A inquietante Elis |
Elis Regina
pode até ter mudado a era dos festivais, ter dado cara nova aos espetáculos ou
até mesmo dado vida a musicalidade e a teatralidade que pouco se vê hoje em
dia, mas Elis não foi capaz de suprir expectativas marcantes e nem fora
considerada por muitos como a maior cantora de todos os tempos. Sua música não
é totalmente conhecida por pessoas que só conhecem as triviais e muitos de seus
discos são paupérrimos, ou seja, Elis Regina ficou mais conhecida por seu jeito
histriônico e suas frases de duras impactaçoes do que pela sua música rica ou
alguns shows históricos. Para tanto, somente após sua morte que suas músicas
foram alçadas por patamares distantes e canções até mesmo esquecidas passaram a
ser referencia para milhares de pessoas.
Mesmo sendo a maior cantora
do Brasil (o que muitos acham ser a do mundo), Elis chega a 4º posição da lista
das maiores cantoras do Brasil pelo fato ser uma cantora que inovou o teatro,
que inovou o jeito de cantar, que inovou nas articulações, mas que não elaborou
sua musicalidade por completo.
Elis Regina Carvalho Costa
nasceu em Porto Alegre no dia 17 de março de 1945 e morreu em São Paulo no dia
19 de janeiro de 1982 e foi uma das maiores intérpretes brasileira. Conhecida
por sua presença de palco esplendorosa, sua voz e sua personalidade, Elis
Regina é considerada por muitos críticos, comentadores e outros músicos a
melhor cantora brasileira de todos os tempos. A melhor e não a maior. Com os sucessos de Falso
Brilhante e Transversal do Tempo, ela inovou os espetáculos musicais no
país e era capaz de demonstrar emoções tão contrárias, como a melancolia e a
felicidade, numa mesma apresentação ou numa mesma música. Como muitos outros
artistas do Brasil, Elis surgiu dos festivais de música na década de 1960 e
mostrava interesse em desenvolver seu talento através de apresentações
dramáticas. Seu estilo era altamente influenciado pelos cantores do rádio,
especialmente Ângela Maria, e a fez ser a grande revelação do festival da TV
Excelsior em 1965, quando cantou Arrastão,
de Vinicius de Moraes e Edu Lobo.
Tal feito lhe conferiu o
título de primeira estrela da canção popular brasileira na era da TV. Enquanto
outras cantoras contemporâneas como Maria Bethânia haviam se especializado e
surgido em teatros, ela deu preferência aos rádios e televisões. Seus primeiros
discos, iniciando com Viva a Brotolândia (1961), refletem
o momento em que transferiu-se do Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro, e que
teve exigências de mercado e mídia. Transferindo-se para São Paulo em 1964,
onde ficaria até sua morte, logrou sucesso com os espetáculos do Fino da Bossa
e encontrou uma cidade efervescente onde conseguiria realizar seus planos
artísticos. Em 1967, casou-se com Ronaldo Bôscoli, diretor do Fino da Bossa, e
ambos tiveram João Marcelo Bôscoli.
Elis Regina aventurou-se por
muitos gêneros; da MPB, passando pela bossa nova, o samba, o rock ao jazz.
Interpretando canções como Madalena, Como
Nossos Pais, O Bêbado e a Equilibrista, Querelas do Brasil, que ainda
continuam famosas e memoráveis, registrou momentos de felicidade, amor,
tristeza, patriotismo e ditadura militar no país. Ao longo de toda sua
carreira, cantou canções de músicos até então pouco conhecidos, como Milton
Nascimento, Ivan Lins, Renato Teixeira, Aldir Blanc, João Bosco, ajudando a
lançá-los e a divulgar suas obras, impulsionando-os no cenário musical
brasileiro.
Entre outras parcerias, é
célebre os duetos que teve com Jair Rodrigues, Tom Jobim, Simonal, Rita Lee,
Chico Buarque—que quase foi lançado por ela não fosse Nara Leão ter o gravado
antes—e, por fim, seu segundo marido, o pianista César Camargo Mariano, com
quem teve os filhos Pedro Mariano e Maria Rita. Mariano também ajudou-a a
arranjar muitas músicas antigas e dar novas roupagens a elas, como com É Com Esse Que Eu Vou.
Sua presença artística mais
memorável talvez esteja registrada nos álbuns Em Pleno Verão (1970), Elis
& Tom (1974), Falso Brilhante (1976), Transversal
do Tempo (1978), Saudade do Brasil (1980) e Elis
(1980). Ela foi a primeira pessoa a inscrever a própria voz como se fosse um
instrumento, na Ordem dos Músicos do Brasil e isso a faz ser especial. Elis
Regina morreu precocemente em 1982, com apenas 36 anos, deixando uma vasta obra
na música popular brasileira. Embora haja controvérsias e contestações, os
exames comprovaram que havia morrido por conta de altas doses de cocaína e
bebidas alcoólicas, e o fato chocou profundamente o país na época.
Elis fora um dos talentos
mais marcantes de seu tempo, mas ainda assim, Elis foi mais uma das boas e
sensacionais cantoras que o Brasil produziu com tamanha excelência.
4º
Lugar: Elis Regina
As
30 Maiores Cantoras do Brasil de Todos os Tempos
Marcelo
Teixeira
2 comentários:
Discordo com a ordem cronológica!! Elis Regina é a melhor cantora brasileira de todos os tempos, pois as anteriores a ela não atingiram sua técnica de canto, capaz de cantar músicas onde outros cantores (as), jamais se atreveram a regravá-las, tamanha sua competência!!!
O dueto de Elis e Tim Maia,e Elis e Cauby são antológicos.É claro que a Elis é a maior cantora popular do séc XX.
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