O bom e velho João Bosco |
Acabo de ouvir pela terceira vez o novo e arrebatador
disco de inéditas de João Bosco, depois de um hiato de oito anos sem lançar
nada novo. Mano que zuera (2017 / Som Livre / 26,99) é um disco composto por 11
ótimas canções (e que acaba sendo melhor e mais preparado que o tão aguardado
disco de Chico Buarque – Caravanas / 2017) e entre elas estão algumas parcerias
inéditas com o filho Francisco Bosco, que também assina a produção musical de
todo o álbum. Dessas parcerias o single Onde Estiver, que nasceu de conversas
entre pai e filho, merece destaque pela força poética e arranjo primoroso, que
já toca nas principais rádios do Brasil. Além das inúmeras parcerias com o
filho, o projeto conta com clássico como Sinhá, parceria com Chico Buarque e
gravada no penúltimo álbum deste, Chico (2011) retomando o dueto entre ambos
depois de um estrondoso espaço de tempo, quando gravaram juntos uma música em
destaque para o lançamento de um disco buarquiano de 1984. Duro na queda e João
do pulo (parcerias com o inesgotável Aldir Blanc) soam memoráveis, ainda mais
porque esta última música conta com uma fusão sonora com a canção Clube da
Esquina Numero 2. O encontro inédito com a composição de Arnaldo Antunes em
Ultraleve, onde a filha Júlia Bosco (que não merece tanto destaque assim pelo
conjunto da obra) faz uma participação especial com sua voz com sabor de
liquidificador, como diria Cazuza. Sim, Mano que zuera é um clássico da MPB,
nasceu com direito a explosão meteórico e veio para confirmar a marca
tradicional de Bosco como um dos compositores e cantores mais versáteis da
linha refinada da Música Popular Brasileira.
João Bosco / Mano
Que Zuera (2017)
Nota 10
Por Marcelo Teixeira
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