segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

3º Maior Cantora do Brasil: Maria Bethânia


Simplesmente Bethânia
Segunda cantora feminina em vendagem de discos do Brasil e a de maior vendagem da MPB com mais de 26 milhões de cópias, segundo dados em seu site, Maria Bethânia é um fenômeno de público e de crítica. O apelido de Abelha-rainha tornou-se popular e deve-se ao primeiro verso da canção-título do LP Mel (1979). Participou na juventude de espetáculos semiamadores em parceria com Tom Zé, Gal Costa, Caetano Veloso e Gilberto Gil; em 1960 mudou-se para Salvador com a intenção de terminar os estudos; frequentou o meio artístico, ao lado do irmão Caetano. Em 1963, estreou como cantora na peça Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues. No ano seguinte, apresentou espetáculos como Nós por Exemplo, Mora na Filosofia e Nova Bossa Velha, Velha Bossa Nova, ao lado do irmão Caetano Veloso e o colega Gilberto Gil, então iniciantes, a quem lançou como compositores e cantores nacionais e a cantora Gal Costa, dentre outros.

A data oficial da estreia profissional é 13 de fevereiro de 1965, quando substituiu a cantora e violonista Nara Leão no espetáculo Opinião pois a mesma precisou se afastar por problemas de saúde. Nesse mesmo ano, foi contratada pela gravadora RCA, que posteriormente transformou-se em BMG (atualmente Sony BMG), onde gravou o primeiro disco, lançado em junho daquele mesmo ano. O primeiro sucesso foi a canção de protesto Carcará, que fez muito sucesso na sua voz na época, no repertório deste, que também incluía, dentre outras, as músicas Mora na filosofia, Andaluzia, Feitio de oração e Sol negro, esta última em dueto com Gal Costa (que à época ainda usava o nome artístico de Maria da Graça). Depois lançou um compacto triplo, Maria Bethânia canta Noel Rosa, que trouxe as músicas Três apitos, Pra que mentir, Pierrot apaixonado, Meu barracão, Último desejo e Silêncio de um minuto, acompanhada apenas por um violão, de Carlos Castilho. Ainda em 1966, depois de voltar à Bahia por um breve período, participou dos espetáculos Arena canta Bahia e Tempo de guerra, ambos dirigidos por Augusto Boal, também competindo em festivais. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, apresentou-se em teatros e casas noturnas de espetáculos, tornando-se assim nacionalmente conhecida.

Bethânia foi a idealizadora do grupo Doces Bárbaros, onde era um dos vocais da banda, que lançou um disco ao vivo homônimo juntamente com os colegas Gal Costa, Caetano Veloso e Gilberto Gil. O disco é considerado uma obra-prima; apesar disto, curiosamente na época do lançamento (1976) foi duramente criticado. Doces Bárbaros era uma típica banda hippie dos anos 1970, e ao longo dos anos, este lema foi tema de filme com direção de Jom Tob Azulay, DVD, enredo da escola de samba Estação Primeira de Mangueira em 1994 com a canção Atrás da verde-e-rosa só não vai quem já morreu, já comandaram trio elétrico no carnaval de Salvador, espetáculos na praia de Copacabana e uma apresentação para a Rainha da Inglaterra.

Inicialmente o disco seria registrado em estúdio, mas por sugestão de Gal e Bethânia, foi o espetáculo que ficou registrado em disco, sendo quatro daquelas canções gravadas pouco tempo antes no compacto duplo em estúdio, com as canções Esotérico, Chuckberry fields forever, São João Xangô Menino e O seu amor, todas gravações raras.

O sucesso de vendagem foi preciso em 1993, depois de completar mais de 25 anos de carreira, quando do lançamento do CD As canções que você fez pra mim, que gerou mais de um milhão de cópias e foi convertido para uma versão hispânica (no caso, Las canciones que hiciste para mi) com parte do repertório (sete das onze músicas foram convertidas - a faixa-título, Fiera herida (Fera ferida, um dos hits do disco, tema de abertura da novela homônima global), Palabras (Palavras), Tú no sabes (Você não sabe), Necesito de tu amor (Eu preciso de você), Tú (Você, esta incluída na trilha sonora da novela global Pátria Minha de Gilberto Braga cujo título remete ao famoso poema homônimo de Vinícius de Morais - justamente a sucessora de Fera Ferida) e Emociones (Emoções, um dos grandes sucessos de Roberto) - das que ficaram de fora Olha, Costumes, Detalhes e Seu corpo), que consistiu em um tributo à dupla de cantores e compositores Roberto e Erasmo Carlos, evocando onze parcerias entre ambos.

Em 2006 foi a grande vencedora do Prêmio Tim de música onde arrebatou três títulos: melhor cantora, melhor disco (Que falta você me faz, um tributo a Vinícius de Morais) e melhor DVD (Tempo tempo tempo tempo, comemorativo dos quarenta anos de carreira). Bethânia, que sempre teve fama de antissocial, surpreendeu e compareceu à cerimônia de premiação. No mesmo ano, os CDs antigos - LPs originais que haviam sido relançados anteriormente em CD - voltaram às prateleiras, com encarte completo (na edição anterior ele havia sido suprimido/reduzido), letras de todas as músicas e textos - mesmo que a versão original não as tivesse - e texto interno com a história do álbum redigido pelo jornalista e crítico musical Rodrigo Faour, pois há muito tempo estavam fora de catálogo.

Ainda em 2006, lançou dois álbuns simultaneamente: Pirata, onde canta os rios do interior do Brasil e foi considerado pela crítica uma espécie de retomada de Brasileirinho, lançado três anos antes, e Mar de Sophia, onde canta o mar a partir de versos da poetisa portuguesa Sophia de Mello Breyner. A turnê de promoção dos dois discos foi batizada de Dentro do mar tem rio, com direção de Bia Lessa e roteiro do fiel colaborador Fauzi Arap, originando o álbum duplo homônimo, lançado em 2007.

Com tantos atributos e tanta musicalidade boa e de qualidade, Maria Bethânia é detentora também de uma teatralidade única que consegue juntar música, rima e poesia de poetas e poetisas e escritores e dramaturgos famosos com seus versos pouco publicados. Todos os discos que lança são bem vendidos e isso a torna única e batalhadora e é por este motivo que a cantora chega ao terceiro lugar da lista das maiores cantoras do Brasil.

 

3º Lugar: Maria Bethânia

As 30 Maiores Cantoras do Brasil de Todos os Tempos

Marcelo Teixeira

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