sexta-feira, 5 de julho de 2013

Wanessa Camargo está americanizada


Wanessa voltou americanizada
Herdar o talento artístico do pai (ou da mãe), ser introduzido no meio artístico por conta deste talento inato e de uma providencial e desejável ajudinha não deveria ser motivo de vergonha para ninguém. O problema com Wanessa (ex-Camargo) é que mesmo não tendo o que herdar de seu pai além do sobrenome, não desenvolveu suficientemente nenhuma habilidade que justificasse seu prolixo portifólio. Aliás, NOME é um ponto sensível da estratégia de reposicionamento de , como é chamada pelos desafetos. Com o firme propósito de descolar sua imagem e sua carreira da sombra do pai, o filho de Francisco e já aposentado Zezé Di Camargo, ela desceu aos porões da ingratidão renegando o próprio sobrenome que, de alguma forma no passado, lhe abriu portas sempre trancadas a gente muito mais competente.

O que talvez poucos percebam é que apesar do pouco gás para televisão, estampa muitas capas de revista e aparece em anúncios publicitários com relativa frequência. Eis aí o dilema da carreira de Wanessa: ser uma cantora que faz propagandas ou uma atriz de propagandas que se traveste de cantora para ‘anabolizar’ o retorno das campanhas que protagoniza?

Na esteira desse aspecto meramente mercantilista de sua trajetória, não se pode deixar de observar que a natureza fez a sua parte e a trouxe aos seus quase 30 anos, momento em que começam a surgir as dificuldades de se vender produtos a adolescentes para quem ela é quase uma anônima. Por outro lado, suas antigas fãs amadureceram e não caem mais nas mesmas armadilhas dos anunciantes. Seus estrategistas quebram agora a cabeça para cumprir a missão de conduzir essa antiga estrela adolescente de terceiro escalão ao posto de resignada e medíocre estrela pop, se é que possuem competência e tempo de vida para tanto.

Suas várias mudanças de rumo do ponto de vista profissional, estético, musical e até do próprio nome artístico, transformaram seu currículo num rol de equivocadas tentativas de copiar e ‘abrasileirar’ modelos de sucesso estrangeiros, como Mariah Carey e Shakira. Estas medidas imprimiram-lhe o rótulo de inconstante, perdida nos peculiares meandros de sua carreira, contrariando até seu discurso de que é uma artista de vanguarda, assertiva que carece, evidentemente, do mínimo fundamento.

Talvez falte a Wanessa Di Camargo a sinceridade de uma pessoa próxima que lhe indique a direção de uma verdade crua, mas libertadora. A verdade de que as luzes de sua carreira já se apagaram e que é hora de refugiar-se no que lhe resta de dignidade, seja na escuridão dos bastidores ou no silêncio do sepulcro que já lhe cabe.

O que nos restará de Wanessa será a memória de um cartaz de propaganda amarelado, em algum display esquecido num ponto de ônibus qualquer. Seria muito melhor ela cantar as músicas de Inezita Barroso, Sinhô, Rolando Boldrin, que são os verdadeiros mestres na música caipira e não o que essa moça anda cantando por ai.

Se ao menos ela cantasse alguma coisa que prestasse...

 

Wanessa Camargo está americanizada

Marcelo Teixeira

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