Rita Ribeiro: um bom disco |
Rita Ribeiro
lançou Comigo em 2001 e foi
um disco muito bem recebido pela crítica popular, mas não pela crítica
jornalística. O álbum é bom e de fato não chega a ser um divisor de águas na
carreira de Rita, que agora assina como Beneditto, mas já deixava claro que a
cantora precisava se afastar um pouco do cancioneiro de Zeca Baleiro e Chico
César (tanto que ela gravou uma bela música de Vander Lee, Românticos, que virou referência em sua carreira e ofuscou músicas
de compositores consagrados como Baleiro, César e Jorge Ben). Sendo o último
disco antes da virada retórica e triunfal na vida da cantora para o misticismo
e a religiosidade crescente em seu cárater pessoal, Comigo não deixou
marcas profundas na carreira de Rita, mas alçou a musicalidade da cantora para
um público que ainda não a conhecia, fazendo com que ela se tornasse uma
referência ainda maior no Brasil. É bem verdade que Rita já vinha sendo
conhecida pelas músicas compostas pelos amigos Zeca Baleiro e Chico César e
isso estava fazendo com que a cada CD lançado fosse esperado ao menos três
canções de cada, mas a grata surpresa foi ter a música Românticos como sendo o
carro chefe deste trabalho. A música foi composta pelo mineiro Vander Lee, que
estava iniciando na seara musical, mas que já vinha com uma música que muitas
pessoas já tinham se identificado, Esperando
Aviões. Comigo não é um disco em que temos que parar para ouvir
com uma profundidade enorme, mas não podemos tirar todo o mérito deste álbum.
Rita estava inspirada nos vocais, nas melodias, mas não estava inspirada por
completa na arte visual, pois a capa e o encarte são horríveis. Tirando esse
percalço, o disco tem um carisma profundo de brasilidade espontânea e a voz de
Rita está impecável.
Comigo (2001) / Rita Ribeiro
Nota 7
Marcelo Teixeira
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