sábado, 18 de junho de 2016

A suma importância de Marina Lima


Marina: popular, elitista e agressiva no Rock
Há uma atmosfera que ronda a música popular de alma roqueira e agressiva de Marina Lima e que está gravada em praticamente toda a sua discografia, não deixando margens para que o seu universo se perca por entre ruínas dissoluveis e papiros transgressores. Para os anos de 1980, Marina Lima representou não apenas a alma roqueira da cantora brasileira como bem salientou que não era preciso ter voz para alcançar altas notas ou que fosse um mero produto do mercado naquele momento. Marina represento mais do que sua própria música exigia: representou o lirismo e a ingenuidade do rock na sua mais plena satisfação. A suma importância de seu nome na música brasileira representa a maior divindade corporativa de um segmento que ainda persiste até hoje, com outras nuances e outros objetivos. Sim, o rock mudou. A música brasileira mudou. Se de um lado havia uma Rita Lee tresloucada e uma Ângela Ro Ro que bebericava dessa mesma fonte mas numa outra vertente mais romântica, de outro lado e com mais conformismos, tínhamos Marina Lima, cantora composta dentro de sua neutralidade, que cantava auilo que sua voz permitia e aquilo que sabia que o povo queria ouvir. Por traduzir tão fantasticamente o cenário carioca, a cantora nascida no Piauí revela em seus discos o estilo único da mulher que consegue compor em sua forma magistral. Marina foi a nordestina que mais bem traduziu o Rio de Janeiro em sua forma geográfica, geométrica, plural, popular, elitista e hermética. Suas músicas são o reflexo poderoso de um tempo que o próprio tempo tenta apagar, com algumas ressalvas conservadoras e com alguns aspectos privativos. Atrevida, sensual, erótica, provocadora, instigante, Marina Lima foi tudo e mais um pouco em sua meteórica carreira blindada entre a solidão na arte de compor e a alegria na arte de se lançar. Marina conheceu a tristeza e as amarguras de uma década marcada pelo bom som e pela decadência da boa música, mas nem por isso sua majestade gloriosa derrapou: ela soube o momento de parar para dar lugar às novas vozes. Vozes essas que não chegaram ao seu estrelismo, ao seu magnetismo e nem ao seu talento. Marina Lima foi única, lunar, absolutamente ela. Longe dos holofotes devido a um grave problema de saúde nas cordas vocais e depois de uma depressão severa, a cantora ainda  lança discos (menos convidativos, mas originais) ainda é referência quando se fala de rock, de musicalidade nacional e de competência artistíca. Para quem não a conhece, seu nome é Marina Lima.
 
A suma importância de Marina Lima
Por Marcelo Teixeira

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