sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

A música e a religião de Rita Beneditto em Encanto (2014)



Rita: música e religião
Depois de lançar o emblemático Tecnomacumba e se ver rodeada de problemas religiosos por causa de sua música, a cantora maranhense Rita Beneditto volta após oito anos deste lançamento para enfim colocar voz no delicioso Encanto, que é uma sequencia do primeiro. Lançado pela Manaxica Produções em parceira com a Biscoito Fino, o novo disco comemora os vinte e cinco anos de carreira de Rita. Encanto (2014 / 24,99 / Manaxica – Biscoito Fino) é o primeiro disco de Rita após a mudança de nome de Ribeiro para Beneditto. A regravação em tom roqueiro de sucesso de Roberto Carlos impulsiona o disco, onde Rita apresenta músicas inéditas entre ousadas releituras de canções de compositores como Djavan, Gilberto Gil e Jorge Ben Jor. Em uma viagem às fronteiras do Brasil, Rita canta Babalu, um dos grandes sucessos da compositora cubana Margarita Lecuona, imortalizada na voz de Ângela Maria. Na matriz africana descende De Mina, música de Josias Sobrinho gravada com a guitarra de Roberto Frejat. E, como a fé a música nunca tiveram fronteiras, Encanto aporta ao fim do terreiro do samba com O que e dela é meu, samba bamba carioca de Arlindo Cruz feito especialmente para Rita. É o fecho simbólico de Encanto, disco que não deixa dúvidas de que, em qualquer terreiro ou lugar, a religião de Rita Beneditto é a música.

 

Encanto / Rita Beneditto
Nota 10
Marcelo Teixeira

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