Marcelo Jeneci: segundo lugar |
Filho
de pernambucanos, o paulista Marcelo Jeneci se criou rodeado por sanfonas no
bairro de Guaianases, um dos redutos nordestinos de São Paulo. Seu pai, Manoel,
ganhava a vida consertando acordeões e não perdia a oportunidade de exibir à
clientela os dotes do menino, que desde cedo dedilhava o instrumento. Muitas
das feras que passavam pela casa da família - em geral, ases do forró, como
Dominguinhos - davam uma dica ou outra para o aspirante a músico profissional.
Mas o sonho de Manoel não era ver o filho tocando gêneros regionais. Ele queria
mesmo é que Jeneci virasse pianista de jazz - e daqueles bem virtuosos.
Hoje, Marcelo Jeneci se
tornou uma das principais promessas da música brasileira, elogiado por colegas
e jornalistas. Se não seguiu o caminho do jazz, tampouco abraçou os ritmos
nordestinos ou o sertanejo. As baladas e os rocks que o cantor e compositor
produz têm inspiração essencialmente urbana. No circuito alternativo
paulistano, vários artistas de sua geração apostam que ele em breve conquistará
as massas sem perder o aval da crítica. Vale dizer que, embora também seja
pianista, Jeneci continua fiel à sanfona. Só que o instrumento se insere em seu
trabalho da mesma maneira que no pop da mexicana Julieta Venegas, do francês
Yann Tiersen e do grupo canadense Arcade Fire.
O primeiro disco: belo, simples e ótimo |
A rotina do filho de Manoel
começou a mudar quando o acordeonista Toninho Ferragutti lhe avisou que o
cantor Chico César estava saindo em turnê e precisava de um sanfoneiro que
tocasse piano. Após uma semana de treino intenso, o adolescente de 17 anos se
apresentou, carregando uma sanfona presenteada por Dominguinhos, e ganhou a
vaga. Em seguida, passou a acompanhar um mundaréu de gente: Elza Soares,
Arnaldo Antunes, Vanessa da Mata. Foi com a ajuda de Vanessa, aliás, que
concluiu sua primeira composição, Amado.
A estreia não poderia ter sido mais feliz. Na voz da intérprete, a canção
emplacou em A Favorita, novela da
Globo, e ainda faturou o Prêmio Multishow de 2009 na categoria melhor música. Longe, outra criação dele, dessa vez com
Arnaldo Antunes e Betão Aguiar, acabou entrando na novela Paraíso, também da emissora carioca, mas na voz de Leonardo.
O primeiro disco de Jeneci, Feito
pra Acabar, chegou às lojas justamente pelo Slap, selo da Som Livre, o
braço fonográfico das Organizações Globo. Produzido por Kassin, com arranjos de
cordas de Arthur Verocai e participações de Curumin e Edgard Scandurra, Feito
pra Acabar tem vários hits em potencial, como Pra Sonhar e Copo D'água.
Guilherme Arantes, uma grande referência para Jeneci, ouviu o álbum e ficou
encantado com o resultado. Amigo de Tulipa Ruiz e Marina Wisnik, Marcelo Jeneci
é o destaque da segunda colocação na lista dos 10 Melhores Cantores dos Últimos
10 Anos do Mais Cultura!, posição de pleno respeito e credibilidade.
Segundo
Lugar: Marcelo Jeneci
Os
10 Melhores Cantores dos Últimos 10 Anos
Marcelo
Teixeira
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