terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

15º Maior Cantora do Brasil: Nara Leão


A musa da Bossa Nova: Nara
A musa da bossa nova era Nara Leão. A musa do verão era Nara Leão. Copacabana era Nara Leão. Rio de Janeiro era Nara Leão. Falar de Roberto Menescal é falar de Nara Leão. Nas décadas em que mais se fervia a bossa nova, mais se falava de Nara Leão. A Bossa Nova nasceu em reuniões no apartamento dos pais da cantora, em Copacabana, das quais participavam nomes que seriam consagrados no gênero, como Roberto Menescal, Carlos Lyra, Sérgio Mendes e seu então namorado, Ronaldo Bôscoli. No fim dos anos 1950, Nara foi repórter do jornal Última Hora, onde Bôscoli também trabalhava, e que pertencia a Samuel Wainer, casado com a irmã de Nara, Danuza Leão. O namoro com Bôscoli terminou quando ele a traiu e iniciou um caso com a cantora Maysa, durante uma turnê em Buenos Aires, em 1961. Daí em diante, Nara se reaproxima de Carlos Lyra, que rompeu a parceria musical com Bôscoli em 1960, e de ideias mais à esquerda. Inicia um namoro com o cineasta Ruy Guerra e se casa com ele um tempo depois. Nessa época passa a se interessar pelo samba de morro.

A estreia profissional se deu quando da participação, ao lado de Vinícius de Moraes e Carlos Lyra, na comédia Pobre Menina Rica (1963). O título de musa da Bossa Nova foi a ela creditado pelo cronista Sérgio Porto. Mas a consagração efetiva ocorre após o movimento militar de 1964, com a apresentação do espetáculo Opinião, ao lado de João do Vale e Zé Keti, um espetáculo de crítica social à dura repressão imposta pelo regime militar. Maria Bethânia, por sua vez, a substituiria no ano seguinte, interpretando Carcará, pois Nara precisara se afastar por estar afônica. Nota-se que Nara Leão vai mudando suas preferências musicais ao longo dos anos 1960. De musa da Bossa Nova, passa a ser cantora de protesto e simpatizante das atividades dos Centros Populares de Cultura da UNE. Embora os CPCs já tivessem sido extintos pela ditadura, em 1964, o espetáculo Opinião tem forte influência do espírito cepecista. Em 1966, interpretou a canção A Banda, de Chico Buarque no Festival de Música Popular Brasileira (TV Record), que ganhou o festival e público brasileiro.

Dentre as suas interpretações mais conhecidas, destacam-se O barquinho, A Banda e Com Açúcar e com Afeto - feita a seu pedido por Chico Buarque, cantor e compositor a quem homenagearia nesse disco homônimo, lançado em 1980. Nara também aderiu ao movimento tropicalista, tendo participado do disco-manifesto do movimento - Tropicália ou Panis et Circensis, lançado pela Philips em 1968 e disponível hoje em CD.

Nara. Simples assim... Nara.

Nara Leão morreu na manhã de 7 de junho de 1989, vítima de um tumor cerebral inoperável, aos 47 anos de idade. Nara já sabia do tumor, e sofria com o problema havia 10 anos. O tumor estava numa área delicada do cérebro, por isso não podia ser operado. A cantora sentia fortes dores e tonturas, sendo isso também um contribuinte para Nara tentar largar a carreira musical. Seu último disco foi My foolish heart, lançado naquele mesmo ano, interpretando versões de clássicos americanos.

Nara se foi, mas ficará eternizada em nossos corações, nossas canções e em nossa lembrança mais tenra.

 

15º Lugar: Nara Leão

As 30 Maiores Cantoras do Brasil de Todos os Tempos

Marcelo Teixeira

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