O inquieto Tom |
Tropicalista nato, Tom Zé veio ao
mundo musical para provocar e incitar algo incomum que o desagrada. Faz tudo
com ironia fina e requintada, que somente ele consegue fazer. Ilude corações
amargurados ou felizes e diz em músicas que os americanos são tolos e eles
aplaudem. Tom Zé é um marqueteiro da própria vida, tanto musical quanto a
própria e é dessa profissão que o cantor e compositor baiano consegue irritar
boa parte da população. Tudo o que Tom faz, canta ou compõe é fruto de alguma
indgnação, de alguma euforia, de alguma felicidade e em Tribunal
do Feicebuque (2013 / 19,99 / Independente) não foi diferente. Após
uma polêmica com um grupo de bebidas gaseificadas, Tom Zé respondeu ao pessoas
que o criticou pela rede social com a música título de seu EP lançado em 2013,
num tom ácido, cortante e provacante. No
disco, o compositor divide autoria e interpretação de canções como a que batiza
o EP com Marcelo Segreto e Gustavo Galo e traz versos como Tom Zé mané / baixou o tom / baba babe / bebe e baba / velho babão,
além do provocador e irônico Que é que
custava morrer de fome só para fazer música?. Além do tema que abre e
abocanha todo o disco, o álbum tem ainda Zé
a Zero, Papa Francisco Perdoa Tom Zé, Irará Iralá e Taí, feita por ele nos anos 1970 para um comercial de refrigerante.
Seja como for, o fato é que Tom irritou
metade das pessoas com este EP fantástico e sensacional, que muitos jornalistas
e críticos especializados praticamente negaram a comentar sobre ele em suas
revistas eletrônicas. Mas Tom segue sua vida musical da melhor forma possível:
irritando o próximo e sorrindo de tal gozação. Tom vive do seu jeito e do seu
tom.
Tribunal do
Feicebuque (2013) / Tom Zé
Nota 10
Marcelo Teixeira
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