sexta-feira, 9 de maio de 2014

Morreu Jair Rodrigues!

Morreu um mestre da música
Pessoas especiais não morrem. Pessoas especiais são eternas. Jair Rodrigues morreu. Mas não morreu o artista, não morreu o cantor, não morreu o moleque que dançava, corria, pulava, instigava, cantava. Jair Rodrigues deixou um legado e tanto para a música popular brasileira: deixou sua marca ao lado da cantora Elis Regina, definitivamente nos festivais, marcou o início do rap no país, deixou sua pegada no samba brasileiro e, de quebra, entrou de cabeça erguida no sertanejo. Jair Rodrigues passeou por todos os ritmos brasileiros e em todos ele foi muito bem sucedido. Aos 75 anos, o cantor estava em alta, fazendo shows, feliz. No Brasil apenas dois cantores tem a capacidade de cantar com amor, emoção, carinho e devoção: Ivete Sangalo e Jair Rodrigues. Grande ícone da música, Jair partiu e deixará uma lacuna insubstituível. Ainda não dá para acreditar em sua morte, tão rápida e tão batida. Em momentos tão amargos neste mundo, tão delicados e tão comuns, o incomum aconteceu em um momento que não era para ser: sua morte não é uma morte nem uma passagem. Ele descansou. Descansou o nosso eterno moleque, nosso eterno garoto fanfarrão, nosso eterno Jair. Na música, ele misturava tudo e tudo dava certo. Sua voz ainda estava saudavel. Sua emoção ainda era passada para todos. Jair Rodrigues era o clima que o tornava brasileiro, moderno, atual, significativo.  Cantores como Jair, assim como Elis, Caetano Veloso, Milton Nascimento, Roberto Carlos serão eternos e serão eternos porque na época deles fazer música era complicado. Se houve um Chico Buarque, uma Nara Leão, um Paulinho da Viola é porque houve público para eles. Assim como houve até hoje público e espaço para o Jair. Nunca mais teremos a chance de ver um astro da música popular brasileira surgir como surgiu um Jair Rodrigues, que mesmo tantos anos depois, continuava na ativa, fazendo shows com plateia lotada e cativando crianças e adolescentes e fazendo dos novos artistas uma colisão de aprendizagem e arte. Confesso que não sei o que escrever, pois as lágrimas me tomam neste exato momento. Mas não vamos fazer da morte de Jair uma tristeza sem fim. Não aceito sua morte. Mas o suspiro me faz acreditar que não o teremos mais por perto fisicamente. Suas músicas serão eternas. E Jair Rodrigues é eterno. Até logo, Jair.

 

Adeus, Jair Rodrigues
Marcelo Teixeira

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