Voz e Violão: excelente |
Há quem o odeie e há os que o ama!
Há também aqueles que ficam neutros quando o assunto é João
Gilberto, um ícone da Bossa Nova e um dos pais do movimento que inspirou
as pessoas a cantarem em ritmo mais lento e tendo como companheiros um
banquinho e um violão. Não é fácil ser João, um gênio da música popular
brasileira que hoje vive mais recluso do que nunca em seu apartamento, nos
Estados Unidos. Obviamente que Cala a
Boca, João (título deste artigo) foi uma referência à música de Dorival
Caymmi, Cala a Boca, Menino (1973),
pois João é um típico cantor que odeia berros, sobressaltos, devaneios e
qualquer coisa que o deixa atormentado. Com o surgimento de Chega de Saudade a reviravolta na música brasileira se fez presente
e a revolução musical foi uma constante. A influência notória de João Gilberto
foi fundamental para todo esse universo novo e para a posteridade, pois fora
através dele que surgiram Chico Buarque, Caetano, Gil, Nara Leão, João Bosco e
os mais atuais, como Fernanda Takai, Ná Ozzetti e outros. Para todos os
efeitos, Voz e Violão (2000 / 27,90)
é um disco que merece atenção por ser um disco não apenas de coletâneas, mas
por ser um álbum em que contempla a importância de um grande catalisador da
música ainda vivo. O que não dá para entender é como as gerações após 1960 não
conseguem compreender ou encaixar João Gilberto dentro de um contexto musical
ou intelectual e nem ao menos dão o seu devido valor, mesmo os grandes críticos
de música saberem disso. Esse descontentamento para com ele entristece aqueles que
gostam de sua música e fazem com que a geração que nasceu com Voz e Violão o desconhece. Vale a pena
ouvir suas músicas, ler livros que falem sobre o cantor e estarem por dentro de
sua musicalidade irretocavelmente perfeita!
Voz
e Violão (2000) / João Gilberto
Nota
10
Marcelo
Teixeira
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