Paraense de boa música |
Ainda bem que é difícil rotular as canções de Saulo Duarte e a Unidade: com arranjos e letras simples, o compositor
nascido no Pará e radicado por aí, hoje morando em São Paulo, não se preocupa
com classificações – preocupa-se com a sinceridade de sua expressão musical e
poética e com a consistência de sua proposta, todas elas amplificadas e
sintetizadas pela banda A Unidade. Com Klaus Sena, no baixo, João Leão, nos
teclados e Beto Gibbs, na bateria, além do próprio Saulo, na voz e nas
guitarras, a banda potencializa nos arranjos o universo subjetivo de Saulo
Duarte, que, na maioria das vezes, compõe as canções no violão. É nas letras do
compositor que está o núcleo de sua obra – em sua maioria, elas contêm
fragmentos esparsos das experiências pessoais dele, em que as celebrações da
vida e as desilusões amorosas se misturam à cidade e aos acontecimentos da
ordem do dia. A sensibilidade do compositor o faz permeável a tudo que lhe
acontece ao redor, como se ele fosse uma espécie de captador sensível das
pessoas e do mundo.
Ele é paraense. Está aqui, ali e acolá.
Talentoso, Saulo Duarte chegou para fazer a diferença. A
sincronicidade fez com que ele encontrasse outros talentos de diversos cantos
do Brasil e essa turma vem causando na noite paulistana, através do selo,
coletivo, Cambuci Roots. Natural do Pará e cidadão do Cosmos, canta
cheio de energia e sentimento. Suas letras são o retrato da atualidade, do
cotidiano. O retrato de suas experiências, das suas roubadas, dos romances,
descobertas e desventuras. Na guitarra, rasga os riffs e subverte a
normalidade.
Seu primeiro disco é uma delícia de som.
Saulo Duarte e a Unidade têm um caminho longo pela frente. A estrada é dura e
por isso, o sucesso é mais gostoso. Podem esperar, no Brasil inteiro ele irá
tocar.
Saulo
Duarte
Nota 10
Marcelo
Teixeira
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