Convivi com Hebe por 25 anos |
Há
uma comoção generalizada pela morte de Hebe Camargo, pelo tamanho de sua
personalidade, de seu nome e sobrenome, pela junção do que foi uma das maiores
artistas que este país já teve e pelo enorme legado que a grande artista nos
deixa. Não sei por onde começar ou se devo terminar este artigo, mas quero aqui
agradecer por tudo o que você fez, Hebe, tanto por mim, quanto por pessoas
diversas e espalhadas pelo este mundo gigantesco e que tanto te admirava. Sua
risada ficará aqui, gravada em minha mente. Eu que cresci assistindo ao seu
programa, corria o mais rápido possível do meu trabalho para poder acompanhar
ao máximo o segundo bloco do programa Hebe, sempre às segundas feiras pelo SBT
e, consequentemente, às terças feiras, na Rede TV. Só tenho a agradecer pela
sua pessoa boníssima e, se me chamam de engraçado ou de culto, devo estas
palavras à você, pois muitas charadas eu copiava de ti. Se chamo alguns amigos
de gracinha em conversas descontraídas, devo à você. E graças à você, eu tenho
feito uma luta a favor da nossa política. Você se foi, mas sua presença sempre
ficará guardada em minha lembrança e com certeza, os selinhos, as alegrias, as emoções
convividas de dentro da TV para a minha sala de estar estarão sempre escondidas
no meu mais profundo eu. Os sofás estarão com um lado pendente.
E sabe o que eu me sinto tão
triste no dia de hoje? Porque fiquei órfão mais uma vez. Em 1986 morria meu
pai, um homem que adorava o programa Hebe na Bandeirantes e, quando estreava em
Março de 1986 no SBT, eu tinha apenas 5 anos de idade, mas o suficiente para
conhecer grandes nomes da música, do entretenimento, do jornalismo. Eu já tinha
noção de quem era Chacrinha, Bolinha, Silvio Santos, Eliseth Cardoso e tudo
isso graças à cultura de meu pai e tinha noção das mortes de Elis Regina e
Clara Nunes graças à cultura de minha mãe. No mesmo ano em que Hebe estreava no
SBT, seria o ano de morte de meu pai.
Só quero ressaltar uma
alegria que eu tenho para dividir com os leitores do blog: no final de 1999,
Hebe Camargo foi fazer comprar numa loja chique de colchões nos Jardins, na Al.
Lorena, muito próximo de meu antigo trabalho. Minha alegria foi tamanha porque
vieram me contar que a HEBE CAMARGO estava ali (nesta altura, todos sabiam de
minha admiração por ela) e eu vi seu filho, Marcelo, descendo de um lado da
mercedez branca e de outro ela, esfuziante, brilhante em seus colares de ouro.
Não pude chegar perto dela, porque a rua foi tomada de gente e os seguranças da
apresentadora também não deixaram.
Portanto, em homenagem à
Hebe Camargo, representando o vazio que existe dentro de mim, particularmente,
e dentro de milhares e milhares de pessoas que sentem o mesmo vazio que eu, o
Blog Mais Cultura! permanecerá de luto por uma semana.
Como dizia Hebe: a vida é
pra ser vivida!
Luto
por Hebe Camargo
Marcelo
Teixeira
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