sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

A transformação de Eliana Printes em delicioso álbum de 2013

O disco: transição com o Brasil
A voz cintilante de Eliana Printes foi reconhecida nacionalmente quando ela interpretou maravilhosamente a canção Só vou gostar de quem gosta de mim, canção imortalizada na voz de Roberto Carlos nos anos 1980 e que estava no excelente álbum Pra lua tocar (2000). Transcorridos mais de quinze anos após esse lançamento, a cantora voltou a se radicar e a se dedicar ao Norte do país, onde faz festa entre seus nativos e é conclamada como rainha da música popular brasileira. Pudera: Eliana Printes é um poço de simpatia, uma riqueza em pessoa e tem uma voz cintilantemente pura, cristalina e purificada. Seus discos são tão bonitos e bem acabados, que fica impossível não elencar a sua carreira como a de uma verdadeira dama da MPB. Tudo em Movimento (2013) é o oitavo disco da cantora e que foi lançado em Manaus com tamanha festa, que passou despercebido por outros cantos do Brasil e que mesmo assim não perdera seu brilhantismo e sua importância. Seguindo uma tradição que se mantém há anos, a cantora fez de Manaus a sua primeira parada para todas as turnês de divulgação de cada disco e o Teatro Amazonas é a sua casa, seu refúgio e seu porto seguro. Mesmo sendo radicada no Rio de Janeiro, Eliana consegue se manter fiel às suas tradições e se impõe a cada dia como uma típica cantora que não se rotula e que não se propaga para ser tal. Produzido por Adonay Pereira e Julinho Teixeira, em parceria com a Indie Records e com distribuição nacional da Universal Music, Tudo em Movimento tem dez faixas que se entrelaçam. A ideia central do disco, expressamente dita no título, tem a ver com as mudanças que estavam acontecendo no país àquela época. A exemplo de seus predecessores, o disco teve participações para lá de especiais, como o falecido cantor Luiz Melodia, que divide os vocais em Congênito (autoria de Melô) e da cantora carioca Isabella Taviani, em Se tudo pode acontecer.  Outra participação especial do álbum aparece em La Condessa, composição de Ribamar Vaiz, Ricardo Bezerra e Soares Brandão. O registro dessa música foi feita na Alemanha, reforçando a tese de que o disco merece destaque.  Mas por que esse crítico de música veio nos mostrar apenas isso hoje, transcorridos quatro anos de seu lançamento? Por um motivo muito simples: os discos de Eliana Printes raramente chegam à São Paulo com pompas das grandes estrelas e para encontrá-los é preciso gabaritar muito. Encontrei esse disco em uma loja na zona Central de São Paulo e era peça única. Não hesitei em comprar. Mas não fique triste: se você não encontrar, poderá ouvir na internet algumas de suas belas faixas.

Eliana Printes / Tudo em Movimento (2013)
Nota 10
Por Marcelo Teixeira


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