quarta-feira, 9 de maio de 2012

Tulipa Ruiz Ao Vivo


Ouvir Tulipa Ruiz no CD Efêmera (2010 / YB / 22,90) é algo que você tem que parar tudo o que está fazendo e prestar atenção em sua bela voz, sua técnica vocal perfeita e em sua mensagem musical. Tulipa não está no cenário da música popular brasileira para poder brincar de soltar a voz ou de simplesmente lançar um disco e dizer que fez algo diferente. Não. Tulipa não é efêmera. Tulipa é música de qualidade, de respeito e, acima de tudo, de profissionalismo.

Hoje o Mais Cultura! abre espaço para divulgar o show que a cantora fez hoje, as 20 horas, em mais uma unidade do Centro Educativo Unificado, o CEU, desta vez na região de Campo Limpo, lugar aonde Tulipa já frequentou alguns anos atrás e que conhece como ninguém a região. Seu show foi pautado exclusivamente pelo intimismo e pela singularidade que somente Tulipa conseguiu transpassar às várias pessoas que praticamente lotou o teatro muito bem espaçoso e confortável.

Abrindo o show da cantora pop florestal (como ela mesma frisa em entrevistas), a banda Corrupião mostrou que tem qualidade e muito chão pela frente cantando músicas da verdadeira MPB, com releituras feitas pelo próprio grupo, dando ênfase, assim, em sua catalogada variedade musical e deixando seu estilo próprio em cada canção.

Tulipa Ruiz entrou no palco cantando a música que deu título ao seu tão bem apresentado disco de estreia e estava acompanhada do irmão, o violonista e compositor (que também fez participação vocal) Gustavo Ruiz. Cantou e encantou o público, que participou com ela em praticamente todas as canções. O ponto alto do show intimista, com voz e violão, foi nas canções Efêmera, quando Tulipa a cantou pela segunda vez, depois de ajustar a microfonia, em que ela foi até a plateia dividindo os vocais com o jovem Caio Rodarte e o público vibrou muito, para deleite de Caio, que é fã absoluto da cantora.

Outro ponto alto do show foi quando Tulipa cantou uma música totalmente desconhecida do grande público da obra de Caetano Veloso (de quem Tulipa é fã, tanto que na canção Aqui, ela cita a música How Beautiful Could A Being Be , do CD Livro, ganhador do Grammy de 2000), chamada Da Maior Importância, lançada em 1975 no disco Qualquer Coisa. Nessa música, que teve quase 5 minutos, Tulipa se diverte e dramatiza a canção, dando a dimensão da importância da música. Terceiro ponto foi na curiosidade encontrada talvez pela própria Tulipa: na hora do bis, o publico pediu a música Sushi, que não estava no roteiro, porque a própria Tulipa se embaralha nos versos finais. Mais uma vez ela vem até o público e entrega tanto o roteiro do show quanto a letra da música a Augusto Alves e Caio Rodarte, que, na voz de Tulipa, seriam seus assistentes na correção, caso ela errasse.

Tulipa é uma grande cantora e o Brasil precisa descobri-la. Seu show foi marcado pela sensualidade, pela cômica, pelo alto astral e pela irreverência que só Tulipa Ruiz consegue fazer a um público carente de música. Ouvir Tulipa é algo sensacional, mesmo suas músicas estando de biquíni, como ela mesma citou ao dizer que sem o som da guitarra e da bateria e somente voz e violão, parecia que faltava algo. O público ali presente não se importou com isso. Queria ouvir e sentir o calor de Tulipa. E, sem sombra de dúvidas, quem já admirava a cantora, saiu dali apaixonado por ela.



Nota 10

Show Tulipa Ruiz nos CEUs

Marcelo Teixeira


Fotos de Augusto Alves
www.myspace.com/tuliparuiz

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