quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Vivo Feliz (2003), de Elza Soares


 

Elza: homenagem ao Rio
Falar de música negra é falar de Elza Soares. Falar de música popular brasileira é falar de Elza Soares. Falar de música por um todo é falar, essencialmente, de Elza Soares. A cantora se orgulha em ser negra, em ser do morro, em ser mulher, favelada e cantora. Reconhecida e tarimbada como a voz do milênio por uma emissora americana, Elza Soares lançou Vivo Feliz (2003 / Trattore / 25,99) em grande estilo, logo após lançar Do Coccix até o Pescoço (2002) em que foi obrigada a voltar aos palcos brasileiros pelas mãos de Chico Buarque e Caetano Veloso. Não foi a toa que Elza regravou dois medalhões da MPB, como Volta Por Cima (Paulo Vanzolini) e Opinião (Zé Ketti), talvez para dar algum recado diretamente a alguém. Seja como for, Vivo Feliz retrata, acima de qualquer suspeita, o momento mais mágico e feliz de uma grande artista (esquecida por muitos) como Elza Soares. Retratando o Rio de Janeiro que tanto ama através da capa e da música Rio de Janeiro, composta por ela e pelo então namorado, Anderson Lugão, o álbum veio com uma sonoridade mais eletrônica que o anterior e isso fez com que muitos fossem ouvir o novo trabalho da cantora. O bom resultado é que Elza agregou valores e referências neste disco, como a vinda de compositores mais novos, casos de Nando Reis e Fred 04, que fizeram toda a diferença aqui com suas jovialidades. O outro lado bom deste disco é o lado compositora de Elza, cujo compôs a salsa Somos Todos Iguais em um clima de (re)visita ao passado e a sensacional derradeira Lata D’Água, que fecha o disco em grande astral. O disco é perfeito e sem retoques, desde a introdução até os momentos em que Elza brinca com sua voz, passando pelos pontos eletrônicos exigidos pelo produtor Arthur Joly. Resultado de grandeza para Elza Soares, que fez um disco pensando na sua sonoridade e na ampliação de seus fãs. E para quem duvidava do estado de graça de Elza Soares, basta ouvir o disco para saber...

 

Vivo Feliz / Elza Soares
Nota 10
Marcelo Teixeira

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