Funky Boom: chato, chato, chato |
Há muito tempo que a banda Jota
Quest deixou de ser o Jota Quest. Suas músicas passaram a ser tediosas, suas
letras paupérrimas e a voz de Rogério Flausino passou a ser chata, inaudível.
Formada em 1993, o grupo só veio a calhar mesmo nos anos 2000, depois que a
onda pagodeira suavizou e depois que o dilúvio sertanejo aquietou-se. Com
propostas boas no início de carreira, o grupo desenrolou um bom desempenho
frente aos grupos e bandas já existentes e conseguiu alcançar um patamar
excelente dentro do segmento. Cinco anos separam Funky
Funky Boom Boom (2013 / 21,99) do público jovem do Jota Quest, mas o
disco, que nasceu para ser audacioso, não vingou por alguns deslizes fatais: a
voz do vocalista é insuportável, a banda já está para lá de se aposentar e as
modernidades do grupo não soam mais como antigamente. Chega a ser ridículo ver
Rogério Flausino com roupinhas coloridas, pulando timidamente e cantando o amor
romântico de adolescentes felizes. Porém, o resultado do novo disco é uma capa
extraordinariamente criativa e algumas (poucas) músicas boas. Resgatando raízes da soul music com certos
elementos do funk, as músicas ditas descoladas até que deram certo em alguns
momentos, como a música que leva o título do álbum. Mas só. Mesmo sendo um
disco dançante, pulante e eletrizante (para alguns), o disco não passa do mesmo
espetáculo fraquinho ao qual o grupo mineiro sempre se dispôs: de peripécias
ultrapassadas a músicas sem graça, Funky Funky Boom
Boom só se salva pela capa, na sua maioria. Disco comercial do início ao fim, o grupo
parece não ter se preocupado tanto assim com as letras, fazendo rimas
desnecessárias para impactar ou tentando inflamar o ego insustentável deles
mesmo para pensarem que estavam fazendo um excelente disco. Lero engano. O disco
é fraco e chato, deixando o ar de nostalgia e cansaço no ar. Ela é do Rio mostra o único salto
positivo do grupo, que é justamente a arte de se reiventar, dando ao título do
trabalho o significado maior: a faixa é um funk que ecoa nos ouvidos com um som
descontraído e engraçado. Imperfeito
e o meio sambinha Jota Quest Convidou
se tornaram destaques de todo o álbum, mas são músicas aquem, que logo desliga
o som, já não importamos com a letra. Jota Quest é assim: um grupo que morreu à
mingua, que lança discos fracos, deixando a desejar e tentando ser importante.
Funky Funky Boom
Boom / Jota Quest
Nota 6
Marcelo Teixeira
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