quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

18º Maior Cantora do Brasil: Wanderléa


A musa dos anos 1960
Sendo uma das principais cantoras dos anos 1960, Wanderléa foi uma sensação à parte para homens de todas as idades e influenciou as mulheres de sua geração por ousar, abusar e inserir na cultura brasileira as famosas minissaias, que viraram febre e sensação de desrespeito pelo clã vanguardista. A cantora saiu de Minas Gerais para se tornar a mais importante cantora da Jovem Guarda. Já aos 10 anos ganhava concursos em rádios e lançou em 1962 o primeiro compacto. No ano seguinte sai o primeiro LP, Wanderléa, pela CBS. Na gravadora conhece Roberto e Erasmo Carlos, com quem passa a apresentar em 1965 o programa Jovem Guarda pela TV Record de São Paulo. Transmitido nas tarde de domingo, o programa teve uma das maiores audiências da época e lançou diversos artistas. Wanderléa e Celly Campelo foram as primeiras estrelas do rock brasileiro. Participou de filmes ao lado de Roberto Carlos e, depois de terminada a Jovem Guarda, continuou a carreira como cantora pop.

Pouca gente sabe, mas Wanderléa já gravou Gonzaguinha, Sueli Costa, Luiz Melodia, Joyce e não apenas a turma do iê-iê-iê. E isto se torna uma preconceito tão gigantesco contra a cantora marcada por uma geração, que chega a ser ridículo. Wanderléa é muito mais que o movimento que a consagrou. Grandes compositores e grandes músicas fizeram parte de sua vida e isso a torna uma das grandes cantoras do Brasil, chegando ao posto de 18º lugar. Ser marcada e reconhecida como uma cantora de um determinado tempo ou período é natural, mas ficar estacionada no tempo, jamais. E Wanderléa não parou no tempo, tanto que até hoje grava discos, DVDs e reúne em seu acervo musical a mais concreta e justa cultura brasileira. Atualmente se apresenta cantando seus maiores sucessos, como Pare o Casamento (versão de Luís Keller), Ternura (Rossini Pinto) e Prova de Fogo (Erasmo Carlos).

 

18º Lugar: Wanderléa

As 30 Maiores Cantoras do Brasil de Todos os Tempos

Marcelo Teixeira

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

19º Maior Cantora do Brasil: Elba Ramalho


Elba entre as melhores
Dona de uma voz inconfundível e de uma musicalidade arrebatadora, Elba Ramalho é considerada a rainha do Nordeste, tamanho a sua popularidade mundo a fora e a sua luta em preservar a sua cultura e seu povo no topo de qualquer parada. Em 1996, recebeu o prêmio de Melhor show do Ano, pela Associação de Críticos de Arte de São Paulo. Em 2008, Elba comemorou trinta anos de carreira, contabilizando mais de seis milhões de cópias vendidas dos trabalhos. É bicampeã do prêmio Grammy Latino, pelos discos: Qual o Assunto Que mais Lhe Interessa?, lançado em 2007 e Balaio de Amor, lançado em maio de 2009, na categoria Melhor Álbum de Raízes Brasileiras - Regional e Tropical. Em 1996, lança o elogiado e bem-sucedido CD Leão do Norte, que marcou a estreia na gravadora BMG e vendeu mais de 300 mil cópias, exaltando a cultura nordestina e pernambucana (com a faixa-título de Lenine e Paulo César Pinheiro). O espetáculo homônimo foi dirigido por Jorge Fernando e obteve relevante sucesso no Brasil inteiro, arrematando o prêmio de Melhor show do ano, pela Associação de Críticos de Arte de São Paulo e também originou um VHS contendo os melhores momentos do espetáculo. Naquele mesmo ano, excursiona com o espetáculo O grande encontro, juntamente com Alceu Valença, Zé Ramalho e Geraldo Azevedo. O primeiro disco da trilogia vende mais de um milhão de cópias, trazendo clássicos da MPB e da música nordestina.

 Em 1997 chegou às lojas o disco Baioque, composto basicamente de regravações de músicas urbanas de autores nordestinos, como Raul Seixas (S. O. S.), Belchior (Paralelas), Ednardo (Pavão misterioso), Zé Ramalho (Vila do sossego), Caetano Veloso (Os argonautas), Gilberto Gil (Vamos fugir), Lenine (Relampiano), Alceu Valença (Ciranda da rosa vermelha), dentre outros; assim como o trabalho anterior, este também foi produzido pelos músicos Robertinho do Recife que também foi responsável por alguns arranjos e regência. O espetáculo bisou a parceria com Jorge Fernando e o sucesso do espetáculo baseado no disco anterior e a reedição deste CD trouxe a faixa-bônus Paris, que não constava da versão original. Graças ao sucesso do projeto O grande encontro, foi lançado um segundo volume do álbum, mas desta vez só não contou com a participação de Alceu Valença, além de excursionar pelo Brasil inteiro; o repertório deste trouxe sucessos dos três artistas.

Em 1998 lança o CD Flor da Paraíba, o último da trilogia produzida por Robertinho de Recife, trazendo algumas regravações e canções inéditas de compositores nordestinos, priorizando canções no estilo do forró. O título do álbum é inspirado em uma dedicatória feita, há muitos anos, pelo cantor e compositor Caetano Veloso, quando a cantora acabara de chegar ao Rio de Janeiro para despontar no meio musical.

Ela Ramalho é uma cantora e atriz brasileira. Vencedora de um prêmio, ainda enquanto atriz, por sua interpretação de O meu amor com Marieta Severo em 1978, sendo esta música de Chico Buarque. Recebeu da Associação de Críticos de Arte de São Paulo prêmio de Melhor Show do Ano, em duas ocasiões: em 1989 pelo show Popular Brasileira e em 1996 pelo show Leão do Norte.

Sua primeira experiência musical veio em 1968, tocando bateria no conjunto feminino As Brasas. Posteriormente, o grupo se transformou de musical para teatral. Contudo, Elba continuou a cantar e a participar de festivais pelo Nordeste brasileiro. Em 1979, lançou seu primeiro álbum, Ave de Prata. Em 2009, Elba fez 30 anos de carreira e celebrou os mais de 6 milhões de discos vendidos.

Por toda a sua música e sua conquista, que Elba Ramalho chega ao décimo nono lugar no ranking das melhores cantoras brasileiras de todos os tempos.

 

19º Lugar: Elba Ramalho

As 30 Maiores Cantoras Brasileiras de Todos os Tempos

Marcelo Teixeira

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

20º Maior Cantora do Brasil: Rita Lee


A mãe do Rock: Rita Lee
Rita Lee Jones Carvalho, mais conhecida como Rita Lee, é uma cantora, compositora, atriz e instrumentista brasileira. Vendeu mais de 65 milhões de cópias de discos, a cantora brasileira que mais vendeu na história da música do país. Ao longo de sua carreira, foi premiada com mais de 30 discos de platina, 10 discos de ouro, 5 de diamante. Por vezes conhecida como Rainha do Rock Brasileiro, Rita Lee construiu uma carreira que começou com o rock, mas que ao longo dos anos flertou com diversos gêneros, como o tropicalismo, o pop rock e a música latina, criando um hibridismo pioneiro entre gêneros internacionais e nacionais. Rita Lee é uma das artistas que mais influenciou os músicos do Brasil que vieram a usar guitarra a partir de meados dos anos 70, sobretudo as mulheres. Ex-integrante de Os Mutantes (1968-1972) e do Tutti Frutti (1973-1978), participou de importantes revoluções no mundo da música e da sociedade em geral. Suas canções, em geral regadas com uma ironia ácida ou com uma reivindicação da independência feminina, têm emplacado nas paradas de sucesso, sendo Ovelha Negra, Mania de Você, Lança Perfume, Esse Tal de Roque Enrow, Agora Só Falta Você, Baila Comigo, Banho de Espuma, Desculpe o Auê, Erva Venenosa, Amor e Sexo, Reza, entre outras, as mais famosas, além de ter lançado um álbum comumente visto como fundamental na história do rock brasileiro, Fruto Proibido (1975), considerado por alguns como sua obra-prima.

Com uma carreira que quase alcança os 50 anos, Rita Lee passou da inovação e do gueto musical do final dos anos 60 e anos 70 para as baladas românticas de muito sucesso nos anos 80 e já cantou com praticamente todos os músicos mais prestigiados do país, de Elis Regina a Cássia Eller. Em 1976, ela começou um relacionamento com o guitarrista Roberto de Carvalho e desde então ele tem sido o parceiro de suas mais canções e a acompanhou em todas suas apresentações ao vivo. O casal se casou no civil em 1996. Ambos tiveram o filho Beto Lee, também guitarrista, que tem tocado com os pais. Rita Lee também é vegetariana e defensora dos direitos dos animais.

Com tantas polêmicas envolvendo a sua pessoa (cujo o Mais Cultura! esteve presente para registrar as suas ultimas peripécias), Rita Lee é e sempre será a verdadeira rainha do rock brasileiro. E é por tudo o que esta grande cantora fez para a cultura brasileira, que Rita ocupa o vigésimo lugar na lista das maiores cantoras que este Brasil já produziu.

 

20º Lugar: Rita Lee

As 30 Maiores Cantoras do Brasil de Todos os Tempos

Marcelo Teixeira

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

21º Maior Cantora do Brasil: Joyce


A cantora Joyce
Com discos sensacionais e com a mistura entre jazz, bossa nova e música popular, Joyce (que agora assina Moreno), começou sua carreira de cantora, violonista e compositora em 1968, com o lançamento de seu primeiro disco, Joyce. Nos anos 70 fez algumas gravações e participou de festivais, mas o sucesso veio verdadeiramente em 1980, com a música Clareana (com Maurício Maestro) no festival de MPB. O LP Feminina teve êxito numa época em que não havia na música brasileira muitas mulheres compositoras que cantassem e se acompanhassem ao violão. No início da década de 80 lançou seus discos de maior sucesso, como Água e Luz e Tardes Cariocas. Nos anos 90 sua música estourou nas pistas de dança da Europa, principalmente Inglaterra, desencadeando um ressurgimento da música brasileira no exterior, agora voltada para um novo público, algo vagamente batizado de new bossa ou drum'n'bossa.

Com isso, seus discos dos anos 70 e 80 foram reeditados em CD, mas alguns deles não são distribuídos no Brasil. Atualmente faz turnês mundiais bem-sucedidas, e tem lançado discos com músicas inéditas e coletâneas. Algumas de suas músicas mais famosas são Feminina, Monsieur Binot e Mistérios (com Maurício Maestro). Com tantos atributos, Joyce Moreno chega ao 21º lugar na lista das 30 Maiores Cantoras do Brasil de Todos os Tempos com pompa e a maestria de uma grande dama da música popular brasileira.

 

21º Lugar: Joyce Moreno

As 30 Maiores Cantoras do Brasil de Todos os Tempos

Marcelo Teixeira

 

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

22º Maior Cantora do Brasil: Dalva de Oliveira


Dalva, a Rainha da Voz
Sua vida poderia ser um desses folhetins baratos, daqueles que se folheiam e depois são atirados na lata de lixo mais próxima. Qual o quê! É um romanceiro, piegas às vezes, mas quase sempre denso, e nunca monótono. Nasceu Vicentina Paula de Oliveira, nome banal para quem iria fazer o Brasil inteiro atirar-se a seus pés, com sua voz filetada a ouro, estilhaçadora de cristais, predestinada a cantar sob uma eterna luz de um abajur lilás. Sua vidinha de menina pobre poderia se contada em vinte ou duzentas laudas, sem que ninguém confiasse numa vírgula que fosse relatado. A receita que lhe foi dada pelo destino, convenhamos, era amarga: foi ser faxineira, costureira - tudo bem, profissões dignas. Mas uma quase cegueira? logo naqueles olhos verdes da mulata, tão cismadores e fatais? Passagem por orfanato, infância com poucos brinquedos, mas, felizmente, com muita música. A vida lhe reservaria algumas tragédias. Mas podemos fotografá-la em muitos momentos: cantando, por exemplo, no alto de um banquinho, acompanhada pelo pai, e depois sob a lona de circos, já adulta. Nada fazia prever que aqueles olhos verdes iriam cegar multidões. Fez-se cantora por vocação, e quase nunca feliz por desíginio. Juntou-se a dupla Preto e Branco, para depois formar o célebre Trio de Ouro, logo sintonizado por Villa-Lobos que, pelos quatro cantos, espalhava que ali estava a maior cantora do Brasil. O branco da antiga dupla, é bom que se esclareça, era Herivelto Martins. Um dos maiores compositores brasileiros de todo os tempos. Com que, aliás, se casou e teve dois filhos, Pery e Ubiratan. Pery herdaria a voz e os olhos da mãe, e o imenso talento do pai. É bom não esquecer que o negro da dupla era Nilo Chagas, que, igual a Ismael Silva, era conhecido também como um negro de alma branca - sem atinar para a carga pejorativa desse aparente elogio.

A ruptura do casamento de Herivelto e Dalva foi manchete escandalosa de todos os jornais e provocou  a mais polêmica das polêmicas musicais já acontecidas no Brasil. Desfeito o Trio de Ouro em 1949, Dalva assume sua carreira solo. Se Francisco Alves era o Rei da Voz, faltava uma rainha para o trono. Dalva, claro. As prensas da Odeon eram insuficientes para atender aos sucessos que jorravam de sua voz, de agudos fulminantes. Enquanto isso, Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim escrevia alguns arranjos para ela. A partir de 1951, praticamente não se ouvia outra voz nas paradas de sucesso - apesar das estrelíssimas Linda e Dircinha Baptista, do surgimento de Emilinha Borba e Marlene que, aliás, lhe entregaria o cetro e o trono de Rainha do Rádio, e que seria um dia entregue a uma outra mulata, igual a Dalva, modesta, chamada Ângela Maria.

Amores, desditas, tragédias, quem não as teve? Dalva sabia como desatinar sua vida, arebanhar inquietações, jogar seu barco na tempestade. A imprensa continuava monitorando sua vida e seu copo, e um fato novo novamente a coloca nas manchetes dos jornais: um desastre pavoroso em seu carro deixa, em agosto de 1965, um rastro de mortos no caminho, e aquela mulher de baixa estatura, cabelos agora alourados, vê-se atirada, agonizante, num hospital. Todo o país fica com a respiração suspensa, uma pergunta sufocando as gargantas: voltaria a cantar? Escapou e, com seu novo e jovem amor, voltou para seu Shangri-lá na rua Albano, que sofreria uma reforma inacabável. Do acidente sobrou uma cicatriz, rasgando-lhe o rosto. os tempos eram outros, uma nova geração surgia e sobrou pouco espaço para aquela voz embargada de lágrimas e soluços, com o sentimento transbordando à flor dos ossos.

Poucas cantoras atingiram uma escala de empatia com o público como Dalva. Com a bebida pontuando sua vida, ela fez-se refletir no espelho das canções que, de alguma forma, rasuravam suas desditas. Mas sempre reverenciando seu público, as mãos cruzadas sobre o peito, num discurso sincero, cujo se tornou celebre: É como sempre digo, eu não tenho fãs, tenho amigos. Obrigada. Rica às vezes, infeliz quase sempre, andando de ônibus no final da vida - ela se autobiografa modestamente em seu folhetim, ocultando ter sido quem realmente foi: não somente Rainha, mas Porta-Voz de todos aqueles que ficaram à margem da vida.

Vida que ela a deixou às 17:15 horas de um 31 de agosto de 1972, espalhando um rastro de luz e um fio de voz que, até hoje, se esparrama qual um prisma luminoso sobre todas as vozes que, de alguma forma, foram embebedar-se em seu coração.

Chegando sorrateiramente ao vigésimo segundo lugar na lista das 30 Maiores Cantoras de Todos os Tempos, Dalva de Oliveira representou os amores e decepções e felicidades que toda a mulher de seu tempo seria capaz de carregar dentro de um único corpo, fazendo destas desgraças sua maior felicidade ao cantar a sua verdade. Sua verdadeira verdade.

 

22ª Lugar: Dalva de Oliveira

As 30 Maiores Cantoras de Todos os Tempos.

Marcelo Teixeira

 

 

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

23º Maior Cantora do Brasil: Nana Caymmi


 

Nana Caymmi, a filha ilustre
Filha ilustre de Dorival Caymmi e Stella Maris, irmã de Danilo e Dori Caymmi, cresceu numa das famílias mais musicais do Brasil. Começou a cantar ainda muito jovem, adotando desde cedo uma técnica particular para valorizar seu timbre grave. Chegando com categoria ao trigésimo lugar na lista das 30 Maiores Cantoras de Todos os Tempos, Nana ainda mantém uma técnica vocal das mais vibrantes que o Brasil ainda considera uma das maiores vozes. Viveu em uma época em que mulheres não gravavam discos, não cantavam durante a noite e não podiam ficar na rua até tarde e é justamente indo contra a todos estes impropérios, que Nana Caymmi se tornou cantora e das mais valentes, ganhando, em 1976, o Troféu Villa-Lobos de melhor cantora do ano. Cantando o amor, as decepções, o romantismo, Nana tem em seu currículo discos sensacionais, sendo ovacionada dentro e fora do país.

Em 1960, registrou sua primeira atuação em estúdio, participando da faixa Acalanto (Dorival Caymmi), no LP de seu pai, que compôs a canção em sua homenagem, quando a cantora era ainda criança. Lançou, também, seu primeiro disco solo, um 78 rpm, contendo as músicas Adeus (Dorival Caymmi) e Nossos beijos (Hianto de Almeida e Macedo Norte). No dia 26 de abril desse mesmo ano, assinou contrato com a TV Tupi, apresentando-se no programa Sucessos Musicais, produzido por Fernando Confalonieri. Em seguida, passou a apresentar, acompanhada pelo irmão Dori, o programa A Canção de Nana, produzido por Eduardo Sidney.

Após um jejum de oito anos no mercado fonográfico brasileiro, lançou, em 18 de junho de 1975, na Sala Corpo e Som, do Museu de Arte Moderna (RJ), o LP Nana Caymmi (CID). O disco alcançou o 77º lugar no Hit Parade Carioca, uma semana após o lançamento. Fez, ainda, uma temporada, no mês de julho, na boate Igrejinha (SP), sendo citada por Tárik de Souza, no Jornal do Brasil, como a Nina Simone brasileira e provocando a admiração de Caetano Veloso, que considerou sua interpretação de Medo de amar (Vinícius de Moraes) uma das mais expressivas da música brasileira.

Em 1980, comandou Nana Caymmi e seus amigos muito especiais, série de shows apresentados às segundas-feiras, no Teatro Villa-Lobos, com a participação de Isaurinha Garcia, Rosinha de Valença, Cláudio Nucci, Zezé Mota, Zé Luiz, Fátima Guedes, Sueli Costa, Jards Macalé e Claudio Cartier, entre outros. Fez temporada no Chico’s Bar, anexo do Castelo da Lagoa (RJ) e realizou espetáculo de lançamento do disco Mudança dos ventos (Odeon), viajando em turnê de shows pelo país. Participou, ao lado do Boca Livre, do Projeto Pixinguinha.

Em 1981, Canção da manhã feliz (Haroldo Barbosa e Luiz Reis), na voz da cantora, foi incluída na trilha sonora da novela Brilhante (TV Globo). Seu espetáculo, na Sala Funarte, foi apontado pelo Jornal do Brasil como um dos dez melhores do ano.

Em 1982, apresentou-se em Algarve (Portugal). Realizou uma participação na novela Champagne (TV Globo), representando a si mesma e cantando Doce presença (Ivan Lins e Victor Martins), ao lado do pianista Edson Frederico. A canção foi incluída na trilha sonora da novela. No ano seguinte, gravou, com César Camargo Mariano, o LP Voz e suor (Odeon). Apresentou-se, ao lado do pianista, no 150 Night Club (SP), para lançamento do disco.

Em 2004, em comemoração ao 90º aniversário do pai, lançou, com os irmãos Dori e Danilo, o CD Para Caymmi, de Nana, Dori e Danilo, contendo exclusivamente canções de Dorival Caymmi: Acontece que eu sou baiano, Severo do pão/O samba da minha terra, Vatapá, Você já foi à Bahia?, Requebre que eu dou um doce/Um vestido de bolero, Lá vem a baiana, A vizinha do lado/Eu cheguei lá, O que é que a baiana tem?, Dois de fevereiro/Trezentos e sessenta e cinco igrejas, Saudade da Bahia, O dengo que a nega tem, São Salvador, Eu não tenho onde morar/Maracangalha e Milagre. Os arranjos do disco foram assinados por Dori Caymmi. Em 2005, lançou, ao lado de Nana Caymmi, Danilo Caymmi, Paulo Jobim e Daniel Jobim, o CD Falando de amor, sobre a obra de Tom Jobim. Os músicos Jorge Hélder (baixo) e Paulinho Braga (bateria) participaram das gravações.

Com tantos prêmios e reconhecimentos, Nana Caymmi merecia o vigésimo terceiro lugar na lista das 30 Maiores Cantoras de Todos os Tempos.

                                     

23º Lugar: Nana Caymmi

As 30 Maiores Cantoras de Todos os Tempos

Marcelo Teixeira

 

 

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

24º Maior Cantora do Brasil: Leny Andrade


Espetacular, sublime e única
Considerada uma das melhores cantoras de todos os tempos da MPB por admiradores do mundo todo (principalmente os americanos), Leny Andrade é considerada por muitos como uma cantora brasileira de jazz. Nascida no Rio de Janeiro, Leny começou a estudar piano aos seis anos de idade. Em seguida apresentou-se em programas de calouros em rádios e ganhou uma bolsa de estudos para o Conservatório Brasileiro de Música. Aos 15 anos estreou profissionalmente como crooner da orquestra de Permínio Gonçalves. Mais tarde cantou nas boates Bacará (com o trio de Sergio Mendes) e Bottle's Bar. Em 1965 alcançou grande sucesso no show Gemini V atuando com Pery Ribeiro e o Bossa Três na boate Porão 73, lançado em disco gravado ao vivo. Depois de uma temporada de sucesso na Argentina, foi para o México, onde viveu por cinco anos. Gravou discos mais chegados ao samba e à música de vanguarda, nos anos 70, como Alvoroço (73) e Leny Andrade (75).

Em 79, na Columbia, gravou o LP Registro, voltando ao samba-jazz, seara muito particular que Leny sempre dominou com maestria. Cantando ao lado de artistas como Dick Farney, Luiz Eça, Wagner Tiso, Eumir Deodato, Francis Hime, Gilson Peranzzetta e João Donato, Leny Andrade firmou-se como a maior cantora brasileira de jazz, conhecida por sua notável capacidade de improvisação. Nas décadas de 80 e 90 dividiu-se entre o Brasil e os Estados Unidos, onde gravou vários discos de samba-jazz, dentre os quais o clássico Luz Neon, pela Eldorado. Dedicou ainda discos a compositores de samba, como Cartola e Nelson Cavaquinho. Lançou também CDs em parceria com instrumentistas de prestígio, como Cesar Camargo Mariano (Nós), Cristóvão Bastos (Letra & Música/Tom Jobim) e Romero Lubambo (Coisa Fina). Gravou ainda um CD apenas com standards norte americanos, em ritmo de bossa nova (Embraceable You).

Por toda a sua maestria e capacidade de encantar o mundo, Leny chega ao 24ª lugar na lista das 30 Maiores Cantoras de Todos os Tempos.

 

24º Lugar: Leny Andrade

As 30 Maiores Cantoras de Todos os Tempos

Marcelo Teixeira

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

25º Maior Cantora do Brasil: Zélia Duncan


Zélia entre as melhores
Zélia entra, definitivamente, para o panteão das maiores cantoras brasileiras de todos os tempos com este disco maravilhoso e meio retro transgressor, se bem me entendem. Ela se transforma em todas aquelas iguanas caleidoscópias já citadas, mas continuando ela mesma em essência, forma e risco. A palavras citadas nesta abertura, são de Hermínio Bello de Carvalho, um anfitrião das estrelas da música popular brasileira, como Clara Nunes, Elizeth Cardoso, entre outras. A cantora e compositora Zélia Duncan, nasceu na cidade de Niterói, que se localiza no estado do Rio de Janeiro, no ano de 1964, com o nome completo de Zélia Cristina Gonçalves Moreira. Começou sua carreira com 16 anos, no ano de 1981, em Brasília, onde ela morava e seus maiores incentivadores foram, sua mãe e sua avó. Nessa década (80), não fez muito sucesso, pois não lançou nenhum disco. Só em 1990, foi que lançou seu primeiro disco, que se chamava, Zélia Cristina – Outra Luz, lançado pela gravadora Eldorado, esse disco não mexeu muito com sua carreira, não fazendo muito sucesso. Mas ele possui faixas de muito boa qualidade, como as músicas Outra Luz e Prove.

Já em 1994, ela lançou seu segundo disco, que se chama Zélia Duncan, lançado pela gravadora WEA. Foi esse disco que lançou Zélia Duncan para o sucesso, principalmente por causa das músicas Catedral, Nos Lençóis desse Reggae e O Meu Lugar. A música Catedral, foi inspirada em uma viagem feita pela cantora a Abu Dhabi, a capital dos Emirados Árabes Unidos, em 1991. Ela se inspirou nos desertos que ali se localizam, fazendo então, aqui no Brasil, junto com seu amigo Christiaan Oyens, essa bela música. A música O Meu Lugar foi feita nessa viagem.

Dois anos após o sucesso em 1994 com Zélia Duncan, Zélia lança o álbum Intimidade, em 1996, também lançado pela WEA. Ele é seu segundo disco de sucesso. E o sucesso para esse disco, dedica-se há música Enquanto Durmo que, com o clipe dessa música, foi indicada para cinco (5) prêmios no Vídeo Music Brasil 97, realizado pelo emissora de televisão MTV. O principal prêmio a que foi indicada é o de Melhor videoclipe do ano de 1997. Mas ela não ganhou nenhum dos prêmios a que fora indicada.

Já começando a se acostumar com o sucesso, Zélia Duncan estreia em Outubro de 1998 outro álbum , este chamado de Acesso. É uma grande surpresa este disco, pois suas faixas mostram um ritmo diferente de uma cantora que é considerada da MPB. Mas isso é o de menos, o que importa é que este é mais um grande sucesso que tem como faixas principais as músicas, Toda Vez, Verbos Sujeitos, Depois do Perigo e Quase sem querer, que é uma regravação da bela música de Renato Russo. Acesso foi muito elogiado pelos críticos e, por poucos, ele acaba sendo rejeitado.

Em 2001, após 3 anos parada em gravações que levam seu nome, pois participou do álbum O Som do Sim, de Herbert Vianna, e do consagrado Acústico MTV Capital Inicial (2000), Zélia acaba a gravação de seu quinto trabalho Sortimento em Abril de 2001, e rapidamente é levada em destaque pelas rádios com a música Me Revelar, e por emissoras, como MTV Brasil, que separa um espaço exclusivo em seus programas para a cantora e compositora. Desta vez ZD resolveu utilizar, em maioria, letras de amigos/convidados, mas deixa sua marca em Eu Me Acerto, exclusiva dela, e a própria Me Revelar, junto a seu amigo e produtor Christiaan Oyens.

Em Abril de 2002, a cantora lançou Sortimento e show de mesmo nome, que teve excelente repercussão nacional. Além de lançar neste mesmo ano o videoclipe da música Me Revelar, sendo indicada para o Video Music Brasil 2002 (VMB 2002) na categoria Fotografia, mas não venceu. As músicas Me Revelar e Alma tocaram muitas vezes nas rádios e programas televisivos brasileiros.

Por todos estes adjetivos, sendo considerada por muitos como uma das grandes revelações da MPB, sendo considerada por inúmeras pessoas como uma das mais vertentes roqueiras e defensoras da música contemporânea e de resgatar pérolas de grandes cantores esquecidos pela mídia, que Zélia Duncan entra para o rol das grandes cantoras de todos os tempos, ocupando o 25º lugar.

 

25º Lugar: Zélia Dunca

As 30 Maiores Cantoras do Brasil de Todos os Tempos

Marcelo Teixeira

 

 

 

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

26º Maior Cantora do Brasil: Elza Soares


A grande Elza Soares
Considerada a primeira e única voz do século pela rede BBC de Londres, Elza Soares nasceu em 23 de Junho de 1937 no Rio de Janeiro. Filha de uma lavadeira e de um operário, foi criada na favela de Água Santa, subúrbio de Engenho de Dentro. Cantava, desde criança, com a voz rouca e o ritmo sincopado dos sambistas de morro. Aos 12 anos, já era mãe e aos 18, viúva. Foi lavadeira e operária numa fabrica de sabão e, com 20 anos aproximadamente, fez seu primeiro teste como cantora, na academia do professor Joaquim Negli, sendo contratada para cantar na Orquestra de Bailes Garan e a seguir no Teatro João Caetano. Em 1958, foi a Argentina com Mercedes Batista, para uma temporada de oito meses, cantando na peça Jou-jou frou-frou. Quando voltou, fez um teste para a Rádio Mauá, passando a se apresentar de graça no programa de Hélio Ricardo. Por intermédio de Moreira da Silva, que a ouviu nesse programa, foi para a Rádio Tupi e depois começou a trabalhar como crooner da boate carioca Texas, no bairro de Copacabana, onde conheceu Silvia Teles e Aluísio de Oliveira, que a convidou para gravar.

No seu primeiro disco, gravado em 1960, pela Odeon, cantou Se acaso você chegasse (Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins), alcançando logo grande sucesso. Esse samba fez parte de seu primeiro LP, com o mesmo titulo da música. A seguir, foi para São Paulo SP, para trabalhar no show Primeiro festival nacional de bossa nova, no Teatro Record e na boate Oásis, gravando depois seu segundo LP, A bossa negra. Em 1962, como artista representante do Brasil na Copa do Mundo, que se realizava em Santiago, Chile, cantou ao lado do representante norte-americano, Louis Armstrong. Nessa época ficou conhecendo o futebolista Garrincha, com quem casaria mais tarde. No ano seguinte, gravou pela Odeon o LP Sambossa, tendo como destaque as músicas Rosa morena (Dorival Caymmi) e Só danço samba (Tom Jobim e Vinícius de Moraes); e, em 1964, lançou pela Odeon Na roda do samba (Orlandivo e Helton Meneses), faixa-título do LP.

Realizando inúmeras apresentações pelo Brasil e nas emissoras de televisão, os LPs se sucederam: em 1965, foi a vez de Um show de beleza, pela Odeon, com, entre outras, Sambou, sambou (João Melo e João Donato), e Mulata assanhada (Ataulfo Alves); em 1966, saiu pela mesma gravadora o LP Com a bola branca, onde cantou Estatuto de gafieira (Billy Blanco) e Deixa a nega gingar (Luís Cláudio). Apresentou-se, em 1967, no Teatro Santa Rosa, no show Elza de todos os sambas, e, novamente pela Odeon, gravou em 1969, o LP Elza, Carnaval & Samba, cantando sambas-enredo, como Bahia de todos os deuses (João Nicolau Carneiro Firmo, o Bala, e Manuel Rosa) e Heróis da liberdade (Silas de Oliveira, Mano Décio da Viola e Manuel Ferreira). Em 1970 foi para a Itália, apresentando-se no Teatro Sistina, em Roma, e gravando Que maravilha (Jorge Ben e Toquinho) e Mascara negra (Zé Kéti).

Nesse mesmo ano, gravou o LP Sambas e mais sambas, pela Odeon, interpretando músicas como Maior é Deus (Fernando Martins e Felisberto Martins) e Tributo a Martin Luther King (Wilson Simonal e Ronaldo Bôscoli). De volta ao Brasil, em 1972, lançou, pela mesma etiqueta, o LP Elza pede passagem, onde interpretou Saltei de banda (Zé Rodrix e Luís Carlos Sá) e Maria-vai-com-as-outras (Toquinho e Vinícius de Morais), e apresentou-se no teatro carioca Opinião, no show Elza em dia de graça. Ainda nesse ano, passou uma temporada realizando um show no navio italiano Eugênio C, fez um espetáculo de duas semanas na boate carioca Number One, cantou no Brasil Export Show, realizado na cervejaria Canecão, do Rio de Janeiro, e recebeu o diploma de Embaixatriz do Samba, do conselho de música popular do Museu da Imagem e do Som, do Rio de Janeiro.

Em 1973, gravou o LP Elza Soares, pela Odeon, cantando Aquarela brasileira (Silas de Oliveira) e Pranto de poeta (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito); e apresentou-se no show Viva Elza, que estreou no T.B.C., na capital paulista, e que depois foi levado em vários Estados. Nos dois anos seguintes, lançou pela Tapecar mais dois LPs, Elza Soares, com Bom-dia, Portela (Davi Correia e Bebeto de São João) e Chamego da crioula (Zé Di); e Nos braços do samba, com faixa-título de Neoci Dias e Dida. Gravou ainda Pilão+Raça=Elza (1977), Somos todos iguais (1986) e Voltei (1988). A partir de 1986, com a morte de Garrinchinha, seu filho com o jogador de futebol Garrincha (1933 – 1983), passou nove anos na Europa e nos EUA. De volta ao Brasil, gravou em 1997 o CD Trajetória, só de sambas, com músicas de Zeca Pagodinho, Guinga e Aldir Blanc, Chico Buarque, Noca da Portela, Nei Lopes e outros.

Chegando ao 26º lugar na lista das 30 Maiores Cantoras do Brasil de Todos os Tempos, Elza Soares se mostrou uma cantora de fibra, coragem e muita ousadia, marcando para sempre a sua geração e todas as gerações seguintes.

 

26º Lugar: Elza Soares

As 30 Maiores Cantoras do Brasil de Todos os Tempos

Marcelo Teixeira

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

27º Maior Cantora do Brasil: Daniela Mercury


A cantora baiana Daniela Mercury
Daniela Mercury é uma das maiores cantoras, e mais famosas de axé music, e é conhecida como a rainha deste gênero musical, detentora de um Grammy Latino, por seu álbum Balé Mulato, recebeu também seis Prêmios TIM de Música, um prêmio pela APCA, três prêmios Multishow e dois prêmios pelo VMB, de melhor videoclipe e fotografia. Desde 1991 até hoje, Daniela lançou diversos álbuns e singles (sendo 14 em primeiro lugar e 24 Top 10), vendendo mais de 20 milhões de discos em todo o mundo. Chegou a gravar um DVD comemorativo de 25 anos do Cirque du Soleil e fez parte do Festival de Jazz de Montreal. Além disso, Mercury foi convidada para participar do DVD de Alejandro Sanz, e cantar com Paul McCartney, em Oslo, na Noruega, durante a entrega do Prêmio Nobel da Paz.

O primeiro álbum de Daniela, que leva o nome como título, foi lançado em 1991 pela gravadora independente Eldorado. Deste, foram lançadas para as rádios as canções Swing da Cor, o primeiro single de Daniela a chegar ao topo da parada brasileira, e Menino do Pelô, ambas gravadas com o bloco-afro Olodum. No ano seguinte, desligou-se da gravadora e, desde então, produz os próprios álbuns para depois negociar a distribuição dos mesmos com as gravadoras que estejam interessadas. Em 1992 apresentou-se no projeto Som do Meio Dia no Museu de Arte de São Paulo. O show reuniu mais de trinta mil espectadores, o que acabou por deixar o trânsito engarrafado nas imediações do local. Após quarenta minutos de show, Mercury foi retirada do palco por representantes da secretaria de turismo de São Paulo, que, preocupados com a estrutura do museu, obtiveram uma ordem da polícia militar para retirá-la do local.

Alguns consideram que O Canto da Cidade foi o precursor do movimento samba-reggae, logo chamado de axé music, ganhando força em todas as regiões do país e permitindo que outros artistas do gênero, tivessem destaque no cenário musical brasileiro. Acredita-se que, também, a partir deste álbum que o carnaval da Bahia passou a ter divulgação maciça na mídia. Daniela experimentou, durante este período um auge de popularidade pouco visto na história da indústria musical brasileira, sendo apelidada de furacão da Bahia e rainha do axé.

Logo após o show, Mercury foi contratada pela gravadora Sony Music e através desta lançou o segundo álbum solo, O Canto da Cidade. O álbum vendeu mais de dois milhões de cópias no Brasil, fazendo com que Mercury se tornasse a segunda intérprete feminina a atingir tal feito, e produziu sucessos como O Mais Belo dos Belos, Batuque, Você Não Entende Nada e a faixa-título do álbum, todos alcançaram o topo da parada oficial. As canções Só Pra Te Mostrar, um dueto com Herbert Vianna, e Bandidos da América fizeram um sucesso moderado nas rádios brasileiras, atingindo as posições de número nove e vinte um na parada, respectivamente.

Com tantos atributos e honrarias, Daniela Mercury, o furacão da Bahia, chega a ocupar o vigésimo sétimo lugar em uma lista seleta por cantoras responsáveis por colocar o Brasil como a estação primeira das melhores do mundo.

 

27º Lugar: Daniela Mercury

As 30 Maiores Cantoras do Brasil Todos os Tempos
Marcelo Teixeira

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

28º Maior Cantora do Brasil: Emilinha Borba


A eterna rainha do rádio
Considerada a Rainha do Rádio por unanimidade, Emilinha Borba marcou uma geração, desfilou com os melhores colares, brigou com celebridades como Lindinha Batista, foi amiga de Ângela Maria e Carmen Miranda e morreu sozinha. Mas o brilho de seu canto não se apagará nunca, pois Emilinha Borba será sempre Emilinha Borba, a Rainha do Rádio. Em 1949, Emilinha já era a maior estrela da Rádio Nacional, mas as irmãs Linda Batista e Dircinha Batista eram também muito populares, e as vencedoras, por anos consecutivos, do concurso para Rainha do Rádio. Este torneio era coordenado pela Associação Brasileira de Rádio, sendo que os votos eram vendidos com a Revista do Rádio e a renda era destinada para a construção de um hospital para artistas. Neste ano Emilinha gravou a marcha Chiquita Bacana (ganhando o primeiro lugar nas paradas de sucesso) e passou a ser considerada a vencedora do concurso. Entretanto, Marlene, uma cantora novata apareceu e venceu o concurso de forma espetacular. Para tal, recebeu o apoio da Companhia Antarctica Paulista. A empresa de bebidas estava prestes a lançar no mercado um novo produto, o Guaraná Caçula, e, atenta à popularidade do concurso, pretendiam usar a imagem de Marlene, Rainha do Rádio, como base de propaganda de seu novo produto, dando-lhe, em troca, um cheque em branco, para que ela pudesse comprar quantos votos fossem necessários para sua vitória. Assim, Marlene foi eleita com 529.982 votos. Desse modo, originou-se a famosa rivalidade entre os fãs de Marlene e Emilinha, uma rivalidade que, de fato, devia muito ao marketing e que contribuiu expressivamente para a popularidade espantosa de ambas as cantoras pelo país. Só em 1953, Emilinha foi finalmente coroada como Rainha do Rádio, unicamente com o apoio popular. A quantidade de votos que lhe deu a vitória era maior que a das outras concorrentes somadas. Depois de fazer um estrondoso sucesso, Ângela Maria ocupou o lugar de Emilinha na preferencia musical dos fãs, não perdendo, assim, a sua credibilidade. Emilinha Borba foi uma grande vencedora e guerreira de seu tempo.

 

28º Lugar: Emilinha Borba

As 30 Maiores Cantoras de Todos os Tempos

Marcelo Teixeira

 

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

29º Maior Cantora do Brasil: Simone


Simone e seu romantismo
Na história da MPB a tradição romântica de Simone foi intensificada nos anos 1980 e os temas de amor romântico e paixão, foram amplamente explorados por diversos cantores e compositores. Simone, que desde o início da carreira interpretou predominantemente canções românticas, figura dentre elas e é por isso que ela entra na categoria de cantora romântica. O repertório abrange mais de 380 interpretações, um dos mais vastos e diversificados dentre as vozes femininas, compondo um verdadeiro mosaico de estilos. O amor romântico ou idealizado, a paixão, (Começar de Novo, Jura Secreta, Corpo, Medo de Amar nº 2, Raios de luz, Lenha), o samba (O Amanhã, Disputa de Poder, Ex-amor) e a religiosidade (Cantos de Maculelê, Reis e rainhas do Maracatu, Então é Natal, Ave Maria, Jesus Cristo) são os mais recorrentes na obra. Ao longo da infância e juventude as principais referências deste repertório romântico foram Roberto Carlos, Milton Nascimento e Maysa Matarazzo, de quem é grande fã e que grande influência exerceu na carreira, Dolores Duran, Ângela Maria, Nora Ney e Elizeth Cardoso -- as maiores expoentes do gênero samba-canção ou fossa. O gênero, comparado ao bolero, pela exploração e exaltação do tema amor-romântico ou pelo sofrimento de um amor não realizado, foi chamado também de dor-de-cotovelo.

O samba canção (surgido na década de 1930) antecedeu o movimento da bossa nova (surgido ao final da década de 1950, em 1957), com o qual Maysa já foi identificada. Mas este último, herdeiro do jazz norte-americano, representou um refinamento e uma maior leveza nas melodias e interpretações em detrimento do drama e das melodias ressentidas, da dor-de-cotovelo e da melancolia. O legado de Maysa, ainda que aponte para dívidas com a bossa, é o de uma cantora mais dramática e a voz é mais arrastada do que as intérpretes da bossa e por isso aproxima-se antes do samba-canção e do bolero. O declarado gosto pessoal da cantora por boleros advém desta herança musical. Ao lançar o CD Fica Comigo Esta Noite, comentou que bolero é bolero, o que é fácil é fácil.

Já como intérprete, Ivan Lins, Vitor Martins, Milton Nascimento, Fernando Brant, Paulo César Pinheiro, Gonzaguinha, Chico Buarque, Martinho da Vila, Fátima Guedes, João Bosco, Aldir Blanc, Isolda, Roberto Carlos, Hermínio Bello de Carvalho, Paulinho da Viola, Sueli Costa e Abel Silva são os compositores com maior número de interpretações na sua voz. O repertório atual inclui ainda Zélia Duncan, Cássia Eller, Adriana Calcanhotto, Aldir Blanc, Joyce, Martinho da Vila, Ivan Lins, Paulinho da Viola, Zeca Pagodinho e Lenine.

Simone é uma das grandes cantoras deste país, sem sombra de dúvidas e precisamos manter viva esta categoria a qual ela pertence.

 

29º Lugar: Simone

As 30 Maiores Cantoras do Brasil de Todos os Tempos

Marcelo Teixeira

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

30º Maior Cantora do Brasil: Sandra de Sá


 

Sandra de Sá entre as melhores
Considerada a rainha da Música Preta Brasileira, Sandra de Sá tem sua africanidade literalmente na veia. Neta de um cabo-verdiano, assimilou o gingado e o ritmo dos seus ancestrais que com certeza muito a inspiraram; e como ela mesma costuma dizer, na sua família quem não é músico, é musical. Seu pai era baterista e com a família formava bandas para tocar no carnaval. Ainda criança, eles a levavam aos clubes; enquanto eles tocavam, ela brincava com os primos e amigos. Mais tarde, o destino eram os bailes. Aprendeu sozinha a tocar violão e a partir daí ninguém mais a segurou. Começou a compor suas músicas e colocar pra fora, toda a sua criatividade, traduzida em conscientização social.  Sandra sempre participava de festivais pelo Rio de Janeiro levada pela amiga Fafy Siqueira.

No último período da faculdade de psicologia conquistou o sucesso pra valer como cantora e compositora em 1980 quando participou do festival MPB 80 da Rede Globo. Sua música Demônio Colorido ficou entre as dez finalistas. Sandra acumulou vários prêmios ao longo desses 32 anos de sucesso, traçando também sua carreira internacional. E assim foi traduzida por Nelson Motta um dia: …Sandra de Sá afina como uma das mais expressivas cantoras brasileiras do nosso tempo.

O timbre e a potência de sua voz são inconfundíveis, únicos no Brasil. A originalidade e a personalidade, trazem na voz a assinatura única de Sandra de Sá. O CD AfricaNatividade (Cheiro de Brasil), concorreu em 2010 ao Grammy Latino de Melhor Álbum de Pop Contemporâneo Brasileiro. Esse disco com músicas inéditas foi o primeiro produzido pela própria Sandra. Nos arranjos, ela reforça seus laços culturais e musicais entre o Brasil e a África. Em 2001 já havia participado da edição Rio e em 2006 soltou a voz no Rock in Rio Lisboa. Em 2011, na volta do Rock in Rio ao Brasil, cantou ao lado de Bebel Gilberto, homenageando Cazuza; velhos amigos.

Sandra está como diretora da UBC (União Brasileira de Compositores) no resgate do respeito ao autor. Junto com outros artistas e produtores musicais lutou pela aprovação da PEC da música que objetiva a isenção tributária de fonogramas brasileiros. São muitas as idas à Brasília em prol da cultura brasileira. O mais recente projeto da artista é o Baculeju, que teve início do cervejal que rolava de vez em quando com a sua banda, e despretensiosamente eram experimentados vários ritmos e vertentes. A ideia deu tão certo, que Sandra resolveu dividir com os amigos e com seu público esse momento mágico, levando para os palcos uma brincadeira gostosa; esse caldeirão musical.

Carioca do subúrbio de Pilares, Sandra é considerada a rainha do soul brasileiro. É chamada por alguns de Tim Maia de saias, por se identificar com o falecido cantor no balanço e no timbre grave da voz . Cazuza dizia que ela era a Billie Holliday brasileira. Entre os jurados do festival estava Cazuza que se tornou admirador e grande amigo de Sandra. Quando Cazuza morreu, Sandra entrou em crise de depressão e abuso de drogas. A própria Sandra desponta como atriz na série Antônia, sobre cantores de rap da periferia de São Paulo, uma produção independente do cineasta Fernando Meirelles, veiculada a partir de novembro de 2006 pela Rede Globo. Ainda em 2006 participou de um show na Alemanha, durante a Copa do Mundo, ao lado de Gilberto Gil e Margareth Menezes.

Com grandes sucessos da década de 1980 que perduram até hoje na boca do povo, Sandra de Sá é uma das maiores cantoras que este país já produziu. E é por isto que hoje ela chega à 30º colocação entre as maiores cantoras do Brasil.

 

30º Lugar: Sandra de Sá

As 30 Maiores Cantoras do Brasil de Todos os Tempos

Marcelo Teixeira

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

As 30 Maiores Cantoras do Brasil


Quem será a maior cantora?
Para ser a maior cantora do Brasil ou estar na lista das 30 maiores cantoras do país, não foi tarefa das mais fáceis. Preparei para o Mais Cultura! uma lista com as 30 maiores cantoras do Brasil de todos os tempos e para que isso fosse possível, foi feita uma seletiva e cansativa (porém honrosa) pesquisa. Enviei perguntas a amigos, desconhecidos e até mesmo nas ruas, enquanto comprava algo ou na fila de banco, na fila do cinema, na espera do metrô, na compra do jornal. Ninguém escapou da minha pergunta: qual a maior cantora do Brasil?  Ouvi de tudo um pouco, desde cantoras fulas e fúteis, até cantoras que eu mesmo fiquei surpreso de que receberia tantos votos. Para isso, fiz uma pesquisa geral sobre todas as candidatas e me apoiei em alguns registros históricos de suas passagens e os motivos pelos quais mereciam tal destaque. Algumas cantoras receberam votos a mais e, por este motivo, passaram de algumas veteranas e vice-versa.

Ser a maior cantora do Brasil não é, definitivamente, algo para ser apontado como uma mera brincadeira. A lista que será apresentada a partir de segunda feira, não terá nenhuma cantora que estiveram entre as 20 melhores dos últimos 10 anos. Motivo: coerência. Mas artigos sobre todas as cantoras, desde as 20 melhores até as 30 maiores, receberão, ao longo deste ano, artigos bem elaborados e que cultivam seus respectivos trabalhos.

Para tanto, a partir de segunda, iremos descobrir aos poucos quais são as 30 maiores cantoras do Brasil de todos os tempos.

 

Marcelo Teixeira.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

A Voz do Coração, de Virginia Rosa


 


Virginia Rosa: excelente voz
Às vezes nos apaixonamos pela voz de uma cantora tão logo ela soa pela primeira vez nos nossos ouvidos ou às vezes nos deparamos extasiados com a voz se movimentando num corpo no palco com delicadeza intensa, carisma. Foi com A Voz do Coração, um disco praticamente ao vivo, que Virginia alcançou projeção nacional, rapidamente caindo na boca do povo ansiado por uma boa cantora. Sempre acompanhada pelas cordas de Dino Barioni, seu parceiro na produção de alguns de seus álbuns, Virgínia canta impecável Beleza Brutal, de Celso Fonseca e Fernando Bastos (autores também da canção do título, a belíssima A Voz do Coração), ensina a cantar samba, relembrando Elizeth nas regravações de Folhas no Ar e Pressentimento, ambas de Elton Medeiros e Hermínio Bello de Carvalho, e com o delicado samba de Chico César, Samba da Pessoa Que Quer Ser Feliz.

Embala em baladas com Até a Lua (Ana Maria Pires de Carvalho) e Quase um Segundo (Herbert Vianna), empresta um contagiante arranjo jazzístico em Qui Nem Jiló, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, tira a respiração da gente com sua interpretação de Mãe Preta, de Piratini e Caco Velho (o mundo precisa ouvir isso!!!), leva-nos em voo até nossa infância cantando a folclórica São João Da-Ra-Rão, de domínio público, puxando depois os nossos ouvidos para o rock/baião/balada A Balada do Cachorro Louco (Lenine, Lula Queiroga e Chico Neves), um preciso arranjo de voz em Pra Que, de Luiz Melodia e Ricardo Augusto, novo impacto com Pessoa Nefasta de Gil e fechando o CD com Vão, do grande Dante Ozzetti, defendida por ela no Festival da Música Brasileira da Rede Globo em 2000. Acaba o CD e a gente querendo mais.

 

A Voz do Coração / Virginia Rosa

Nota 10

Marcelo Teixeira

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Direitos roubados


Direitos roubados
Chega a ser ridícula a atitude de um site importante como o Google, em proibir que algumas fotos não sejam publicadas em blogs ou usadas para fins comerciais. Isso acontece com o Mais Cultura! que, por meio destes motivos do site de pesquisa, interferiu no blog até na maneira de publicar as fotos para os artigos em uma configuração única que me pegou de surpresa. Tentei inúmeras vezes arrumar um jeito para conseguir acoplar fotos aos artigos, mas este procedimento só é possível com a ajuda de um site chamado Picasa, porém, este site (um agrupamento de fotos) só é possível transportar as fotos que estão agrupadas neste site. Se eu quiser falar hoje sobre uma cantora desconhecida na qual gostaria de expor sua foto ou seu novo disco, este procedimento seria inviável, pois eu não teria suas fotos e, o que pior, o artigo irá ser publicado sem fotos.

Já vi alguns sites (e blogs) com artigos sem fotos e até achei meio engraçado e irrisório e ao mesmo tempo estranho. Com tantos meios de não violar fotos, um site de pesquisa resolve interferir no meu trabalho e no trabalho de muitos, sendo que fotos é o que mais se tira no momento e em qualquer situação, em qualquer eventualidade e em qualquer circunstância.

Este é apenas um parecer de minha parte, explicando que alguns artigos publicados estarão sem fotos.

Lamentável.

 

Marcelo Teixeira