A beleza de Joyce Moreno |
Lançado primeiramente no Japão no
ano passado, Palavra e Som (2017 / Biscoito Fino
/ 29,99) acaba de ser lançado no Brasil com pompas de relíquias de
uma artista genuinamente brasileira e afinadíssima com seu som bossa novista e
jazzista. Não é demérito algum poder escrever um artigo baseado com a rasgação
de seda de um crítico que espera ansiosamente por músicas novas desta que é uma
das cantoras mais influentes daqui em outros hemisférios. Joyce Moreno lança Palavra e Som
em um momento oportuno da história do Brasil, em meio a crises políticas e sons
desagradáveis, que merecem mais respeito ainda pelo seu conjunto da obra. Trata-se
de um disco lindo, perfeitinho, caprichado, com uma voz suave, um violão
potente, um sabor de quero mais e uma sensação de que há qualidade naquilo que
ouvimos. É preciso que nasçam mais Joyces pelo Brasil afora, para que nossa
contemporaneidade seja sempre refinada, aquecida e comprometida com a ressonância
musical de alto calibre. Joyce Moreno nos brinda com um disco que se assemelha
com Tudo (2012) e que se
distancia da música acalentada Cool (2015)
pelo resultado de sons, expoentes de significação e brasilidade aflorada. É um
resultado fantasmagórico, real, empírico, satisfatório e que nos leva a crer
nas belezas de outras terras planas, de outros povos, de outros quefazeres. Palavra
e Som se unem em uma beleza pura que arrasta pela complexidade de seus fatos:
uma palavra que soa feminino e que tem qualidade daquilo que é belo e agradável,
eternizado pela fluência de uma mulher formosa, bela, charmosa e autêntica. O
disco tem uma característica única e é um conjunto de preposições que são tão agradáveis
que à vista de uma audição primeira já nos comove, nos impacta, nos deixam
atentos. São músicas capazes de cativar o observador e quanto mais ouvimos as
palavras e os sons que Joyce nos quer apresentar, mais bonita e atemporal ela
pode ser apelidada de beleza natural. A beleza de uma pessoa pode ser trabalha
e a beleza de uma voz audível também e Joyce o faz com uma maestria triunfal.
Ouvi com atenção cada faixa deste disco atemporal, assimétrico e intrínseco
para poder dar a minha nota final, mas mesmo sabendo que existem belezas e
proezas que têm como objetivo melhorar a aparência dessas expressões. Aqui o
belo se faz presente, as músicas são produtos de um resultado mágico e
conceitual, variando entre o acordo de cultura e opinião sensata. Aquilo que é
belo é para ser ouvido, sentido, lido, assistido. Joyce Moreno se faz presente
em sua beleza tenra entre sua música natural e sua simpatia plena em ser uma cantora
magistral. Seu esforço é natural, bonito, singelo, perspicaz e a faz capaz de
ser uma mulher neutra, angelical e bela. Palavra e Som é uma manifestação
esplendorosa do ser que provoca um conhecimento gostoso e aprazível que é
apresentada em múltiplas facetas com caráter relativo dentro de um mesmo
esplendor de sua perfeição que entorna em emoção estética, fruição do
pensamento provocada pela razão do ser. Por esse mesmo motivo a arte de Joyce Moreno
tem como objetivo central nos favorecer objetivos claros como o brilho de suas
belezas femininas, musicais e humanas dentro de muitas modalidades em
apresentar o ser na harmonia de suas formas e proporções, em todo o seu
esplendor, em seu modo de provocar o conhecimento alheio que é um requisito obrigatório
e indispensável para que esse seu objeto, a música, seja realmente provocado
por aquilo que realmente é belo. A
interioridade musical favorecida de propriedade física e autoral, podendo estar
relacionada com o caráter ou personalidade de um instinto fraternal, moderno e
modesto faz com que a beleza de Palavra e Som esteja relacionada com a
felicidade e o gozo de uma excelência por sua existência. Em dias tenebrosos, nada
mais sofisticado desligarmos do mundo exterior e adentrarmos em uma sociedade
em que a beleza do som tem o mesmo valor que a beleza da voz de Joyce Moreno.
Palavra
e Som (2017) / Joyce Moreno
Nota
10
Por
Marcelo Teixeira
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