Luto eterno |
O
Mais Cultura! e, assim como todo o mundo, está de luto pelas mortes por asfixia
na boate Kiss, em Santa Maria, Rio Grande do Sul, em Janeiro de 2013. É difícil
e, sobretudo, complicado recomeçar a vida sabendo que nunca mais nada será como
antes. A notícia pegou a todos de surpresa, pois muitos estavam ali para se
divertirem, curtirem a balada, os amigos. Muitos jovens com futuros promissores.
Futuros pensadores do País. A presidenta Dilma Rousseff lamentou e até chorou
seus mortos. O clima é de descontentamento geral até hoje. Passados vários
dias, o estado ainda não conseguiu reverter o clima de tristeza e comoção e as
mortes que vieram subsequentemente. Eu que gostaria muito de poder conhecer o
Sul no próximo ano, estou arrasado com tamanha voracidade que um crime desta
natureza tenha acometido a tantos rostos jovens, bonitos, saudáveis.
Que música tocar? Qual o
sentido de ouvir uma bela canção para homenageá-los? Qual o tom, a melodia, o ritmo a prestar uma
justa homenagem àqueles mortos, feridos, parentes e pessoas da região? Estamos
ainda de luto. Luto por respostas, luto pelos mortos, luto pelo Estado. Luto
por Santa Maria.
Choraremos eternamente sobre
as lentes nos computadores e nas lembranças vividas e desumanas. Rostos que o
mundo não conheceu, mas que choraram juntos. Música, nesta hora, não há. Não
temos uma canção qualquer para designar cada ser morto, cada ser queimado, cada
ser ferido. Que a música vaga, inerente e sem sentido nos deixe vagar pelo
nosso cérebro, a ponto de nos levar a lugares distantes, longes e calmos.
Precisamos ouvir o silêncio neste momento e em todos os momentos quando
pensarmos nos mortos de Santa Maria. O silêncio que talvez nos acalantará. O
silêncio que talvez nos fará voltarmos à nossa realidade de seguir em frente. O
silêncio.
Silêncio!
Qual
música tocar para os mortos de Santa Maria?
Marcelo
Teixeira
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