Ótimas releituras |
O penúltimo disco de Mônica Salmaso,
Alma Lírica Brasileira, lançado em 2011,
foi passado desapercebido pelo grande público e pela crítica especializada e
acabou sendo um disco qualquer na sublime carreira da cantora, mesmo sendo esse
disco um paralelo de divisor de águas na carreira de Mônica, por se tratar de um
disco produzido com requintes de rica musicalidade e que no frescor de sua alma
de cantora, expôs todo o seu sentimento para com as canções ali cantadas. Teve
Adoniran Barbosa, José Miguel Wisnik, Paulo Vanzolini e o sambinha de Herivelto
Martins, Meu rádio e meu mulato, mas
o disco não emplacou. Agora a cantora acaba de lançar um dos discos mais nobres
de sua carreira. Corpo de Baile (2014 / Biscoito Fino
/ 31,99) é um punhado de canções da dupla Guinga e Paulo César
Pinheiro e mesmo sendo um disco de releituras, as músicas dão um novo frescor
na delicada e sútil voz de Mônica. Destaques para a lindíssima Porto Araújo, já cantada brilhantemente pela cantora Simone
Guimarães em seu disco Virada pra Lua
(2001) e Bolero de Satã,
imortalizada na voz de Elis Regina, que no disco Elis,
Essa Mulher (1979) cantou ao lado de Cauby Peixoto. Recentemente, a
cantora e filha de Elis, Maria Rita, deu um banho de interpretação nesta mesma
música, pouco gravada do cancioneiro de uma das maiores vozes do Brasil. Quase
todos os discos de Mônica são um convite para que possamos crer que a música
popular brasileira está a salvo e Corpo de Baile
prova mais que isso: que a música de dois gênios da música está para ser ouvida
por todos e em todos os cantos. Mônica Salmaso apenas deu um verniz e explicou
a importância de Guinga e Paulo César Pinheiro dentro da MPB. Corpo de Baile é um disco que merece ser
ouvido. E respeitado!
Corpo de Baile /
Mônica Salmaso
Nota 10
Marcelo Teixeira
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