Antônio Nóbrega |
Considerado
um dos grandes artistas nordestinos, o pernambucano Antônio Nóbrega perambula
pelos quatro cantos do mundo divulgando a cultura nordestina, a alegria do povo
pernambucano e as sabedorias que somente ele, Antônio Nóbrega, conseguem fazer
com tamanha criatividade. Sua carreira artística teve início na Orquestra de
Câmara da Paraíba, onde atuou no final dos anos 1960. No mesmo período, atuou
na Orquestra Sinfônica do Recife e deu concertos como solista em sua cidade
natal. Por essa época, recebeu do escritor Ariano Suassuna o convite para tomar
parte do Quinteto Armorial, como compositor e instrumentista. Com o Quinteto
Armorial, atuou no Brasil e no exterior e gravou quatro discos. Nesse período,
teve intenso contato com artistas populares do Nordeste, o que o levou a
aprimorar seus conhecimentos sobre as formas de expressão da cultura popular,
em especial a dança e a música.
Ganhador de diversos
prêmios, Antônio produziu em 1997, o espetáculo Madeira que cupim não rói,
que é o nome de uma consagrada marcha-rancho do compositor pernambucano Capiba.
No espetáculo e nas músicas do CD, procurou fortalecer a herança musical
ibero-mediterrânea e afro-indígena, com a utilização de instrumentos musicais
brasileiros quase em desuso, como o urucungo, elo perdido entre o berimbau e a
rebeca e o marimbau, uma espécie de berimbau de latas tocado com o auxílio de
um pedaço de vidro e uma baqueta. É prestada uma homenagem ao esquecido
compositor pernambucano de frevos e polcas Lourival Oliveira, o Louro amigo.
São divididas com Wilson Freire, a autoria de 11 das 20 músicas do disco.
No mesmo ano, recebeu o
Prêmio Multicultural Estadão como Criador
Participante na Cultura Brasileira, o Prêmio Ministério da Cultura Cultura Popular, o Prêmio O Globo por
Melhor Show do Ano e recebeu a indicação para o Prêmio Sharp como melhor show e
melhor arranjador. Apresentou, ainda, Aula
espetáculo/Sol a pino.
Em 1998, foi convidado, pelo
Departamento Cultural do Itamarati e pela Comissão Nacional dos 500 anos do
Brasil, a excursionar em Portugal e outros países com um espetáculo
especialmente criado para os festejos luso-brasileiros, chegando a exibir-se na
Expo de Lisboa com muito sucesso. Em 1999, lançou o espetáculo e o CD Pernambuco
Falando Para o Mundo, que era o nome de um programa de rádio da cidade
do Recife. Neste trabalho, apresenta uma viagem pela diversidade da música
pernambucana, através de seus principais compositores, seja os clássicos, como
Capiba, seja os desconhecidos, como Felinho e Luís de França. Em 2000, o
ator-músico apresentou o show no Rio de Janeiro, com cenários e figurinos
inspirados nas ruas do Recife e Olinda, assinados pelo artista plástico Dantas
Suassuna, filho de Ariano Suassuna. Apresentou-se acompanhado por uma autêntica
orquestra de frevo, a Banda Pernambuco, com 14 integrantes. Seu trabalho
realiza um resgate das fontes brasileiras, uma viagem pelo folclore,
especialmente o nordestino, revitalizando gêneros como frevo, coco, maracatu,
caboclinho, ciranda, cavalo-marinho e as marchas de bloco. Em 2001 apresentou
uma aula-show, no Teatro da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, durante o
VII Encontro Nacional de Pesquisadores da MPB. No mesmo ano, apresentou no
Teatro Carlos Gomes no Rio de Janeiro o espetáculo O marco do meio-dia, apresentado também em São Paulo e Brasília.
Admirado e aplaudido por
ilustres da música, do teatro e das artes em geral, Antônio Nóbrega é o grande
homenageado de hoje no Mais Cultura! pela sua representatividade cultural e
pessoal.
Salve, Antônio Nóbrega!
Antônio
Nobrega – De Pernambuco para o Mundo
Por
Marcelo Teixeira
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