Tássia: sem graça |
Ainda não entendi bem o real
significado musical e a proposta de trabalho da cantora Tássia Reis, que está sendo chamada aos quatro ventos de a nova
queridinha da música popular brasileira. É preciso, antes de mais nada,
entender o seu real teor, a sua real batida e a sua proposta para que seja
batido o martelo sobre aquilo que podemos ser considerado como a nova
queridinha da MPB. Tássia é uma rapper e que nasceu cantando rapper e que
queria se imortalizar como rapper, mas no entanto o mundo a guiou para o mundo
das calmarias e atemporalidades que a música popular a resgatou com toda a
ternura e objetividade possível. Mas Tássia Reis, nome forte, maquiagem
poderosa, postura de guerreira, olhar decisivo e canto morno, nasceu dentro do
rapper. A mudança de um estilo à outro é normal dentro de um segmento musical,
ainda mais no caso de Tássia, cantora conhecida dentro de seu mundo de rimas
sincronizadas, mas totalmente desconhecida para o público que cultiva e respira
MPB. Mas sua entrada foi bem aceita por nove entre dez pessoas e esse feito é
sensacional, mas ainda é preciso de um pouco de parcimônia para poder dizer se
Tássia de fato é uma nova cantora de MPB ou apenas fantoche do final de ano.
Sendo um grito pulsante na internet e liderando a causa negra como meta, Tássia
Reis é uma cantora que luta contra as minorias e a favor próprio pela sobrevivência.
Suas músicas retratam esses momentos, principalmente em seu último disco, Outra Esfera (2016 / 24,99), que tem uma
pegada levemente africana e com muita sinceridade poética. Isso apenas não
resultaria em um bom ou ótimo disco, mas Tássia não está totalmente perto da
perfeição como cismam algumas pessoas: ganhando corpo e forma em uma esfera que
praticamente nunca pisara, a cantora se mostra a cópia fiel de outra cantora, a
popular e ambientalista Tulipa Ruiz. Com vozes idênticas, Tássia acaba sendo uma
complementação da obra inacabada de Tulipa, que não preserva agudos em suas
músicas e canta o mais alto que puder. Tássia não chega a berra no microfone,
mas acredito que sua música ainda não seja atribuída à sua performance para ser
considerada a revelação de 2016. Falta muita coisa para que isso de fato
aconteça, mas já seria de bom tamanho pensar em uma forma de se mostrar mais
brasileira e menos importada, tanto nos trejeitos enquanto canta, como nas
vestes, na maquiagem e na formatação de seus discos. Por hora, Tássia Reis é
apenas Tássia. Sem reis.
Outra
Esfera (2016) / Tássia Reis
Nota
6
Por
Marcelo Teixeira
Nenhum comentário:
Postar um comentário