Barbara: sutileza e beleza |
O registro na identidade revela a carioquice, mas a falta de sotaque e a
pele alva a camuflam entre as mulheres paulistanas. Discreta moradora do bairro
da Pompéia, na zona oeste da capital paulista, a bela cantora Barbara Eugênia
saiu do ensolarado Rio de Janeiro há quase uma década e aportou em São Paulo
ainda sem saber que a música seria seu ofício. Tradutora, profissão que ainda
exerce para custear parte das despesas que insistem em bater em sua porta,
começou a cantar graças ao cinema, cujo foi convidada pelo produtor Apollo Nove
e participou de duas músicas para a trilha sonora do filme O Cheiro do Ralo, dirigido pelo pernambucano Heitor Dhalia. Sua
primeira vez nos palcos foi ao lado de Edgard Scandurra em um tributo ao
francês Serge Gainsbourg.
Em
2010, lançou Journal de BAD, resenhado aqui no Mais Cultura Brasileira! com requintes de pompa e esse seu
disco de estreia carregava o nome dos e-mails que mandava aos amigos contando
sobre os pormenores da vida. Através do guitarrista Fernando Catatau, do
Cidadão Instigado, deu uma dica para que a cantora deixasse de lado a história
de ser bad para ser good. Esse foi o salto sem paraquedas na música popular
brasileira, lugar de onde Barbara Eugênia jamais deva sair. Com as
participações de Tom Zé e Otto, o trabalho deu notoriedade e rendeu convites à
cantora pelos quatro cantos do país. Fez contatos, shows, participou de
projetos interessantes como o 3 na Massa (desenvolvido por Rica Amabis em
parceria com os músicos Dengue e Pupillo, da Nação Zumbi) e ganhou experiência
e cacha para o passo seguinte.
Aos
32 anos e com muita beleza de sobra, Barbara Eugênia se prepara para lançar seu
disco número dois, que não carrega nenhum bad no nome. Mas as dificuldades e
fantasmas do segundo CD passaram longe. O clima descontraído na produção de
Edgar, sempre próximo, e Clayton Martin, baterista da banda Cidadão Instigado,
fez com que o disco nascesse leve e descompromissado, daqueles de colar o rosto
e brincar de amar.
Mais
maduro e consistente, É o que temos tem as participações de
Pélico, Tatá Aeroplano, Guizado e dos incontroláveis e talentosos Mustache
& Os Apaches, grupo que toca com frequência nas portas de restaurantes de
Pinheiros e Vila Madalena, na zona oeste de São Paulo. O disco foi lançado
virtualmente no site www.oimusica.com.br
Barbara
Eugênia canta brilhantemente. E é muito melhor ouvir o disco do que eu resenhar
uma ou outra faixa do CD. Barbara Eugênia cresceu musicalmente e achou na
música o seu lugar e volta depois de um hiato de três anos para mostrar o que
tem de melhor, o que não é, acreditem se quiser, seu belo rosto.
É
o que temos – Barbara Eugênia
Nota
10
Marcelo
Teixeira
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