terça-feira, 12 de março de 2013

Aos mortos de Santa Maria: que música tocar?


Luto eterno
O Mais Cultura! e, assim como todo o mundo, está de luto pelas mortes por asfixia na boate Kiss, em Santa Maria, Rio Grande do Sul, em Janeiro de 2013. É difícil e, sobretudo, complicado recomeçar a vida sabendo que nunca mais nada será como antes. A notícia pegou a todos de surpresa, pois muitos estavam ali para se divertirem, curtirem a balada, os amigos. Muitos jovens com futuros promissores. Futuros pensadores do País. A presidenta Dilma Rousseff lamentou e até chorou seus mortos. O clima é de descontentamento geral até hoje. Passados vários dias, o estado ainda não conseguiu reverter o clima de tristeza e comoção e as mortes que vieram subsequentemente. Eu que gostaria muito de poder conhecer o Sul no próximo ano, estou arrasado com tamanha voracidade que um crime desta natureza tenha acometido a tantos rostos jovens, bonitos, saudáveis.

Que música tocar? Qual o sentido de ouvir uma bela canção para homenageá-los?  Qual o tom, a melodia, o ritmo a prestar uma justa homenagem àqueles mortos, feridos, parentes e pessoas da região? Estamos ainda de luto. Luto por respostas, luto pelos mortos, luto pelo Estado. Luto por Santa Maria.

Choraremos eternamente sobre as lentes nos computadores e nas lembranças vividas e desumanas. Rostos que o mundo não conheceu, mas que choraram juntos. Música, nesta hora, não há. Não temos uma canção qualquer para designar cada ser morto, cada ser queimado, cada ser ferido. Que a música vaga, inerente e sem sentido nos deixe vagar pelo nosso cérebro, a ponto de nos levar a lugares distantes, longes e calmos. Precisamos ouvir o silêncio neste momento e em todos os momentos quando pensarmos nos mortos de Santa Maria. O silêncio que talvez nos acalantará. O silêncio que talvez nos fará voltarmos à nossa realidade de seguir em frente. O silêncio.

Silêncio!

 

Qual música tocar para os mortos de Santa Maria?

Marcelo Teixeira

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