quarta-feira, 21 de agosto de 2013

A decepção de Maria Gadú em Nós


O disco: sem novidades
Mais uma vez, Maria Gadú nos engana com seu disquinho mesquinho e sem grandes pretensões. Lançando Nós (2013 / Slap / 24,99), o CD é uma compilação de músicas gravadas em duetos com outros cantores em discos de terceiros e com qualidades superficiais (como anda ocorrendo vez por outra na carreira da jovem cantora). Maria Gadú foi lançada ao mercado fonográfico em 2009, trazendo um ótimo (mas cansativo) disco de estreia, cujo trazia releituras de Chico Buarque (mais tarde ela se renderia ao baiano Caetano Veloso) e uma canção capenga de Kelly Key. O disco de estreia era sensacional e hoje é apenas mais um disquinho qualquer guardado no fundo do baú e que só nos lembramos quando vamos limpar o ambiente. Mesmo assim, ouvir Maria Gadú está sendo uma das tarefas mais ordinárias no momento. Primeiro porque ela lança discos sensacionais, mas que cansam devido a sua voz ser estardalhada demais, cansativa demais, oriunda demais.  Segundo porque Maria Gadú se infiltrou no caminho de Ana Carolina, cantora mineira que arregaça qualquer tímpano sincero de boa musicalidade e terceiro porque Maria Gadú se sentiu estrela antes de ser estrela e com isso a sua estrela se apagou.

Não posso ser tão ignorante ao ponto de dizer que Maria Gadú é uma cantora em ascenção quando lança qualquer disco. O de estreia, como eu disse, é uma maravilhada quando ouvida duas ou três vezes no máximo. Em seguida vem o Multishow Ao Vivo, cujo reúne sucessos originários que não é preciso ser dito, para logo depois surgir o encontro de Maria Gadú com Caetano Veloso, a qual eu chamo de o encontro entre o velho e o novo, na qual o velho ainda predomina o que é novo. Mais Uma Palavra é um disco que, segundo a minha opinião, é melhor que o primeiro. Sai Chico Buarque, entra mais uma vez Caetano Veloso e aparece um Lenine meio escondido ao lado de músicas espanholas e americanas. Gadú ainda está perdida no próprio caminho.

E Gadú é sempre assim: lança um disco de inéditos, depois emenda com um disco de sucessos. Para tanto, lança agora (previsto para o lançamento oficial a partir do dia 15 de agosto) o CD Nós, em que canta músicas gravadas em discos de outros cantores em formato de duetos. O disco não trás muitas novidades e passará despercebido, mesmo sendo anunciado pela grande mídia como o lançamento do ano.

Maria Gadú precisa aprender a ser Maria Gadú e ainda precisa crescer, pois sua fase de garota infanto juvenil que sabe tocar violão,  sabe cantar em francês e que não é igual à Manu Gavassi está longe de ser apagada. Ainda é rodeada por verdadeiros profissionais que não sabem aproveitar o talento da cantora, que insiste em se mostrar culta perante os fãs cantando Caetano e Chico numa forma horrenda. Para que isso aconteça de verdade, Maria Gadú precisa fazer um disco de verdade, a altura de sua estatura!

 

Nós / Maria Gadú

Nota 3

Marcelo Teixeira

Nenhum comentário: