O neo-cantor Maurício Mattar: persistência |
Quando
uma carreira de um ator que fica famoso pelo seu talento meramente reconhecido
pelo público, pela crítica e pelos colegas de profissão, tudo se resume em uma
única e bela palavra: talento. A arte de representar um papel, a arte de dominar
os palcos ou a cena de uma novela é para ser vivida pelos grandes nomes que a
TV e o teatro já proporcionaram à muitos. Representar não é uma tarefa fácil e
fazer isso requer muito estudo, muito aprendizado e muita dedicação. Mas quando
um ator enfrenta os obstáculos que a vida lhe impõe e ele passa a usar destes
dotes artísticos para se auto promover a outros dons, como cantar ou escrever
uma telenovela, as coisas mudam de figura e requer um novo estudo sobre a
personalidade, o dom e principalmente o talento.
Existe uma variedade de ator
e atriz que viram cantores e vice versa. Para enumerar, temos Miguel Falabella,
que é um excelente ator, dançarino, mas perde credibilidade ao escrever uma
telenovela, aonde se perde totalmente do meio da trama para o final. Assim
acontece com Daniel Boaventura, que tem um dom excepcional para a
teledramaturgia, mas se perde totalmente no disco que lançou recentemente. O
último desta seita satânica foi o humorista Rafael Côrtes, que é um excelente
repórter, mas se perde na sua musicalidade e seu disco, também lançado
recentemente, é um show de horror de bestialidades infames.
Disco de 2007: horripilante, mas ele insiste |
Outras personalidades
importantes da TV brasileira já se arriscaram a trocar de papel e arriscar sua
voz (ou seria riscar a voz?) e garimpar pelo mercado fonográfico sem o maior
êxito. Marília Gabriela e Hebe Camargo já lançaram discos tão cabisbaixos
(embora Marília cante muito bem e atua estupendamente), tão insonsos, que fica
a pergunta no ar: vale a pena arriscar uma carreira bem sucedida? Roberto
Justus que o diga: grande empresário e apresentador, ele diz que gravou o disco
por hobby, o que não deixa de ser uma verdade, tendo em vista que muitas lojas
do segmento não vendem seus discos. Susana Vieira, a maravilhosa atriz, se
envolveu recentemente numa batalha feroz com todos, desde mídia até público,
para se defender de seu disco de estreia que, de tão ruim, virou artigo de
piada pública.
Por enquanto, Roberto
Justus, Susana Vieira, Marília Gabriela e Hebe Camargo lançaram discos para
deleite próprios, talvez não pensando em lançar discos futuros, voltando toda
as suas atenções para seus respectivos trabalhos, mas isso talvez não podemos
esperar de Daniel Boaventura e Rafael Côrtes, tendo em vista que eles até
cantam bem, mas lamentavelmente, seu estilos e vozes não agradam a ninguém.
Parafraseando e contrariando
a todos estes artistas citados acima, talvez a única atriz que consiga
desmistificar esse processo seja Thalma de Freitas: além de excelente atriz,
ela também é cantora e o Mais Cultura! já se deleitou com seu belíssimo disco
de estreia e, mesmo contendo apenas seis faixas, o disco é uma obra-prima
consagrada, porém Thalma hoje em dia tenha dado preferências para vocalização
em discos primordiais das cantoras Tiê, Mariana Aydar, Céu e Andrea Dias.
Persistir no erro talvez
seja uma emenda que muitos não conseguem entender e por este motivo, Mauricio
Mattar, grande ator do passado, mas esquecido pela própria emissora, é o
campeão de futilidades. Gravou discos que não ganham prêmios algum, não tem
relevância no mercado fonográfico e ninguém fica sabendo o que ele grava, mesmo
um ou outro programa dar vazão ao seu novo trabalho.
Ouvi, através de sites, as
músicas de Mauricio Mattar e pude constatar: além de ser um festival de horror,
aquilo que ele canta são musiquinhas aquém de um grande ator. Ele poderia
investir em qualquer outra carreira, menos a de cantor, que é um oficio para
grandes interpretes da música popular. Mauricio Mattar não acrescenta em mais
nada na cultura brasileira e suas músicas são horríveis, chatas, deprimentes e
sua voz não agrada, não estimula e nem embevece nossa autoestima.
Ouvir Mauricio Mattar,
literalmente, é de matar.
Marcelo
Teixeira
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