Cinco anos de MCB |
Chegar ao seu quinto ano, neste mês de Novembro, sem um
patrocínio, sem verbas e divulgando música por puro prazer é poder dizer que
cheguei ao quinto ano fazendo aquilo que mais gosto: divulgar a cultura musical
diversificada no Brasil. Criticar música não é uma tarefa fácil, exige compenetração,
compromisso, determinação, horas e horas de audição de apenas uma música, saber
separar o pessoal do profissional (muitas vezes um cantor não me agrada, mas
sua música sim) e exige, acima de qualquer coisa, uma responsabilidade enorme
diante inúmeros leitores. Nesses cinco anos recebi diversos emails de vários
lugares do mundo de pessoas dando sugestões, pedindo críticas resenhadas, me
agradecendo, me ofendendo, mas o que acho mais legal nisso tudo é a
diversificação cultural que cada pessoa carrega dentro de si. Uma das coisas
que mais aprendi com o Mais Cultura
Brasileira e com a arte de criticar foi saber respeitar o outro e esse lado humanizado
de minha parte se deve e muito à Pedagogia (curso na qual escolhi para
aprimorar meus conceitos éticos, cujo ainda estou aprimorando conhecimentos) e
às pessoas que circundam minha vida me trazendo um pouco de sobriedade
intelectual sobre o que pode ser melhorado aqui e ali. Completo cinco anos de
blog com a mesma alegria do primeiro ano, do segundo, do terceiro e do quarto,
em que cada ano era uma festa diferente: agora a festa pode ser compactuada
formalmente, pois graças à você é que cheguei aqui, mudando meus conceitos
sobre a teoria da crítica resenhada, utilizando palavras mais rebuscadas,
buscando pelo novo, buscando novas formas de conhecer novos cantores, novos
becos, novos guetos, novos ares. Escrever sobre música é um privilégio que não
se resume apenas à ouvir sobre música: é preciso entender um pouco sobre ambas
as coisas, sobre o universo particular e perpendicular do cantor ou da cantora,
é ser humilde em solicitar uma entrevista e ser dinâmico em dizer não também.
Nesses cinco anos de Mais Cultura
Brasileira conheci cantores maravilhosos, pessoas maravilhosas e que
se tornaram amigas. Mas quem me conhece sabe que não sou de badalação, de ficar
indo aos shows diretamente, de estar na primeira fila VIP de cantor tal. Vou
quando estou disposto e quando quero. O crítico de música não precisa,
necessariamente, estar ali para ser visto. O crítico de música precisa estar
atrás dos holofotes, por detrás das suas próprias palavras escritas, afinal, o
mais importante em nosso trabalho é a divulgação do trabalho do outro e não
necessariamente o nosso. O que fazemos é divulgar a cultura concomitantemente
alheio ao serviço de bel-prazer. É um orgulho poder chegar à cinco anos de Mais Cultura Brasileira e orgulho maior
ainda é estar sempre no meu mesmo devido lugar sem humilhar outros
profissionais, sem deteriorar o trabalho do outro e sim, aprender com eles.
Cinco
anos de Mais Cultura Brasileira
Por
Marcelo Teixeira
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