quarta-feira, 2 de abril de 2014

Jota Quest e um disco chato

Funky Boom: chato, chato, chato
Há muito tempo que a banda Jota Quest deixou de ser o Jota Quest. Suas músicas passaram a ser tediosas, suas letras paupérrimas e a voz de Rogério Flausino passou a ser chata, inaudível. Formada em 1993, o grupo só veio a calhar mesmo nos anos 2000, depois que a onda pagodeira suavizou e depois que o dilúvio sertanejo aquietou-se. Com propostas boas no início de carreira, o grupo desenrolou um bom desempenho frente aos grupos e bandas já existentes e conseguiu alcançar um patamar excelente dentro do segmento. Cinco anos separam Funky Funky Boom Boom (2013 / 21,99) do público jovem do Jota Quest, mas o disco, que nasceu para ser audacioso, não vingou por alguns deslizes fatais: a voz do vocalista é insuportável, a banda já está para lá de se aposentar e as modernidades do grupo não soam mais como antigamente. Chega a ser ridículo ver Rogério Flausino com roupinhas coloridas, pulando timidamente e cantando o amor romântico de adolescentes felizes. Porém, o resultado do novo disco é uma capa extraordinariamente criativa e algumas (poucas) músicas boas.  Resgatando raízes da soul music com certos elementos do funk, as músicas ditas descoladas até que deram certo em alguns momentos, como a música que leva o título do álbum. Mas só. Mesmo sendo um disco dançante, pulante e eletrizante (para alguns), o disco não passa do mesmo espetáculo fraquinho ao qual o grupo mineiro sempre se dispôs: de peripécias ultrapassadas a músicas sem graça, Funky Funky Boom Boom só se salva pela capa, na sua maioria.  Disco comercial do início ao fim, o grupo parece não ter se preocupado tanto assim com as letras, fazendo rimas desnecessárias para impactar ou tentando inflamar o ego insustentável deles mesmo para pensarem que estavam fazendo um excelente disco. Lero engano. O disco é fraco e chato, deixando o ar de nostalgia e cansaço no ar. Ela é do Rio mostra o único salto positivo do grupo, que é justamente a arte de se reiventar, dando ao título do trabalho o significado maior: a faixa é um funk que ecoa nos ouvidos com um som descontraído e engraçado. Imperfeito e o meio sambinha Jota Quest Convidou se tornaram destaques de todo o álbum, mas são músicas aquem, que logo desliga o som, já não importamos com a letra. Jota Quest é assim: um grupo que morreu à mingua, que lança discos fracos, deixando a desejar e tentando ser importante.
 

Funky Funky Boom Boom / Jota Quest
Nota 6
Marcelo Teixeira

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