sábado, 17 de fevereiro de 2018

Maria Alcina homenageia Caetano Veloso em disco primoroso

As loucuras de Maria Alcina
Assim que foi revelada no Festival Internacional da Canção com a emblemática Fio Maravilha, em 1972, a cantora Maria Alcina foi contratada para gravar seu primeiro disco e uma das músicas escolhidas foi Mamãe Coragem, de Caetano Veloso e Torquato Neto. Desde então o compositor baiano passou a fazer parte do repertório da cantora, que lançou no ano passado o sensacional Espírito de Tudo (2017 / 28,00), mais um trabalho ousado na sua discografia. Todas as décadas de Caetano estão presentes nas dez músicas que integram o disco, desde os anos 1960 (Tropicália e A Voz do Morto) aos anos 2000 (Rocks e A Cor Amarela) passando pelos anos 1970 (Os Mais Doces Bárbaros e Gênesis), chegando a nostalgia do melhor de Caetano, como Língua e O Estrangeiro, até a espetacular Fora da Ordem, da década de 1990. O convite para fazer esse disco surgiu a partir de conversas noturnas do produtor Thiago Marques Luiz com Alcina e, por meio de suntuosas alegrias e felicitações, ela abraçou a ideia e se jogou num processo de criação coletiva com os três jovens multi-instrumentistas que elaboraram os arranjos do álbum misturando rock, pop e música eletrônica: Rovilson Pascoal nas guitarras, Ricardo Prado nos teclados e baixo e Arthur Kunz nas baterias e programações. Os três pertencem ao grupo Strobo e fizeram um disco mais que sensacional ao lado de Maria Alcina reverenciando todo o currículo de Caetano Veloso.

Espírito de Tudo (2017) / Maria Alcina
Nota 10
Por Marcelo Teixeira

sábado, 10 de fevereiro de 2018

Jojo Todynho: modinha em forma de tiro

Jojo: aberração musical
Anitta fez dois desserviços ao mesmo tempo e, como isso, poluiu o cenário da música brasileira com dois quilos de lixos que o público está digerindo de uma forma inescrupulosa: além do cantor Pabllo Vittar, a cantora Jojo Todynho está infestando as pessoas com a modinha de Que tiro foi esse?, uma espécie de moda passageira que nasce instantânea e morre à míngua assim que um outro hit do momento aparecer. Com um tremendo mau gosto, a música bombardeia as pessoas de uma tal maneira, que fica impossível não deixar a música penetrar nossos ouvidos e mentes por alguns milésimos de segundos. Alçou Jojo ao estrelato, ao mundo da fama e ao mundo subservo das contrariedades. Tudo aqui soa como um tremendo destrato para com aqueles que ainda idolatram uma música de qualidade com requintes de pensamentos verdadeiros. Mas a culpa disso tudo parte, em grande parte, de dois meios diretivos que conseguem manter esse e outros tipos estranhos na música popular por muito tempo: os veículos de comunicação e o público, que seguem cantando suas paródias num ritmo alucinante e enganador. Afinal, músicas desse nível não servem para nada a não ser para provar que essas pessoas são tão baixas quanto seus idealizadores. O mesmo tiro que Jojo dispara hoje será o mesmo tiro que acertará em cheio sua carreira amanhã, fuzilando-a e a retirando do estrelato momentâneo. 

Jojo Todynho: modinha em forma de tiro
Por Marcelo Teixeira