segunda-feira, 11 de abril de 2016

Cantada: um disco arrastado, mas sútil de Adriana Calcanhotto

Disco experimental de Adriana
Há muitas singularidades informais no disco de Adriana Calcanhotto lançado em 2002: a começar pela título Cantada e pela boca com batom vermelho, o álbum também passei entre o nostálgico e as incertezas do amor, da paixão e do sentimento a dois. Não posso tirar aqui a qualidade musical de Adriana, mas posso conceber-te um apreço menor em notas comparando este com os seus trabalhos antigos e, automaticamente, posteriores. Não trata-se aqui de um disco maravilhoso, pautado entre as melhores rimas ou os melhores tinos poéticos, mas Adriana nos entregou um disco arrastado, cansativo na sua formalidade e pouco expressivo. Mesmo sendo um disco romântico e com levada mais pop que os anteriores, Adriana deixa a desejar em canções que poderiam ser melhor trabalhadas e melhor adaptadas. Os acertos foram poucos, mas consideravelmente aceitos, caso das músicas Depois de Ter Você (cantada anteriormente por Maria Bethânia) e Noite, em que a poesia de Adriana reina absoluto. Cantada (2002 / BMG / 27,99) é um disco mediano, bonitinho mas sem exageros, que passaria despercebido se não fosse algumas canções muito bem selecionadas para este projeto.  Sendo seu sexto álbum de carreira, a cantora apostou em sonoridades experimentais e evidencia mais o pop aqui que em discos mais autorais, o que fica evidente em releituras de Madonna e a sua entrega apaixonante e resistente à música Pelos Ares.  Seja como for, o disco de Adriana Calcanhotto não é dos melhores, não é o melhor de sua carreira, mas vale a pena ouvi-lo por ser um disco atípico, experimental e artistico no visual. Mesmo sendo arrastado e cansativo, vale a pena prestigiar a obra de Adriana nem que seja para acompanhar sua carreira.
 

Cantada / Adriana Calcanhotto
Nota 8
Marcelo Teixeira

Um comentário:

Luís Gustavo Carboni disse...

Curioso que, por um bom tempo, esse foi meu disco preferido da Adriana. Ainda amo Cantada/ Depois de ter você, Calor e, principalmente, Se tudo pode acontecer, porque me remetem às lembranças de um romance antigo que tive, mas - como você escreve - veio muita coisa melhor depois (felizmente!). Adoro os singles também, lembro que tocaram até dizer chega... A versão de Music/ Impressive Instant ficou bem legal, na minha opinião, e tive a honra de assistir ao vivo num show da cantora na minha cidade. Gosto bastante da capa e do título, no entanto. Cheguei agora a seu blog e gostei! ;)