A serena Clara Nunes |
Nenhuma
cantora foi ou será igual à Clara Nunes. Genuinamente brasileira, a Guerreira
mineira filha de Oxum com Yansã foi uma das mais brilhantes e espetaculares
cantoras que o Brasil produziu e que na qual tantas imitam seus trejeitos, suas
danças, sua louvação aos santos e orixás. Existe até uma senhora cantora, com o
codinome Beth Carvalho, que até hoje tenta ser a Clara, mas sem nenhum sucesso.
Clara foi humana, sensata, cantora, mulher. Para tanto, chegou brilhantemente
ao segundo lugar com a dignidade de rainha e com patamar único para não deixar
dúvidas quanto ao seu talento e prestigio. Clara Francisca Gonçalves Pinheiro, mais
conhecida como Clara Nunes, nasceu em Paraopeba no dia 12 de agosto de 1942 e
faleceu no Rio de Janeiro no dia 2 de abril de 1983, foi uma cantora
brasileira, até hoje sendo considerada uma das maiores intérpretes do país.
Pesquisadora da música
popular brasileira, de seus ritmos e de seu folclore, Clara também viajou
várias vezes para a África, representando o Brasil. Conhecedora das danças e
das tradições afro-brasileiras, ela se converteu à umbanda. Clara Nunes seria
uma das cantoras que mais gravariam canções dos compositores da Portela, sua
escola do coração. Também foi a primeira cantora brasileira a vender mais de 100
mil cópias, derrubando um tabu segundo o qual mulheres não vendiam discos.
Em 1970, Clara Nunes se
apresentou em Luanda, capital angolana, em convite de Ivon Curi. No ano
seguinte, a cantora gravou seu quarto LP, no qual interpretou É Baiana (Fabrício da Silva, Baianinho,
Ênio Santos Ribeiro e Miguel Pancrácio), música que obteve considerável sucesso
no carnaval de 1971, e Ilu Ayê,
samba-enredo da Portela (de autoria de Norival Reis e Silvestre Davi da Silva).
Na capa do álbum, a cantora mineira fez um permanente nos cabelos pintados de
vermelho e passou a partir daí a se vestir com roupas que remetiam às religiões
afro-brasileiras.
Em 1972, Clara se firmou
como cantora de samba com o lançamento do álbum Clara Clarice Clara. Com
arranjos e orquestrações do maestro Lindolfo Gaya e com músicos como o
violonista Jorge da Portela e Carlinhos do Cavaco, o disco teve como grandes
destaques as canções Seca do Nordeste
(um samba-enredo da escola de samba Tupi de Brás de Pina), Morena do Mar (de Dorival Caymmi), Vendedor de Caranguejo (de Gordurinha), Tributo aos Orixás (de Mauro Duarte, Noca e Rubem Tavares) e a
faixa-título Clara Clarice Clara (de
Caetano Veloso e Capinam). Ainda naquele ano, Clara Nunes se apresentou no
Festival de Música de Juiz de Fora e gravou um compacto simples da música Tristeza, Pé no Chão (de Armando
Fernandes), que vendeu mais de 100 mil cópias.
A Odeon lançou em 1973 o
disco Clara Nunes. Naquele mesmo ano, a cantora estreou com Vinicius
de Moraes e Toquinho o antológico show O poeta, a moça e o violão no Teatro
Castro Alves, em Salvador. Também em 1973, Clara foi convidada pela
Radiotelevisão Portuguesa para fazer uma temporada em Lisboa. Depois, percorreu
alguns outros países da Europa, como a Suécia, onde gravou um especial ao lado
da Orquestra Sinfônica de Estocolmo para a TV local.
Seu instrumento era a voz,
numa época em que cantoras praticamente não utilizavam de outros instrumentos
ou mesmo faziam letras de músicas (embora há um registro da música A Flor da Pele, em que Clara assinala como
compositora, e isso a faz ser ainda mais alçada ao segundo lugar).
Merecidamente, Clara Nunes
aponta como a segunda maior cantora do Brasil.
2º
Lugar: Clara Nunes
As
30 Maiores Cantoras do Brasil de Todos os Tempos
Marcelo
Teixeira
2 comentários:
PARABÉNS Á COLOCAÇÃO DE MINHA LINDA GUERREIRA DO BRASIL!
BJS
ANINHA VIEIRA/RS
Gosto muito de Clara..mas ela fica atrás de Bethania, Gal, Elis, Nara, Elizeth, Dalva e Rita Lee.
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