quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

23º Maior Cantora do Brasil: Nana Caymmi


 

Nana Caymmi, a filha ilustre
Filha ilustre de Dorival Caymmi e Stella Maris, irmã de Danilo e Dori Caymmi, cresceu numa das famílias mais musicais do Brasil. Começou a cantar ainda muito jovem, adotando desde cedo uma técnica particular para valorizar seu timbre grave. Chegando com categoria ao trigésimo lugar na lista das 30 Maiores Cantoras de Todos os Tempos, Nana ainda mantém uma técnica vocal das mais vibrantes que o Brasil ainda considera uma das maiores vozes. Viveu em uma época em que mulheres não gravavam discos, não cantavam durante a noite e não podiam ficar na rua até tarde e é justamente indo contra a todos estes impropérios, que Nana Caymmi se tornou cantora e das mais valentes, ganhando, em 1976, o Troféu Villa-Lobos de melhor cantora do ano. Cantando o amor, as decepções, o romantismo, Nana tem em seu currículo discos sensacionais, sendo ovacionada dentro e fora do país.

Em 1960, registrou sua primeira atuação em estúdio, participando da faixa Acalanto (Dorival Caymmi), no LP de seu pai, que compôs a canção em sua homenagem, quando a cantora era ainda criança. Lançou, também, seu primeiro disco solo, um 78 rpm, contendo as músicas Adeus (Dorival Caymmi) e Nossos beijos (Hianto de Almeida e Macedo Norte). No dia 26 de abril desse mesmo ano, assinou contrato com a TV Tupi, apresentando-se no programa Sucessos Musicais, produzido por Fernando Confalonieri. Em seguida, passou a apresentar, acompanhada pelo irmão Dori, o programa A Canção de Nana, produzido por Eduardo Sidney.

Após um jejum de oito anos no mercado fonográfico brasileiro, lançou, em 18 de junho de 1975, na Sala Corpo e Som, do Museu de Arte Moderna (RJ), o LP Nana Caymmi (CID). O disco alcançou o 77º lugar no Hit Parade Carioca, uma semana após o lançamento. Fez, ainda, uma temporada, no mês de julho, na boate Igrejinha (SP), sendo citada por Tárik de Souza, no Jornal do Brasil, como a Nina Simone brasileira e provocando a admiração de Caetano Veloso, que considerou sua interpretação de Medo de amar (Vinícius de Moraes) uma das mais expressivas da música brasileira.

Em 1980, comandou Nana Caymmi e seus amigos muito especiais, série de shows apresentados às segundas-feiras, no Teatro Villa-Lobos, com a participação de Isaurinha Garcia, Rosinha de Valença, Cláudio Nucci, Zezé Mota, Zé Luiz, Fátima Guedes, Sueli Costa, Jards Macalé e Claudio Cartier, entre outros. Fez temporada no Chico’s Bar, anexo do Castelo da Lagoa (RJ) e realizou espetáculo de lançamento do disco Mudança dos ventos (Odeon), viajando em turnê de shows pelo país. Participou, ao lado do Boca Livre, do Projeto Pixinguinha.

Em 1981, Canção da manhã feliz (Haroldo Barbosa e Luiz Reis), na voz da cantora, foi incluída na trilha sonora da novela Brilhante (TV Globo). Seu espetáculo, na Sala Funarte, foi apontado pelo Jornal do Brasil como um dos dez melhores do ano.

Em 1982, apresentou-se em Algarve (Portugal). Realizou uma participação na novela Champagne (TV Globo), representando a si mesma e cantando Doce presença (Ivan Lins e Victor Martins), ao lado do pianista Edson Frederico. A canção foi incluída na trilha sonora da novela. No ano seguinte, gravou, com César Camargo Mariano, o LP Voz e suor (Odeon). Apresentou-se, ao lado do pianista, no 150 Night Club (SP), para lançamento do disco.

Em 2004, em comemoração ao 90º aniversário do pai, lançou, com os irmãos Dori e Danilo, o CD Para Caymmi, de Nana, Dori e Danilo, contendo exclusivamente canções de Dorival Caymmi: Acontece que eu sou baiano, Severo do pão/O samba da minha terra, Vatapá, Você já foi à Bahia?, Requebre que eu dou um doce/Um vestido de bolero, Lá vem a baiana, A vizinha do lado/Eu cheguei lá, O que é que a baiana tem?, Dois de fevereiro/Trezentos e sessenta e cinco igrejas, Saudade da Bahia, O dengo que a nega tem, São Salvador, Eu não tenho onde morar/Maracangalha e Milagre. Os arranjos do disco foram assinados por Dori Caymmi. Em 2005, lançou, ao lado de Nana Caymmi, Danilo Caymmi, Paulo Jobim e Daniel Jobim, o CD Falando de amor, sobre a obra de Tom Jobim. Os músicos Jorge Hélder (baixo) e Paulinho Braga (bateria) participaram das gravações.

Com tantos prêmios e reconhecimentos, Nana Caymmi merecia o vigésimo terceiro lugar na lista das 30 Maiores Cantoras de Todos os Tempos.

                                     

23º Lugar: Nana Caymmi

As 30 Maiores Cantoras de Todos os Tempos

Marcelo Teixeira

 

 

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