Há quem fale que o grupo Mamonas Assassinas foi a maior revelação de todos os tempos, o grupo que mudou a vida de milhares de pessoas com suas músicas e suas brincadeiras ou até mesmo popularizou ainda mais a esquecida brasília, carro popular que fizera muito sucesso na década de 1970. Crianças, adultos, senhores, homens e mulheres dançaram ao som do grupo, que conseguiu um sucesso arrebatador em menos de um mês de lançamento de seu disco – o único de sua precoce vida artística – e o único capaz de deixar brasileiros atentos à boa música de cabelos em pé. Até mesmo quem não tem cabelos.
Mamonas Assassinas, o grupo composto por cinco marmanjos entediantes, que pulavam nos palcos, que berravam, que chinfranava as pessoas, que azucrinava os ouvidos alheios, que adocicava a vida das donzelas, que deixavam os imbecis rapazes de bonés virados para trás endiabrados, que zombavam com gays e a cultura portuguesa em suas músicas, venderam nada menos que 18 milhões de discos em menos de seis meses. Um feito e tanto para um grupo chato, que combinava música infame com imbecilidade e sem criatividade. Dançar músicas com apelo sexual para crianças assistirem e mostrando que passar as mãos nas partes íntimas de uma mulher portuguesa para senhores de meia idade era um dos atrativos desse grupo que deixou saudades para aqueles que, assim como eles, os Mamonas, gostavam de imundices e mazelas.
Depois do rock dos anos 1980 e da mistura insana de pagode, axé e sertanejo na década de 1990, o Brasil viu nascer um dos piores movimentos ditos artísticos: o grupo Mamonas Assassinas. E o Brasil, um país sem memória, sem cultura e sem respeito por nada, deu-se por rendido ao pior grupo surgido em todos os tempos. Os Mamonas Assassinas nunca deveria existir e nunca deveria ter entrado para a cultura brasileira, de tão horripilante é suas canções, de tão incoerente eram suas ideias e de quão precárias eram suas piadas. Um grupo que deveria não ter saído do imaginário de quem o criou. Talvez eles não soubessem, mas ao criar o grupo, Dinho e trupe estavam assinando a sentença de morte. Não podemos retirar aqui o mérito que eles tiveram de angariar 18 milhões de discos vendidos, mas méritos esses ajudados por pessoas incapazes de digerir a palavra cultura.
Em 1996 o grupo explode em uma mata fechada e todos morrem. O Brasil, um país sem memória, como já disse certa vez o cantor Gonzaguinha, fica de luto. Os programas de televisão noticiam a todo momento. Crianças desoladas, mulheres tristes e até homens chorando a morte do grupo. Mas como adorar o que é ridículo? Como idolatrar o que é lixo? Como perpetuar o que não se trás nenhum beneficio e nenhum acréscimo à nossa vida ouvindo um grupo intitulado Mamonas Assassinas? Como? Pergunto inúmeras vezes e nunca tenho a resposta. Passados mais de quinze anos da morte do grupo, está sendo preparada para este ano de 2012 uma homenagem póstuma agora em Março. Homenagear o que foi de trágico para a cultura brasileira é homenagear Mamonas Assassinas, um grupo que foi, tragicamente, tarde.
Marcelo Teixeira
2 comentários:
Você é uma pessoa extremamente infeliz.
Não gostava do som deles. Mas, a frase "já foi tarde", parece algo bizarro do ponto de vista humano...
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