domingo, 30 de setembro de 2018

A morte da maior cantora do Brasil: Ângela Maria

Luto pela dama 
Hoje estamos órfãos! Órfãos de uma grande voz, de uma grande cantora que estava no auge de seus 89 anos e na ativa, nos palcos, ao lado do seu público, da sua gente, da mocidade, das pessoas, de todos. Órfãos! Quando uma grande cantora morre, a responsabilidade daqueles que ficaram é preservar sua imagem, sua voz, reverenciar dia após dias o seu legado e não deixar que sua obra também morra. Morreu Ângela Maria, a cantora que influenciou Elis Regina, Gal Costa, Maria Bethânia, Fafá de Belém, Simone e uma infinidade de cantoras. Morreu Ângela Maria, a última cantora do rádio, a amiga de Carmen Miranda, de Cauby Peixoto, de Agnaldo Timóteo. Perdemos uma cantora de qualidade, de respeito, de carisma, que tinha um respeito imenso pela música e pelo seu instrumento principal: a voz! Morreu querendo estar nos palcos, morreu querendo cantar, morreu se preocupando com seus fãs.

Ângela era a maior cantora viva desse país chamado Brasil, com uma trajetória invejável. Aos 89, com mais de 115 discos gravados, mais de 60 milhões vendidos, caminhava entre as melodias e letras que por si compõem a história de ao menos 70 anos de MPB. De Hervilton Martins e Roberto Carlos a Cazuza, cantou as dores, os amores, as alegrias e as tristezas para muitas gerações e sempre com uma entonação de emoção.

A artista Ângela Maria era um motor humano que não parava um segundo. Mesmo com as dificuldades de visão e outras que acumulam com o passar dos anos, não parava com seus shows e os planos para o ano em que completaria 90 anos. Gostava de cantar, gostava de estar rodeada de amigos e gostava de ouvir atentamente cada faixa antes de gravar. Gente Humilde, de Chico Buarque, foi uma dessas conquistas selecionadas a dedo (ou ao ouvido). Chega a ser um mantra aos nossos sentimentos mais humanos ouvir essa obra-prima e não pensar na delicadeza e na doçura de Ângela Maria em sua plena vocação.

Depois de 34 dias agonizando em um hospital particular em São Paulo, a ilustre cantora descansou. Mas sua voz marcante, doce, pura, cristalina e sutil e sua simpatia e cordialidade estarão sempre presentes em nossas vidas!
Descanse, DAMA ÂNGELA MARIA!

A morte de Ângela Maria
Por Marcelo Teixeira