domingo, 14 de setembro de 2014

As releituras de Mônica Salmaso em Corpo de Baile (2014)


Ótimas releituras
O penúltimo disco de Mônica Salmaso, Alma Lírica Brasileira, lançado em 2011, foi passado desapercebido pelo grande público e pela crítica especializada e acabou sendo um disco qualquer na sublime carreira da cantora, mesmo sendo esse disco um paralelo de divisor de águas na carreira de Mônica, por se tratar de um disco produzido com requintes de rica musicalidade e que no frescor de sua alma de cantora, expôs todo o seu sentimento para com as canções ali cantadas. Teve Adoniran Barbosa, José Miguel Wisnik, Paulo Vanzolini e o sambinha de Herivelto Martins, Meu rádio e meu mulato, mas o disco não emplacou. Agora a cantora acaba de lançar um dos discos mais nobres de sua carreira. Corpo de Baile (2014 / Biscoito Fino / 31,99) é um punhado de canções da dupla Guinga e Paulo César Pinheiro e mesmo sendo um disco de releituras, as músicas dão um novo frescor na delicada e sútil voz de Mônica. Destaques para a lindíssima Porto Araújo, já cantada brilhantemente pela cantora Simone Guimarães em seu disco Virada pra Lua (2001) e Bolero de Satã, imortalizada na voz de Elis Regina, que no disco Elis, Essa Mulher (1979) cantou ao lado de Cauby Peixoto. Recentemente, a cantora e filha de Elis, Maria Rita, deu um banho de interpretação nesta mesma música, pouco gravada do cancioneiro de uma das maiores vozes do Brasil. Quase todos os discos de Mônica são um convite para que possamos crer que a música popular brasileira está a salvo e Corpo de Baile prova mais que isso: que a música de dois gênios da música está para ser ouvida por todos e em todos os cantos. Mônica Salmaso apenas deu um verniz e explicou a importância de Guinga e Paulo César Pinheiro dentro da MPB. Corpo de Baile é um disco que merece ser ouvido. E respeitado!


Corpo de Baile / Mônica Salmaso
Nota 10
Marcelo Teixeira

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