sábado, 11 de novembro de 2017

O delicado álbum de Wanda Sá

Wanda: expoente da Bossa Nova
Uma das mais expoentes expressões da Bossa Nova, a cantora Wanda Sá é referência de musicalidade reconhecida mais no exterior do que no próprio país de origem e, para ela, o grande êxito do gênero foi o fenômeno que o estilo bossa novista trouxe de renovação na década de 1960 e que teve, de fato, um valor sistemático e assentido mais outros países do que no Brasil. Apaixonada pela música e pelos amigos que fez ao longo de sua carreira, a cantora norteou um novo trabalho, que passou praticamente despercebido do grande público e por parte dos jornalistas e críticos de música. Cá entre nós (R$27,99 / 2016) é um disco que nos remete ao ano de 1972, pois ele reverencia todo os momentos pelas quais a cantora vivenciou e dos amigos que angariou, como Roberto Menescal, Marcos Valle, Tom Jobim. Por falar em Tom, Wanda pincelou uma preciosidade do cancioneiro do maestro com o poeta Vinicius de Moraes e achou a deliciosa Cala, meu amor, música desconhecida de ambos os músicos. A ideia era reunir canções inéditas de parceiros como o amigo Roberto Menescal, João Donato, Carlinhos Lyra e Nelson Motta, mas além de conseguir juntar essa galera, Wanda trouxe para o celeiro convidados que até então não faziam parte de seu rol musical, como o cantor e compositor Ivan Lins, Chico Batera, Nelson Faria e Ricardo Silveira. Trata-se de um disco refinado, culto, bossa novista e cheio de saudade de um tempo que ficou apenas na lembrança.


Cá entre nós (2016) / Wanda Sá
Nota 10
Por Marcelo Teixeira

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