Johnny Hooker: imperfeito |
Ainda que restem alguns cantores bons
na música popular brasileira, alguns medíocres cismam em serem chamados de cantores
pela mídia ou críticos da arte de cantar. Se o antigo causa um cansaço visual,
musical ou atemporal para alguns, o novo causa uma sensação de frescor,
jovialidade e desejo pelo que vai vir, pelo inesperado, pela desenvoltura. Mas
nem sempre o que está no passado nos deixa com o ar cansado e nem sempre o novo
nos causa uma sensação de alívio: muitas vezes o novo não nos surpreende, não nos
detém aquela sensação de magia, de puro ar renovado, nem espanta com sua
magnitude. Sim, pode causa espantamento pelo conjunto da obra, pela música
inacabada, pela vestimenta, pela estranheza. E é justamente isso o que alguns
críticos de música vêm fazendo atualmente: abortando
muitos cantores bons e dando vida a muitos cantores sem fundamentos. Que a
música brasileira sempre pediu socorro, isso sem dúvida todo mundo sabe, mas
fazer com que a inteligência humana seja medíocre perante a intelectualidade
crítica é padecer no inferno mais profundo do universo. O cantor, ator,
compositor, diretor, artista e palhaço Johnny Hooker é de Recife e está sendo
considerado um dos melhores cantores de sua geração, sendo ovacionado em casas
lotadas e recebendo prêmios em que Maria Bethânia, Chico César e João Bosco já
ganharam. O que causa estranheza nisso tudo é que Johnny Hooker não canta, não
interpreta bem suas músicas e ironiza a todo custo com o sentimento alheio e
isso faz com que a plateia entre em delírio constante, pois música que é bom, não
há! Lançando Eu vou fazer uma macumba
pra te amarrar, maldito (2015 / 27,99), Hooker se mostra imperfeito
e desqualificado em sua função maior, que é o de cantar. Considerado como a
categoria Rock Nacional, o cantor se perde em letras que buscam o surrealismo
das coisas mais simples e elenca para a atmosfera carnal a revolta que o
próprio sente dos amores que não deram certo em sua vida. Prova maior disso é o
título irônico e vil de sua primeira obra musicada. Se levarmos em conta sua
performance no palco, podemos dizer que ele pincelou um pouco de Ney
Matogrosso, Maria Alcina e Itamar Assumpção e tentou utilizar a voz de Filipe
Catto, cujo é uma das mais belas do momento. Agora pense tudo isso em Johnny
Hooker: uma perfeita assimetria entre o ruim e o péssimo, entre aquele que ele
desejou ser e não o é. Ney, Alcina, Catto e Itamar (em memória) são referência
musical de qualidade e os comparar a Hooker é um grande erro, pois desmonta
qualquer tipo e forma de musicalidade. A voz anasalada, a carência de
personalidade e a falta de estrutura assistida de Hooker me causa uma revolta
profunda, pois enquanto muitos cantores bons estão na estrada fazendo música do
mais alto quilate, me surge um cantor medíocre, sem escrúpulos e sem competência
para poder ser chamado de cantor.
Johnny Hooker
Eu vou fazer uma
macumba pra te amarrar, maldito (2015)
Nota 0
Marcelo Teixeira
2 comentários:
Concordo em tudo, também não entendo a badalação e muito menos o prêmio. Sem dúvida, um dos melhores cantores dessa geração, com certeza é Filipe Catto, ao vivo e a cores é melhor ainda (já estive em 4 shows dele), sei do que estou falando!!!
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK Aham Ok!
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