Vanessa da Mata lançou Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias (2010, Sony Music, 24,00) no final de 2010 e esse disco trás uma nova etapa na carreira da cantora, que coleciona grandes sucessos, boa parte deles em telenovelas. Mas a verdade é que Vanessa da Mata é uma artista única e detentora de boa voz e de excelente repertorio. Depois de nos dar de presente um belo disco, intitulado Sim (2007, Sony Music, 19,00), a cantora nos agracia com um CD recheadas de músicas belas, românticas e engraçadas. Vanessa da Mata é uma cantora única, capaz de se expressar através da música que canta e não teme a rótulos. Iniciou sua carreira ao lado de Chico Cesar, Maria Bethânia e Caetano Veloso e viu sua carreira destrinchar logo no primeiro disco, Vanessa da Mata (2002, Sony Music, 19,00), aonde nos brinda com seu charme e delicadeza em cada faixa.
Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias praticamente é a um recital de emoção e em cada faixa Vanessa brinca com os timbres de sua voz e com a perspicácia de seu estrondoso talento. Exceto pela música Fiu Fiu, que se torna cansativa e arrastada, o disco é todo maravilhoso. E é justamente nesta faixa menos comercial, que a cantora se mostra mais uma vez defensora de algum padrão. Isso se faz presente em praticamente todos os seus discos – em Essa Boneca Tem Manual (2004, Sony Music, 19,00), ela mesma se defende com relação ao seu corte de cabelo, que Vanessa sempre deixou muito claro que é uma homenagem à Clara Nunes (no disco Bicicleta, isso se mostra presente na faixa Meu Aniversário). No disco Sim, ela defendeu com maestria o desmatamento de florestas e a preservação do meio ambiente na faixa Absurdo. E neste último disco, a cantora faz voz firme em depositar na canção a beleza de estar fora dos padrões de beleza que muitos exigem.
Conta ainda com a participação honrosa de Gilberto Gil na bela faixa que encerra o álbum, Quando Amanhecer, que parece que foi feita para dormir em um acalanto. E em todo o disco a suavidade, a alegria, a emoção e o carinho se faz presente. Desta vez Vanessa fez um disco mais autoral, direcionando para o bem do público músicas menos apelativas e densas e parece que fez músicas para ela mesma e não para as novelas.
Mas o que tem de especial neste disco? A sofisticação. Vanessa reconhece que agora é uma vertente da MPB e que precisava melhorar ainda mais na equação de suas próprias composições. E percebeu que um disco para ser bom, não precisa de apelo comercial, basta ter criatividade e agir como se estivesse compondo para si mesma. Não há complexidades neste álbum e uma música não puxa a outra (como anda fazendo muitos outros artistas). O Cd é absorto de qualquer parâmetro, seja musical, seja sonoro. A bela voz, a técnica, o profissionalismo, a decência, a doçura, a amplitude e a vocação de líder da MPB atualmente não deixa marcas e dúvidas de que seu próximo disco será triunfal e o mais importante: belo!
Dez Estrelas.
Marcelo Teixeira.
Dez Estrelas.
Marcelo Teixeira.
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