As cores de Marisa Monte |
Verde Anil Amarelo Cor de Rosa e Carvão (1994 / EMI /
29,99) tido como um dos melhores discos de todos os tempos e na carreira de
Marisa e para mim o mais bem acabado, este disco marca algumas mudanças de
Marisa Monte, tais como a primeira produção dela própria, na verdade uma
co-produção com Arto Lindsay (que já produzira o anterior, Mais),
além de reafirmar seu trabalho autoral e ao mesmo tempo ampliar o universo de
seus colaboradores. Nos bons tempos do mercado musical físico (o virtual
continua a toda!), o disco vendeu mais de um milhão de cópias. Dos medalhões da MPB, este é um disco pra ficar na história. Estranhamenteeu eu não conseguia escrever sobre este disco e, decido a
resenhá-lo, ouvi com a mais pura atenção e decidamente, este é o melhor disco
de Marisa, apesar da projeção internacional da artista. O disco inicia com Maria de verdade (Carlinhos Brown,
parceiro cada vez mais presente na sua vida e obra), sutil, com voz e violão a
princípio, depois permitindo a entrada da banda inteira, tornando a música até
dançante, com um baixo de dar gosto. Belo início.
Na estrada (MM/Brown/Nando Reis, este também participando mais intensamente, se tornando namorado na época), mais uma quase acústica e cheia de vozes extras da própria cantora. Ao meu redor (Nando Reis) traz como diferencial um trompete sinuoso e a mesma atitude acústica. Saltitante, inpirador, acústico e ótimo. Segue o seco (Brown) deu origem a um vídeo lindíssimo, sem esquecer que é uma bela e forte canção. Berimbaus e vozes de Brown ao fundo, antecipando o que seriam os Tribalistas.
Uma música de Lou Reed, Pale blue eyes, traz um aceno à cena americana. Boa e surpreendente escolha. Em seguida, a belíssima versão de Dança da solidão (Paulinho da Viola), com o auxílio luxuoso de Gilberto Gil no violão e vocais de apoio, sensacional, um dos pontos altos do disco! De mais ninguém dialoga com o grupo Época de Ouro, do choro clássico carioca, mesmo a música sendo de Arnaldo Antunes e Marisa. Quase anacrônica, mas cabe no projeto abrangente do disco. Alta noite já havia sido gravada pelo autor, Arnaldo Antunes, mas aqui ganha uma versão linda, acredito que com o saudoso violonista Raphael Rabelo. Belíssimas cordas ao fundo.
Na estrada (MM/Brown/Nando Reis, este também participando mais intensamente, se tornando namorado na época), mais uma quase acústica e cheia de vozes extras da própria cantora. Ao meu redor (Nando Reis) traz como diferencial um trompete sinuoso e a mesma atitude acústica. Saltitante, inpirador, acústico e ótimo. Segue o seco (Brown) deu origem a um vídeo lindíssimo, sem esquecer que é uma bela e forte canção. Berimbaus e vozes de Brown ao fundo, antecipando o que seriam os Tribalistas.
Uma música de Lou Reed, Pale blue eyes, traz um aceno à cena americana. Boa e surpreendente escolha. Em seguida, a belíssima versão de Dança da solidão (Paulinho da Viola), com o auxílio luxuoso de Gilberto Gil no violão e vocais de apoio, sensacional, um dos pontos altos do disco! De mais ninguém dialoga com o grupo Época de Ouro, do choro clássico carioca, mesmo a música sendo de Arnaldo Antunes e Marisa. Quase anacrônica, mas cabe no projeto abrangente do disco. Alta noite já havia sido gravada pelo autor, Arnaldo Antunes, mas aqui ganha uma versão linda, acredito que com o saudoso violonista Raphael Rabelo. Belíssimas cordas ao fundo.
O céu (Marisa Monte/Nando Reis) é mais alegre e quase
balançada, você fica querendo dançar, seu corpo começa a querer sacudir, bem
legal. Bem leve (MM e Arnaldo
Antunes) é fiel ao seu nome, meio valsa, violãozinho discretíssimo e um
pandeiro dando o ritmo, um jogo de palavras. Balança pema (Jorge Ben) traz o balanço de volta, com violão,
guitarra com wah-wah e bateria, com várias vozes da Marisa. Enquanto isso (MM/ Nando Reis) traz mais
vozes e uma narrativa bem legal (incluindo trechos em inglês by Laurie
Anderson), além de belos violões.
Pra terminar com extrema classe, Marisa traz as
pastoras da Velha Guarda da Portela pra fazer uns vocais lindos nessa canção
que poderia ser um samba-enredo, se o carnaval de desfile suportasse sutilezas
e cadenciamentos mais lentos. Esta
melodia foi um balão de ensaio do disco no qual a Marisa produziria esta
mesma Velha Guarda, Tudo azul, que
aparecerá por aqui inevitavelmente (é um dos meus discos de samba preferidos,
inclusive pelo recurso sempre oferecido nos discos de MM: as músicas vem com letra
e cifras com acordes!).
Ouçam!
Verde Anil Amarelo Cor de Rosa e Carvão / Marisa Monte
Nota 10
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