Virgínia Rosa e eu após o show |
Com um misto de emoção e carinho, a
cantora paulistana Virgínia Rosa conseguiu exprimir muito mais do público cativo
que conseguiu sambar, cantar e se emocionar cantando as músicas eternizadas por
Clara Nunes. O tempo não estava propício aqui em São Paulo: chovia e fazia
muito frio, mas as mesas foram todas tomadas e amparadas por todas as faixas
etárias e por saudosistas que sentiram a presença de Clara. Quando Virgínia
Rosa adentrou no local, vestida de branco com um colar no pescoço (que fazia
lembrar as miçangas de Clara), o clima esquentou e uma saraivada de palmas
ecoou. Virgínia Rosa cantou, emocionou e foi louvada pelo público ali presente.
Sua voz poderosa eclodiu todo o teatro e o público ficou arrepiado a cada
término de música.
Houve
um momento marcante no show: assim que Virgínia terminou de cantar a primeira
música, um senhor foi em sua direção ao palco e entregou-lhe uma pétala de
flor. Foi um momento único e sublime, que deixou a todos maravilhados,
inclusive a cantora, que, após o show, esteve com a pétala presente em suas
mãos e por onde caminhava. Seu Nélson, que gesto espetacular e que ficará para
sempre em minha memória e na memória de todos ali presentes. Parabéns.
Virgínia
começou o show pontualmente às 15 horas, acompanhada de excelentes músicos.
Cantou com determinação as músicas imortalizadas de Clara, como Tristeza, Pé No Chão, Galou Cantou, Menino
Deus e quando O Mar Serenou
surgiu, todos cantaram em uníssono, dando a sensação de que Clara estava
presente.
Virgínia
conseguiu uma façanha e tanta: ser diferente das muitas homenagens que estão
por ai em homenagem aos 30 Anos Sem Clara. O show é marcado por sensibilidade (Basta Um Dia / Ser de Luz), emoção (O Mar Serenou), arrepios (O Canto das Três Raças / Iansã Cadê Ogum)
e grandezas, como no caso de Nação e Morena de Angola, em que canta o refrão
em língua africana. Um show a parte, Virgínia captou de uma senhora gentil e
honesta a singela e cortante frase: Você
é Luz! Não contive a vontade de chorar. Essa senhora gentil e honesta e que na qual Virgínia Rosa se encantou, chama-se dona Olga, uma fofura de senhorinha!
Virgínia
é digna de homenagear Clara. Além de ter voz capaz de alcançar notas
impensáveis, consegue cantar todas as músicas sem tropeçar, mantendo fôlego
suficiente para engatar uma nova canção e sem errar ou trocar as letras. Cantou
divinamente Feira de Mangaio e sambou
ao som de Portela na Avenida.
Ainda
assim, Virgínia Rosa continuará se apresentando Brasil a fora o espetáculo em
que homenageia Clara Nunes e recomendo este grande show, com uma grande voz e
com uma grande cantora, chamada Virgínia Rosa.
Foto 1: Virgínia e eu após o show
Foto 2: a pétala de flor entregue por seu Nelson a Virgínia Rosa ao fim da primeira música, Juízo Final. Emoção à flor da pele.
Virgínia
Rosa canta Clara Nunes
Marcelo
Teixeira
2 comentários:
Perfeito, Marcelo você soube traduzir em palavras meu sentimento ontem a tarde. A senhora da frase é minha mãe (Olga). Abraços
A satisfação neste momento em que leio o seu depoimento, Roseli, é única! Virgínia Rosa conseguiu emocionar a todos ali presente, até a sua mãe, dona Olga, me emocionou. Que esses e outros gestos venham acontecer mais e mais. Um super beijo!
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