quarta-feira, 23 de abril de 2014

O inquieto Tom Zé

O inquieto Tom
Tropicalista nato, Tom Zé veio ao mundo musical para provocar e incitar algo incomum que o desagrada. Faz tudo com ironia fina e requintada, que somente ele consegue fazer. Ilude corações amargurados ou felizes e diz em músicas que os americanos são tolos e eles aplaudem. Tom Zé é um marqueteiro da própria vida, tanto musical quanto a própria e é dessa profissão que o cantor e compositor baiano consegue irritar boa parte da população. Tudo o que Tom faz, canta ou compõe é fruto de alguma indgnação, de alguma euforia, de alguma felicidade e em Tribunal do Feicebuque (2013 / 19,99 / Independente) não foi diferente. Após uma polêmica com um grupo de bebidas gaseificadas, Tom Zé respondeu ao pessoas que o criticou pela rede social com a música título de seu EP lançado em 2013, num tom ácido, cortante e provacante.  No disco, o compositor divide autoria e interpretação de canções como a que batiza o EP com Marcelo Segreto e Gustavo Galo e traz versos como Tom Zé mané / baixou o tom / baba babe / bebe e baba / velho babão, além do provocador e irônico Que é que custava morrer de fome só para fazer música?. Além do tema que abre e abocanha todo o disco, o álbum tem ainda Zé a Zero, Papa Francisco Perdoa Tom Zé, Irará Iralá e Taí, feita por ele nos anos 1970 para um comercial de refrigerante.  Seja como for, o fato é que Tom irritou metade das pessoas com este EP fantástico e sensacional, que muitos jornalistas e críticos especializados praticamente negaram a comentar sobre ele em suas revistas eletrônicas. Mas Tom segue sua vida musical da melhor forma possível: irritando o próximo e sorrindo de tal gozação. Tom vive do seu jeito e do seu tom.

 

Tribunal do Feicebuque (2013) / Tom Zé
Nota 10
Marcelo Teixeira

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