Ouvir
Tulipa Ruiz no CD Efêmera (2010 / YB / 22,90) é algo que você tem que parar tudo
o que está fazendo e prestar atenção em sua bela voz, sua técnica vocal
perfeita e em sua mensagem musical. Tulipa não está no cenário da música
popular brasileira para poder brincar de soltar a voz ou de simplesmente lançar
um disco e dizer que fez algo diferente. Não. Tulipa não é efêmera. Tulipa é
música de qualidade, de respeito e, acima de tudo, de profissionalismo.
Hoje o Mais Cultura! abre espaço
para divulgar o show que a cantora fez hoje, as 20 horas, em mais uma unidade
do Centro Educativo Unificado, o CEU, desta vez na região de Campo Limpo, lugar
aonde Tulipa já frequentou alguns anos atrás e que conhece como ninguém a
região. Seu show foi pautado exclusivamente pelo intimismo e pela singularidade
que somente Tulipa conseguiu transpassar às várias pessoas que praticamente
lotou o teatro muito bem espaçoso e confortável.
Abrindo o show da cantora
pop florestal (como ela mesma frisa em entrevistas), a banda Corrupião mostrou
que tem qualidade e muito chão pela frente cantando músicas da verdadeira MPB,
com releituras feitas pelo próprio grupo, dando ênfase, assim, em sua
catalogada variedade musical e deixando seu estilo próprio em cada canção.
Tulipa Ruiz entrou no palco
cantando a música que deu título ao seu tão bem apresentado disco de estreia e
estava acompanhada do irmão, o violonista e compositor (que também fez
participação vocal) Gustavo Ruiz. Cantou e encantou o público, que participou
com ela em praticamente todas as canções. O ponto alto do show intimista, com
voz e violão, foi nas canções Efêmera,
quando Tulipa a cantou pela segunda vez, depois de ajustar a microfonia, em que
ela foi até a plateia dividindo os vocais com o jovem Caio Rodarte e o público
vibrou muito, para deleite de Caio, que é fã absoluto da cantora.
Outro ponto alto do show foi
quando Tulipa cantou uma música totalmente desconhecida do grande público da
obra de Caetano Veloso (de quem Tulipa é fã, tanto que na canção Aqui, ela cita a música How Beautiful Could A Being Be , do CD Livro,
ganhador do Grammy de 2000), chamada Da
Maior Importância, lançada em 1975 no disco Qualquer Coisa. Nessa
música, que teve quase 5 minutos, Tulipa se diverte e dramatiza a canção, dando
a dimensão da importância da música. Terceiro ponto foi na curiosidade
encontrada talvez pela própria Tulipa: na hora do bis, o publico pediu a música
Sushi, que não estava no roteiro,
porque a própria Tulipa se embaralha nos versos finais. Mais uma vez ela vem
até o público e entrega tanto o roteiro do show quanto a letra da música a Augusto
Alves e Caio Rodarte, que, na voz de Tulipa, seriam seus assistentes na
correção, caso ela errasse.
Tulipa é uma grande cantora
e o Brasil precisa descobri-la. Seu show foi marcado pela sensualidade, pela cômica,
pelo alto astral e pela irreverência que só Tulipa Ruiz consegue fazer a um
público carente de música. Ouvir Tulipa é algo sensacional, mesmo suas músicas
estando de biquíni, como ela mesma citou ao dizer que sem o som da guitarra e
da bateria e somente voz e violão, parecia que faltava algo. O público ali
presente não se importou com isso. Queria ouvir e sentir o calor de Tulipa. E,
sem sombra de dúvidas, quem já admirava a cantora, saiu dali apaixonado por ela.
Nota
10
Show
Tulipa Ruiz nos CEUs
Marcelo
Teixeira
Fotos
de Augusto Alves
www.myspace.com/tuliparuiz
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